Rafael Reis

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Melhor como 2º atacante: como joga João Félix, sonho português do Flamengo

Alvo do Flamengo para a próxima janela de transferências, João Félix é um atacante polivalente, capaz de executar todas as funções do sistema ofensivo. O problema é que, em nenhuma delas, ele conseguiu até hoje provar que é "tudo isso".

Jogador português mais caro de todos os tempos e protagonista de uma transferência que bateu 127,2 milhões de euros (R$ 827,3 milhões), o ainda jovem de 25 anos já foi ponta direita, ponta esquerda, segundo atacante, centroavante e até quebrou o galho como camisa 10.

Mas, desde que saiu do Benfica para atuar no escalão mais alto do futebol europeu, seis anos atrás, o possível reforço rubro-negro tem enfrentado críticas por não render tanto assim e ser um tanto quanto indolente dentro de campo.

Desde o começo do ano, João Félix está emprestado pelo Chelsea ao Milan. No entanto, é pouco provável que os italianos comprem os direitos do jogador e menos provável ainda que a equipe inglesa faça questão de recolocar o português no seu elenco para o segundo semestre.

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Depois que chegou ao primeiro escalão da Europa, João Félix viveu seus melhores momentos atuando como segundo atacante e formando dupla com um centroavante mais fixo, formação que já fez muito sucesso no passado, mas que acabou caindo em desuso no cenário internacional.

Nas temporadas 2020/21 e 2021/22, o português jogou ao lado de Luis Suárez no Atlético de Madri. Enquanto o uruguaio ficava mais centralizado dentro da área, ele tinha a função de rodar por todo o setor ofensivo e criar jogadas que seriam finalizadas pelo camisa 9.

Na soma dos dois anos em que fez parte de uma dupla de ataque tradicional marcou 20 gols e distribuiu 12 assistências. Em média, participou ativamente de 0,43 jogada que terminou com a bola nas redes por partida disputada no período.

Depois que deixou o Atleti, primeiro para jogar no Barcelona e depois no Chelsea e no Milan, o português passou a ser aproveitado mais como ponta, normalmente pelo lado esquerdo do campo, ou na função de camisa 10.

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Como não é tão rápido assim e se destaca mais pela técnica do que pela habilidade para driblar adversários, João Félix costuma se comportar mais como armador do que como um ponta tradicional quando joga aberto.

Sua movimentação mais característica nessa função é partir em diagonal da lateral para o centro do campo, transformando-se em uma opção a mais para a criação de jogadas, o que faz dele uma espécie de "ponta construtor".

Vai dar negócio?

Ainda que tenha interesse real na contratação de João Félix, o Flamengo não está tão otimista assim que conseguirá atrair o português para o futebol brasileiro.

O maior entrave às pretensões rubro-negras está no fato de o atacante ainda ter um mercado bem considerável na Europa, especialmente em ligas de segundo escalão. O Benfica, seu clube formador, e o Galatasaray, time turco "especialista" em contratar grandes nomes que estão em baixa ou em fim de carreira, também estão na corrida pelo jogador.

Como não tem expectativas de aproveitamento de João Félix após o fim da jornada no Milan, o Chelsea não deve fazer um jogo tão duro para liberá-lo. Existe até mesmo a chance de os ingleses aceitarem uma nova proposta de empréstimo.

Reportagem

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