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Anderson Baltar

Na reabertura da Sapucaí, Mangueira mostra estar pronta para brigar pelo bi

Especial para o UOL, no Rio

17/02/2020 08h55

Depois de semanas de indefinição, finalmente o sambista matou as saudades da Marquês de Sapucaí. Fechada por conta da reforma, a avenida do samba carioca reabriu na noite de ontem para o tradicional ritual da lavagem da pista e o teste de luz e som com a Estação Primeira de Mangueira, campeã do Carnaval 2019. E nem a forte e insistente chuva que caiu em boa parte da noite foi capaz de tirar o entusiasmo do público que ocupou grande parte dos setores de arquibancadas e frisas da avenida.

Desde o final da tarde, nuvens negras no céu deixavam bem claro que o risco de uma chuva na Sapucaí era iminente. E ela só veio de vez pouco depois das 19h, horário marcado para o início da lavagem. Por mais de uma hora, a tempestade caiu sobre o Sambódromo e, mesmo assim, o ritual teve o seu início.

Com a participação dos intérpretes das escolas do Grupo Especial do Carnaval do Rio de Janeiro, que cantaram um samba antológico e a obra de 2020 de suas agremiações, as baianas das escolas evoluíram pela pista despejando água de cheiro e abrindo os caminhos para a folia. Casais de mestre-sala e porta-bandeira das agremiações também estiveram presentes e foram muito aplaudidos pelo público.

Pouco antes das 22h e já sem chuva, a Mangueira tomou conta da Sapucaí. Com um dos enredos mais aguardados do ano, a verde e rosa deu uma prévia do que apresentará no próximo domingo, quando defenderá o enredo "A verdade vos fará livre", do carnavalesco Leandro Vieira. O samba-enredo, bastante atacado por grupos conservadores no pré-Carnaval, mostrou a sua força, sendo entoado com bastante vigor por componentes e público.

Extremamente organizada, a Mangueira mostrou que está pronta para brigar pelo bicampeonato. A bateria de mestre Wesley manteve a pegada durante todo o tempo e ajudada pelo bom desempenho do intérprete Marquinho Art' Samba e seu time de cantores. Porém, quem imaginava que as arquibancadas explodiriam com a passagem da Mangueira ficou com um gosto de quero mais. Talvez o desgaste pelo atraso e pela chuva tenham arrefecido um pouco o ânimo da galera. Mas nada capaz de empanar a boa apresentação dos mangueirenses, que saíram do treino com a sensação do dever cumprido.

Anderson Baltar