Carnaval 2020 de SP: conheça os sambas-enredo das escolas do Grupo Especial
Resumo da notícia
- Entre as 14 escolas que desfilam no Grupo Especial do Carnaval de São de Paulo, a Unidos de Vila Maria escolheu falar da China
- Tom Maior elegeu como tema "É coisa de preto", no qual vai falar da contribuição do negro no desenvolvimento do Brasil
- Vice-campeã em 2019, a Dragões da Real levará para a avenida o tema "A Revolução do Riso: A arte de subverter o mundo pelo divino poder da alegria"
Entre as 14 escolas que desfilam no Grupo Especial do Carnaval de São de Paulo, a Unidos de Vila Maria escolheu falar da China: "A Grandeza da China e Suas Mentes Sábias e Brilhantes, Remetem ao Mundo os Seus Encantos. O Sonho de um Povo Embala o Samba e Faz a Vila Sonhar".
A Tom Maior, por sua vez, escolheu como tema "É coisa de preto", no qual vai falar da contribuição do negro no desenvolvimento do Brasil. Vice-campeã em 2019, a Dragões da Real levará para a avenida o tema "A Revolução do Riso: A arte de subverter o mundo pelo divino poder da alegria".
Conheça abaixo os 14 sambas-enredo das escolas do Grupo Especial do Carnaval paulistano.
BENGUELA... A BARROCA CLAMA A TI, TEREZA!
No caminho do amanhã... Obatalá
É a luz que vem do céu... clareia
Vem de Benguela o clamor de liberdade
Barroca pede tolerância e igualdade
Axé, Tereza
Divina alteza, meu tambor foi te chamar
Sua luz nessa Avenida
Incorpora a chama yabá
Da magia irmanada por Odé
Não sucumbe a fé, traz a luta de Angola
E a corrente arrastou pro sofrimento
Um sentimento, valentia quilombola
Reluz o ouro que brota em seu chão
Desperta ambição, mas há de raiar o dia,
Do Guaporé ser voz de preservação
Em plena floresta... auê auê
Resistência na aldeia... Quariterê
Na mata, sou mestiço, guardião
O meu grito de guerra é por libertação
O nosso canto não é apenas um lamento
A coragem vem da alma de quem ergueu o parlamento
Do castigo na senzala à miséria da favela
O povo não se cala, óh Tereza de Benguela
Vem plantar a paz por essa terra
A emoção que se liberta
E a pele negra faz a gente refletir
Nossa força, nossa luta
De tantas Terezas por aí
É COISA DE PRETO
Brasil, não vim pra ser escravo nem servil
Sou filho dessa pátria mãe gentil
Que traz a esperança no olhar
Oh, meu país... que tanto sustentei em meus braços
Espelha tua grandeza num abraço
Revela o meu dom de encantar
Não é esmola teu reconhecimento
O meu talento é mais que samba e Carnaval
Na luz da ribalta,
Retinta beleza se fez imortal
A negra inspiração... é poesia
A arte de criar... é quem me guia
Floresce de um baobá
Um pensamento de amor
Herança que a mordaça não calou
Se a vida deixou cicatrizes
Ideais são raízes do meu jeito de viver
Faço da minha negritude
Um legado de atitude, inspiração pra vencer
Lutar... é preciso lutar por igualdade
Liberdade... fazer da resistência uma nova verdade
Soprando a poeira da história
A nobreza em meus olhos brilhou
É o dia da nossa vitória
Conquistada sem favor
Um guerreiro da cor
Herdeiro de Palmares
Sou Tom Maior, a voz da liberdade
A minha força pra calar o preconceito
É coisa de pele, é coisa de preto
A REVOLUÇÃO DO RISO: A ARTE DE SUBVERTER O MUNDO PELO DIVINO PODER DA ALEGRIA
É só abrir seu coração
Deixa falar a emoção
"Qua qua ra qua qua", deixa as mágoas pra lá
"Qua qua ra qua qua", vamos juntos buscar!
Deus sorriu pra mim
De alma lavada eu vou
A Dragões me fez assim
Criança Real eu sou
Solte a voz e vamos rir de nós
Poder brincar, sonhar...
