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Salgueiro homenageia circo e conta a história do 1º palhaço negro do Brasil

Pelo 12º ano consecutivo, o Salgueiro terá Viviane Araújo como rainha de bateria - Agnews
Pelo 12º ano consecutivo, o Salgueiro terá Viviane Araújo como rainha de bateria Imagem: Agnews

Colaboração para o UOL

Em São Paulo

27/01/2020 17h16

Com o tema de enredo "O Rei do Picadeiro", o Acadêmicos do Salgueiro contará, no Carnaval do Rio de Janeiro, a história de Benjamin de Oliveira, considerado o primeiro palhaço negro do Brasil. O artista nasceu há 150 anos.

O desfile, que também fará uma homenagem ao circo e à importância dos negros na cultura e arte do país, trará três atores interpretando Benjamin na avenida.

Pelo 12º ano consecutivo, o Salgueiro terá Viviane Araújo como rainha de bateria - ela é considerada a "rainha das rainhas".

A escola, que ficou em quinto lugar no Carnaval de 2019, será a terceira a desfilar na segunda-feira (24 de fevereiro). De acordo com a programação do Carnaval do Rio de Janeiro, o Salgueiro entra na Sapucaí às 23h30.

O Salgueiro já venceu o Grupo Especial nove vezes, sendo a última em 2009.

SAMBA-ENREDO

"O Rei Negro do Picadeiro"

Compositores: Marcelo Motta, Fred Camacho, Guinga do Salgueiro, Getúlio Coelho, Ricardo Neves e Francisco Aquino

LETRA

Na corda bamba da vida me criei
Mas qual o negro não sonhou com liberdade?
Tantas vezes perdido, me encontrei
Do meu trapézio saltei num voo pra felicidade
Quando num breque, mambembe moleque

Beijo o picadeiro da ilusão
Um novo norte, lançado à sorte
Na companhia do luar
Feito sambista
Alma de artista que vai onde o povo está

E vou estar com o peito repleto de amor
Eis a lição desse nobre palhaço
Quando cair, no talento, saber levantar
Fazer sorrir quando a tinta insiste em manchar

O rosto retinto exposto
Reflete no espelho
Na cara da gente um nariz vermelho
Num circo sem lona, sem rumo, sem par
Mas se todo show tem que continuar (bravo)

Bravo
Há esperança entre sinais e trampolins
E a certeza que milhões de Benjamins
Estão no palco sob as luzes da ribalta
Salta, menino
A luta me fez majestade
Na pele, o tom da coragem
Pro que está por vir
Sorrir é resistir

Olha nós aí de novo
Pra sambar no picadeiro
Arma o circo, chama o povo, Salgueiro
Aqui o negro não sai de cartaz
Se entregar, jamais

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