Sobriedade dos acabamentos destaca coleção de arte e peças de design

Inspirado no estilo do edifício, de concreto aparente e linhas modernistas, o designer Francisco Cálio idealizou o projeto do apartamento de uma galerista, seu marido jornalista e o filho adolescente. Com ares sixties, os interiores receberam acabamentos neutros para destacar a coleção de arte dela.

Cálio tirou partido da iluminação natural abundante, proveniente das grandes janelas com esquadrias de alumínio. E como não havia muitos pontos de luz na sala, previu nichos e fendas onde embutiu lâmpadas fluorescentes amarelas que, segundo o designer, clareiam o espaço indiretamente. A partir desse jogo de luz surgiu o conceito do mobiliário, despojado e assinado por designers consagrados.

Para incrementar o uso dos espaços, Cálio instalou sob as aberturas, em uma das paredes, um móvel multiuso baixo, com nichos e portas, que acomoda livros, revistas, CDs e objetos de arte. Certas paredes foram revestidas com espelhos, que, além de ampliar o ambiente e intensificar a luz, também refletem as obras de arte.

O resultado ficou elegante e cosmopolita graças à contraposição entre concreto aparente, madeira de demolição e marcenaria laqueada.

Com 50 anos, o imóvel era compartimentado e possuía instalações ultrapassadas. Foi feita uma reforma que derrubou paredes para ampliar a sala, criar o lavabo, um home office e um closet para quarto do casal. Das quatro suítes restaram três, e o apartamento ficou com uma planta bem mais flexível. Os banheiros foram remodelados, a hidráulica e a elétrica, atualizadas, e ainda implantou-se cabeamento estruturado para telefonia, dados e internet. (Silvana Maria Rosso, colaboração para o UOL)