Todos juntos desatar os nós
A festa não tem hora pra acabar
Vem comigo gargalhar
Eu não quero mais sofrer
Dessa vida eu vou levar
Aquilo que eu viver
A receita da alegria
É caminhar contra o vento
Nos momentos de agonia
Ser amigo do tempo
Afaste a dor
Vista a sua fantasia
Viva o jogo do amor
A cura de cada dia
PAI! PERDOAI, ELES NÃO SABEM O QUE FAZEM
Oh, senhor! Benditos os que rogam o perdão
Derrame sobre nós a Tua glória
Verás que a dor não foi em vão
No céu, uma linda estrela brilhou
Reluz o Salvador
Eu choro ao ver que o pecado me consome
Sou as duas faces desse homem
Que há de vencer o mal
É preciso lutar, exaltando Penhas e Marias
Que clamam por direitos, igualdade
Essa é a Tua vontade
Em nome do Pai, amém
Justiça e paz aos homens de bem
Deus não criou raça e nos ensinou
Aos olhos não existe cor
Quero me deitar em verdes campos
Ver a natureza florescer
Não ter a maldade como herança
Fazer valer cada amanhecer
É hora de darmos as mãos,
Cumprir a nossa missão
Perdoe se algo te fiz, me abraça e vem ser feliz
Nunca perca a esperança
Sempre é tempo de sonhar
A vida é um sopro divino a se revelar
Só o amor pode curar o mundo
No altar do Carnaval, canto em oração
A Mancha é a voz dos filhos Teus
Olhai por nós, meu Deus
O PONTEIO DA VIOLA ENCANTA... SOU FRUTO DA TERRA, RAIZ DESSE CHÃO... CANTO ATIBAIA DO MEU CORAÇÃO
Ê viola! Inspiração da minha alma sertaneja
Ê viola! O meu paraíso abriu a porteira
O galo canta anuncia um novo dia
Relicário de beleza, doce água cristalina
É sagrado esse chão...
No suor da enxada eu cresci de grão em grão
Lá vem o trem... lá vai fumaça
O meu folclore é herança popular
Senhora do Rosário me alumia
Salve as águas de Oxalá
Lê lê lê lê lê á... vem pro nosso arraiá
Tem fogueira, quentão viva meu São João
Puxe o fole sanfoneiro pra viola chorar
O balão vai subindo pro céu enfeitar
Sou eu... filho da terra onde mora a poesia
Um violeiro que seguiu em romaria
Oh mãe querida peço tua proteção
Trago no peito essa tradição
E o orgulho de viver nesse lugar... (Meu lugar)
Num "templo" de paz e amor
Das mãos calejadas a arte brotou
Do alto da pedra, obra divina do meu criador
É carnaval...
Sinto perfume das flores
Um doce sabor no meu paladar
É Atibaia... nos braços do povo a cantar
Ponteia viola... bate o meu coração
Sou fruto da terra, raiz desse chão
Tatuapé... comunidade guerreira
Levanta sacode a poeira
MARHABA LUBNÃN
Vem das mãos do criador
O cedro que a história preservou
Guardiões da terra prometida
Revelam magias, o sopro da vida
Nação milenar, o sol não se esconde
Guerreiros ao mar, além do horizonte
Seguem ao toque do vento
As dobras do tempo na imensidão
Das divindades, a fé e a proteção
Tantas emoções ao lutar
Pra te defender, por te amar
Se a lágrima rolar, faz parte da missão
A força de uma nação
Herança que ao mundo seduzia
A brisa se espalhava pelo ar
Das cinzas, uma lenda renascia
O sonho para imortalizar
Oh, meu Brasil!
Hoje sua alma é libanesa
Um elo de amor que não desfaz
Meu Tigre guerreiro num canto de paz
Tá escrito nas estrelas
Que Deus é por nós
A Casa Verde é a nossa voz
Eu sou Império, mais um filho desse chão
São duas bandeiras, um só coração
BATUQUES PARA UM REI COROADO
Quando um toque ritmado toca o destino,
Cada passo mostra o que passou
Sou um contador e conto a dor de um peregrino...
Um som divino me enfeitiçou
Vi os Ibejis beijarem a sorte,
A morte singrar o oceano
Mudaram os ares, os mesmos olhares,
Ferida no corpo, a alma espelha
Rufam tambores que marcam a pele vermelha...
O som da Marujada,
Na tribo que festeja,
Encanta a batucada,
Começa a peleja
Rito da moça na aldeia, tom que passeia no ar...
