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Vitamina A: saiba para que serve e os alimentos ricos no micronutriente

É importante consumir alimentos ricos em vitamina A - iStock
É importante consumir alimentos ricos em vitamina A Imagem: iStock

Samantha Cerquetani

Colaboração para Vivabem

30/03/2022 04h00

As vitaminas são essenciais para o bom funcionamento do organismo. E, em quantidades adequadas, ajudam na manutenção da saúde. Entre elas, destaca-se a vitamina A, que é um micronutriente importante, já que está associada a prevenção de doenças e fortalecimento do sistema imunológico.

Mas você sabia que embora as vitaminas sejam fundamentais para a saúde elas não são fabricadas pelo nosso corpo? Sendo assim, toda a vitamina A que necessitamos é proveniente dos alimentos. Em alguns casos de deficiência, há a necessidade de suplementação oral.

A seguir, veja detalhes sobre os principais benefícios da vitamina A, para que serve e os alimentos mais ricos no nutriente.

Vitamina A: o que é e para que serve

O que é a vitamina A?

A vitamina A é um termo genérico que engloba alguns micronutrientes lipossolúveis, ou seja, que são dissolvidos em gorduras. Os seres humanos precisam suprir a necessidade de vitamina A por meio da dieta.

Existem duas formas de vitamina A encontradas nos alimentos: itens de origem animal contêm retinol, ácido retinoico e éster de retinil e os de origem vegetal possuem o micronutriente na forma de carotenoides, denominada de A ou ß-caroteno, que em seguida é metabolizada pelo organismo.

Para que serve a vitamina A?

A vitamina A é essencial para a visão e saúde dos olhos. Consumir alimentos com o micronutriente pode prevenir doenças como a degeneração macular relacionada à idade, que, em alguns casos, causa a perda da visão

Também ajuda a proteger e manter a córnea, a camada mais externa do olho, e também a conjuntiva, que é uma membrana fina que cobre a superfície do olho e o interior das pálpebras.

Por possuir propriedades antioxidantes, a vitamina A combate os radicais livres, ou seja, moléculas que provocam estresse oxidativo. E essa condição tem sido associada a diversas doenças como câncer, diabetes e problemas cardiovasculares.

Mas ela também auxilia no crescimento, contribui para a formação dos dentes, do colágeno e na regulação de genes envolvidos na produção e renovação celular.

Além disso, é essencial para o bom funcionamento do sistema imunológico e auxilia no metabolismo do ferro, o que afasta o risco de anemia ferropriva.

Quais são os alimentos ricos em vitamina A?

A vitamina A é encontrada em alimentos de origem animal e vegetal. Entre os de origem animal, podemos citar:

  • fígado;
  • gemas de ovo;
  • leite integral e seus derivados, como a manteiga, o queijo e o iogurte;
  • peixes como salmão e truta.

Já entre os alimentos de origem vegetal que possuem vitamina A, destacam-se:

Qual a relação da vitamina A com a imunidade?

A vitamina A é considerada uma moduladora da imunidade, ou seja, um nutriente que atua diretamente no sistema imunológico, fortalecendo as defesas do organismo.

O ácido retinoico e o betacaroteno aumentam a porcentagem de células linfoides no organismo, que fazem parte dos glóbulos brancos e ajudam a combater diversas doenças.

Sabe-se que a deficiência desse nutriente leva ao aumento dos níveis de moléculas inflamatórias, que diminuem a resposta do sistema imunológico.

Vitamina A é boa para o cabelo?

Você já deve ter ouvido falar que a vitamina A faz bem para o cabelo. E isso é verdade! Por possuir ação antioxidante, ela mantém os radicais livres (responsáveis por danos às células) longe dos folículos de cabelo.

Sendo assim, os cabelos precisam manter uma boa quantidade de vitamina A, pois a falta desse micronutriente leva ao ressecamento dos fios; enquanto o excesso costuma causar a perda capilar.

A vitamina A também é importante para o cabelo pelo seu efeito benéfico na pele, auxiliando na redução da descamação do couro cabeludo.

