Goleiro da seleção demorou 5 meses para pedir autógrafo a CR7 por vergonha
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"Será que você não consegue gravar um vídeo com o Cristiano Ronaldo me mandando um abraço ou um feliz aniversário?" Esse é o tipo de mensagem que Bento mais recebe de amigos, colegas e ex-companheiros de time desde que se transferiu para o Al-Nassr, em julho passado.
Só que o goleiro da seleção brasileira nem chega a levar esses pedidos para seu parceiro mais ilustre de clube. Não quer incomodar alguém que já é diariamente assediado na Arábia Saudita, em Portugal ou onde quer que esteja.
O ex-jogador do Athletico-PR tem dificuldade para usufruir das benesses de jogar com CR7 até em benefício próprio. Foram necessários cinco meses para juntar a coragem necessária para pedir um autógrafo ao astro português.
"Nem consegui pedir a camisa para ele. Fui lá na loja e comprei uma camisa 7 com o nome Ronaldo nas costas. Só entreguei para ele assinar. Vou colocar em um quadro e pendurar em casa", revelou o goleiro, em entrevista por telefone ao "Blog do Rafael Reis".
E olha que, apesar dessa timidez toda em encarar o ídolo, Bento é da mesma turma de CR7 no Al-Nassr.
Segundo o próprio goleiro, o português acaba tendo relação mais próxima com os estrangeiros da equipe saudita, especialmente aqueles que compartilham seu idioma (caso dele e do meia Otávio), falam espanhol (Aymeric Laporte e Jhon Durán) ou se comunicam bem em inglês (Sadio Mané e Marcelo Brozovic).
"Às pessoas acham que ele é fechadão por ter muita experiência e por tudo que construiu. Mas não é nada disso, essa é só uma imagem que as pessoas criaram por tudo que ele representa. O Ronaldo é uma pessoa comum, tranquila de conviver, que conversa bastante com a gente."
Sonho (quase) impossível
Apesar de já ser considerado um dos melhores goleiros do Brasil há pelo menos dois anos e de ser frequentemente convocado para a seleção desde então, Bento não imaginava que ainda teria a chance de jogar ao lado de CR7.
"Claro que a gente sonha com grandes feitos, em jogar por equipes importantes do cenário internacional. Mas não achei que isso pudesse acontecer comigo. Para começar, não imaginava que ele continuaria jogando até agora [o português completou 40 anos em fevereiro]."
Além da questão etária, o goleiro não tinha como ideia para o futuro da sua carreira deixar o Brasil para jogar no Al-Nassr e encontrar o artilheiro dos quase mil gols. Sua ida para a Arábia aconteceu depois de o Athletico-PR recusar propostas da Inter de Milão, que tinha a preferência do selecionável.
'Ajuda o velhinho'
Mesmo com a experiência de mais de 20 anos como profissional e cinco prêmios de melhor jogador do mundo, Ronaldo não se arrisca em dar conselhos técnicos para Bento. "Acho que ele nunca quis ser goleiro", brincou o brasileiro.
Mas isso não significa que CR7 não passe instruções para o goleiro. Durante as partidas do Al-Nassr, é comum que o português faça pedidos para os brasileiros... e, alguns deles, envolvem um pedido de "ajuda ao velhinho".
"O Ronaldo fala bastante do jogo em si. Pede para eu dar aquela segurada quando o ritmo está muito intenso. Ele ainda corre muito, mas já os quarentinha, né? (risos) Também pede que eu o evite nas bolas longas. Ele prefere que eu quebre para outro jogador brigar de cabeça e ele pegar a bola no chão já", entregou.
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