É valor de mina longe a ecoar
Arrasta-pé no chão rachado,
Poeira vagueia ao luar do sertão
Brilham forró e xaxado,
Festa do Divino e São João
Gira a saia e abre a roda,
Alegria transborda também na Bahia...
Maracatus, Caboclinhos,
Seguindo o caminho que a fé irradia
No Ticumbí, no Catopês,
Pandeiros, ganzás, xequerês
Dos atabaques do jongo à Folia de Reis...
zona norte desfila e emociona outra vez
Eu sou o samba, rei do povo brasileiro,
Sou o batuque da X-9 nos terreiros
De Ogum, meu padroeiro, e de todos os orixás,
Na pulsação que vem dos ancestrais
BARTALI TCHERAIN - A ESTRELA CIGANA, BRILHA NA PÉROLA NEGRA
Sou eu, filho do oriente
Sob a luz do luar... valente
Mesmo perseguido, não irei me curvar
Carrego meus costumes e heranças
A esperança sempre foi motivação
Se a vida insiste em dor e sofrimento
Levo na bagagem o talento que condena a inquisição
No velho continente, deixei marcas nessa gente
Minha cultura aos quatro cantos florescia
Paixão que fez raiz em Andaluzia
Gira cigana, saia rodada
O seu bailado acende a fogueira
Tem castanholas, violinos e pandeiros
É festa pra dançar a noite inteira
Na palma da mão, destino traçado
Presente e futuro nos levam ao passado
Energia reluz no cristal
A carta da sorte espanta o mal
Sou um bandoleiro vagando na vida
Coberto de ouro, paixão colorida
Nas minhas andanças de longas jornadas
Cheguei ao Brasil
A terra de encantos mil
Olhai por nós, oh, Santa Sara
Olhai por nós... salve a cigana Madalena
A nossa voz
Sou a força do bem, emoção irradia
A estrela da sorte é a luz e me guia
Minha Pérola é a escola que eu amo
Joia Rara do samba e do povo cigano
QUE REI SOU EU?
O luar do Maranhão clareia
Meu samba na veia
O sonho só começou
Meu povo querendo mais
Eu sou Colorado do Brás
Se cada um escreve seu destino?
O meu foi conduzido pelo Criador
Um órfão, um guerreiro, um menino
"O escolhido", que rei eu sou?
"No clamor desejado", capitão de Deus
Herdeiro esperado por toda nação
De nobres e plebeus
Ao santo flechado, mais que devoção?
Meu nome virou uma lenda
A Coroa me fez Dom Sebastião
Pode acreditar? louco eu não sou
Missionário sonhador...
Marejado na retina
Consagrado? luz divina
Abençoado? fiel desbravador
Lá no Marrocos, segui a minha missão
Sumi do mapa, ficou a interrogação
Por onde está nossa alteza?
Na Índia ou habitando mosteiro
Preso, misterioso em Veneza
É o povo em busca do meu paradeiro?
Mas, a realidade é que sempre estive aqui
No Belo Monte ou na Praia dos Lençóis
A alegria do Brasil eu descobri
É o presente que há em cada um de nós
E o touro encantado é minha magia
Vermelho e branco, encantaria
Numa só voz?
UM NÃO SEI QUÊ, QUE NASCE NÃO SEI ONDE, VEM NÃO SEI COMO E EXPLODE NÃO SEI POR QUE...
O que é esse aperto no peito?
Invade a alma, não dá pra negar
É a mais sublime inspiração de um criador
Que o sonho em suas mãos moldou (é o amor, é o amor)
Eu quero viver romances proibidos
Doce delírio que desperta os sentidos
Quando dispara o insensato coração
Se a alma eternizar... vai muito além da razão
Quantos sentimentos... me levam
À luta por um ideal
Chama que ninguém pode apagar
É a liberdade de poder sonhar
É, não existem fronteiras,
Nem mesmo barreiras vão nos separar
Se a vida imita a arte,
Numa doce ilusão, vou mergulhar
Eu sou o olhar que te encontra pelas ruas
Um acorde que seduz à luz da lua
Sou o canto que ecoa pelo ar
E se eu enlouquecer,
Será de tanto amar
Vai arrepiar... abra o seu coração
Vem se apaixonar, explodir de emoção
Um sentimento que arrasta multidões
Canta, Gaviões
DO CANTO DAS YABÁS, RENASCE UMA NOVA MORADA
Olorum, supremo criador do universo
Seus olhos sofrem com meus gestos
Oh, meu Senhor
Agô, meu Pai Maior... tanto caos, destruição
No Aiyê, o tambor vai ecoar
É preciso acreditar na grandeza de Obatalá
Yaô, bela menina... yaô (ôô), a esperança
Entregue nos braços de Yemanjá
Nas águas purificar... odoyá
Deusa do amor... mamãe Oxum
Vento sopra e traz a força de Oyá
Na pureza de Ewá, um novo amanhã
A coragem vem de Obá, o saber vem de Nanã
Eh mulher 'feita' no poder da criação
Das águas, do solo, da chama sagrada
Soprando os segredos da renovação
Com a bênção de Orum, clareou, clareou
Ritual, feitiçaria no aiyê um novo dia
Santuário que das cinzas ressurgiu
Natureza em harmonia então sorriu
Lá vem elas... guerreiras... poderosas yabás...