Quais os perigos da falta de vitamina A?

Como a vitamina A é importante para o bom funcionamento da visão, sua deficiência pode levar a uma série de problemas oculares, já que causa ressecamento ocular, dificuldade para enxergar em ambientes escuros e até mesmo a cegueira noturna.

De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), o principal motivo da cegueira evitável em crianças no mundo é a deficiência de vitamina A.

A falta de vitamina A na infância também está relacionada com problemas de crescimento e desenvolvimento. É comum também afetar a pele, deixando-a mais áspera e seca. Além disso, a deficiência compromete o sistema imunológico, deixando o organismo mais suscetível a doenças.

A vitamina A age como antioxidante, combatendo os radicais livres. Por isso, a carência de vitamina A também está associada ao aparecimento de doenças como as cardiovasculares, hipertensão, Alzheimer e Parkinson, entre outras.

Quais os riscos de ingerir vitamina A em excesso?

Se a falta de vitamina A pode ser prejudicial ao organismo, o excesso também causa problemas. Por isso, é necessário manter o suprimento desse nutriente em níveis adequados, evitando os extremos.

A vitamina A é importante para o crescimento e desenvolvimento do feto. Porém, doses acima de 3.000 mcg (10.000 UI) causam malformações fetais, em alguns casos.

Os principais sintomas do excesso de vitamina A são: pele seca, vômitos, alopecia, dor óssea, vertigem, visão turva e densidade mineral óssea reduzida, podendo resultar em osteoporose —condição que deixa os ossos frágeis e suscetíveis a fraturas.

Mas vale destacar que a toxicidade por excesso de vitamina A é rara e mais frequente em casos de suplementação em altas doses.

Qual a quantidade de vitamina A recomendada por dia?

A quantidade de vitamina A recomendada por dia varia de acordo com a idade do indivíduo. Há várias unidades utilizadas para determinar a atividade da vitamina A. No entanto, de acordo com a Abran (Associação Brasileira de Nutrologia), o ER (equivalente de retinol) é a unidade universalmente aceita.

Além disso, utiliza-se a UI (Unidade Internacional) para calcular o micronutriente. Nesses casos, 1 UI equivale a 0,3 microgramas de vitamina A.

Vale destacar que, por ser um cálculo complexo, o melhor a fazer é seguir as orientações do médico quando for necessário a suplementação. Mas você pode fazer a sua parte e incluir com mais frequência na dieta os alimentos que são fontes de vitamina A.

As recomendações nutricionais para vitamina A são:

  • 300 ug ER/dia entre 1 a 3 anos de idade;
  • 400 ug ER/dia entre 4 a 8 anos de idade;
  • 600 ug ER/dia entre 9 a 13 anos de idade;
  • 900 e 700 ug ER/dia para homens e mulheres, respectivamente;
  • O limite máximo é de 3.000 ug (10.000 UI).

Quem precisa de vitamina A?

Todos os indivíduos necessitam de vitamina A para proteger sua saúde e visão. No entanto, algumas pessoas são mais vulneráveis à deficiência do micronutriente e necessitam de atenção especial. É o caso de crianças pequenas e lactantes.

Quando é necessária a suplementação oral de vitamina A?

Boa parte da vitamina A é armazenada no fígado. Quando a reserva de vitamina A diminui, aumentam as consequências de sua deficiência. Por isso, a suplementação oral de vitamina A é indicada para impedir problemas de saúde, principalmente os que afetam a visão.

Algumas pessoas são mais suscetíveis à carência de vitamina A. É o caso de quem tem fibrose cística, transtornos no fígado e problemas intestinais como doenças inflamatórias que impedem a absorção de vitaminas. Por isso, nestes grupos específicos, os especialistas de saúde podem solicitar a suplementação oral.

Fonte: Erica Fernanda de Oliveira, nutricionista do Hospital Nove de Julho (SP); Camilla Marini Veraldi, nutricionista da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo e Juliana Aragão, nutricionista e conselheira do CRN-7 (PA, AC, AM, AP e RO)