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Leo Dias

Com previsão de chuva, escolas de samba recorrem a truques de última hora

Marquês de Sapucaí alagada - Reprodução/Instagram
Marquês de Sapucaí alagada Imagem: Reprodução/Instagram

20/02/2020 11h31

O teste de luz e som da Sapucaí no último domingo, debaixo d'água, pode ter sido apenas uma prévia do que os foliões verão este final de semana no Carnaval do Rio, conforme apontam os principais indicadores meteorológicos da internet. Ferramenta utilizada pelo UOL, o Jornal do Tempo mostra, por exemplo, que há chances de chuva nas tardes de sexta-feira e sábado, antes dos desfiles da Série A. Também estão previstas pancadas de chuva com trovoadas na noite de segunda-feira, último dia de apresentações do Grupo Especial.

De olho em possíveis temporais, as escolas estão reforçando os truques que já adotam para não serem tão prejudicados pelo aguaceiro. Casais de mestre-sala e porta-bandeira, por exemplo, utilizam esta última semana de ensaios para verificar os solados antiderrapantes de seus sapatos — Selminha Sorriso, da Beija-Flor, fez os últimos ajustes na segunda-feira para garantir que nenhum centímetro de seu calçado ficasse sem essa proteção.

Os ritmistas das agremiações também ficam atentos: caso chova, precisam revestir instrumentos de percussão com plástico, já que a água pode causar desafinação.

Em relação a alegorias e fantasias, talvez as maiores preocupações, não há muito o que possa ser feito agora: as escolas que tomam precauções já escolhem materiais mais resistentes à água e ao vento. O que resta a ser feito de última hora é tentar proteger o que está pronto, seja dentro dos barracões, no transporte até o Sambódromo ou na concentração do desfile. Se há água caindo do céu, a ordem é para que tudo fique coberto o máximo de tempo possível até a entrada na Avenida. No ano passado, o vendaval foi tão forte que a própria pista ficou alagada e o público precisou fugir das arquibancadas para se esconder do aguaceiro.

Em São Paulo, onde o tempo estará nublado nos dias de desfile do Grupo Especial após uma chuva forte na quarta-feira, o problema tem maiores proporções: como as esculturas são mais grandiosas que as do Rio — com algumas delas atingindo 15 metros de altura — torna-se muito mais difícil conseguir cobri-las completamente. Na chamada "terra da garoa", a saída geralmente é orar para São Pedro e contar com a sorte para tentar encontrar o Sambódromo do Anhembi seco.

Leo Dias