Carregada de axé
Nossa Morada renascerá
Yabá cantou, o chão estremeceu
O corpo arrepiou, a lágrima correu
Oh, mãe rainha, te ofereço na avenida
A Mocidade, emoção da minha vida
O PODER DO SABER - SE SABER É PODER... QUEM SABE FAZ A HORA, NÃO ESPERA ACONTECER
Águia, em suas asas vou voar
E no caminho da sabedoria
Páginas da história desvendar
Sou eu, no elo perdido um desbravador!
O tempo é o meu senhor
Na busca da evolução...
Criar e superar limites da imaginação
A mente "dominar"
Jamais deixar de acreditar!
Brincar de Deus... recriar a vida
Desafiar, surpreender
Na explosão a dor, uma lição ficou!
Sou aprendiz do Criador
Em cada traço que rabisco no papel
Vou desenhando o meu destino
No horizonte, vejo um novo alvorecer
Ao mestre, meu respeito e carinho
É nova era, o futuro começou
É tempo de paz, resgatar o valor!
Águia... razão do meu viver
Berço que Deus abençoou
Nada se compara a esse amor!
Meu coração é comunidade
Faz o sonho acontecer
Pompeia guerreira, chegou sua hora
Seu manto reluz o poder do saber
A GRANDEZA DA CHINA E SUAS MENTES SÁBIAS E BRILHANTES, REMETEM AO MUNDO OS SEUS ENCANTOS. O SONHO DE UM POVO EMBALA O SAMBA E FAZ A VILA SONHAR
Vila, um caso de amor na avenida
O mundo hoje te reverencia,
Oh, China! Oh, China!
Um caso de amor na avenida
O mundo hoje te reverencia,
Oh, China! Oh, China!
Meu dragão milenar
Emana a energia que me faz sonhar
Grandes impérios se erguiam,
Mentes brilhantes que criam
Viver em perfeita harmonia
Caminho traçado, que maravilha!
Da lua, posso ver os astros a bailar
Artes de um povo em união
Filhos de uma só nação
Oh, pátria guerreira da sabedoria
Em cores e versos, essa melodia...
Tão bela ternura espalha no ar...
Faz encantar!
É fascinante, sonho real
Que retrata esse país continental!
Renova o corpo e a alma
Com o verde da esperança
Desperta a potência e a bonança
Xiè Xiè! A Vila Maria vem agradecer
Por tuas glórias, meu canto ecoou
O nosso momento chegou!
E faz a festa... a hora é essa
Um novo tempo vem aí
A Mais Famosa a reluzir
TEMPOS MODERNOS
Sou eu, sou eu, coração de aço
A cada passo, pronto pra sonhar
Meu mundo desfaço
Feito criança, vou sorrir ou chorar...
Saudade do abraço amigo
Não consigo entender
Quem sabe nas folhas do livro
Encontro o motivo, a luz do saber
O que será? Será...
Quero viver pra ver
Como vai ser o meu destino,
Se o meu futuro não é o mesmo de um menino?
Das mais belas mãos
Revoluções a nos guiar
A inovação vem dessas mentes
O que esperar?
Dona ciência, por favor, não leve a mal
Chegou a hora de rasgar o manual
Quero ver minha Roseira passar
É tempo de amar, é tempo de amar
Aprender, ensinar
Conectar as emoções, unir os corações
Eu sei que o tempo voa e vai voar
Eterna como a Rosa, assim será
A nossa relação, não importa a geração,
Renascerá!
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