'Queria amigas sem filhos para sair': eles usaram app pra fazer amizades

Fazer amizade na vida adulta é muito mais difícil. Sem escola e parquinhos, como incluir novas pessoas na rotina? Por aplicativo! Essa novidade chegou aos celulares e você pode procurar amigos da mesma maneira que busca amores: por afinidade.

O Bumble criou um aplicativo especialmente para quem busca amigos. O "Bumble For Friends" (disponível para iOS e Android) funciona da mesma maneira que o aplicativo de namoro: você desliza para o lado quando encontra alguém com potencial. E, se a pessoa concordar, o papo começa.

"Muitas pessoas se queixam que têm poucos amigos e interações pessoais. A vida virtual realmente diminuiu esse contato que tínhamos antigamente", diz a psicóloga Silvia Rezende, colaboradora no Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP.

Para a especialista, o medo do julgamento é um dos fatores que faz com que os adultos tenham mais dificuldade de criar novos laços.

"A gente fica muito focado pensando se vão gostar de nós antes de nos aproximarmos de alguém. Sem contar que, com a rotina corrida, não temos tempo nem de responder mensagens e manter os vínculos", diz a especialista.

Contudo, ela não é contra começar amizades de maneira virtual. "Nossa vida seria muito mais difícil sem Pix ou cartão de crédito. Acho interessante fazer uso de um aplicativo. Só é importante lembrar que amizades precisam de tempo e investimento", conclui.

Universa conversou com quem aumentou o leque de amizade com o uso do aplicativo. E todos têm algo em comum: a mudança de endereço.

'Mulheres na mesma fase que eu'

"Me lembro de ter uma conversa com a minha irmã dizendo que tinha que existir um aplicativo para que fizéssemos amigos. É muito difícil conhecer gente nova que tenha os seus interesses. A gente acaba tão ocupado com a rotina na vida adulta...

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Estava procurando amigos porque me mudei de cidade. Mas queria encontrar mulheres sem filhos e que estivessem na mesma fase de vida que eu. Foi aí que minha irmã me contou que já existia um app para isso.

Baixei e fiquei impressionada com a quantidade de pessoas que tinham os mesmos interesses que estava buscando, como correr com companhia, andar no parque, sair para tomar uns drinques.

Uma das mulheres com as quais me conectei é minha amiga até hoje —usei o aplicativo há dois anos. Ainda saímos para jantar e tomar café juntas", Daniela Puente, 36, Phoenix (EUA)

'Fizemos um grupo no WhatsApp com 30 mulheres'

"Sou de São Paulo e em 2021 me mudei para Florianópolis. A ideia era viver com uma amiga, mas no fim das contas, acabei sozinha em uma nova cidade. Trabalhava em formato home office, não tinha amigos e estava em uma cidade nova. Ou seja: completamente isolada.

Me falaram sobre o aplicativo de amizade do Bumble, mas não conhecia ninguém que já tinha usado. Decidi usar. Na hora de criar perfil é muito diferente de quando você procura o date: o que você escreve quando está procurando amigos, sabe? Coloquei uns hobbies para ver com quem eu ia me identificar.

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No app, achava as conversas muito superficiais. Apesar dos papos, ninguém tinha a iniciativa de marcar para sair e se conhecer na vida real. Até que, em um sábado, uma menina me mandou mensagem perguntando se eu queria ir jantar. Topei.

Quando chegamos no restaurante, ela pediu mesa para quatro pessoas. Fiquei confusa, mas logo entendi: ela chamou uma galera para sair junto. Isso foi muito legal, a conversa fluía mais.

Essa amiga que fiz conseguiu reunir mais pessoas e, toda vez que saíamos, chamávamos mais gente para se unir ao grupo. No fim das contas, tínhamos um grupo no WhatsApp com 30 meninas que tinham se conhecido por conta do aplicativo. Entre todas, fiquei mais próxima de duas delas. Fizemos até uma viagem para o Chile juntas!", Larissa Oliveira, 29, Florianópolis (SC)

'Amizade não tem fronteira'

"Decidi usar o aplicativo para encontrar amigos quando morei na Espanha. Uns amigos que tinha lá me contaram sobre o Bumble e percebi que funcionava. Confesso que no começo achei estranho, mas como estava no exterior, me pareceu uma opção bem legal e menos complicada de fazer amizades.

No fim das contas, achei bem tranquilo. Estar longe de casa faz com que as pessoas se sintam mais abertas para se conhecer e formar vínculos. Tínhamos um grupo e, quanto mais saímos, mais ele aumentava.

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Isso aconteceu há cerca de quatro anos e carrego essas amizades até hoje. E olha que nem é com brasileiros: meus amigos eram da Inglaterra, Espanha, Estados Unidos... O app me ajudou a não sentir a solidão de estar sozinho em outro país", Conrado Dess, 34, São Paulo (SP)

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