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Anderson Baltar

Escolas do Grupo Especial do Rio iniciam a temporada de contratações

Carnavalesco Paulo Barros deixa a Vila Isabel para integrar a Viradouro - Instagram/Reprodução
Carnavalesco Paulo Barros deixa a Vila Isabel para integrar a Viradouro Imagem: Instagram/Reprodução

21/02/2018 17h37

Ao final de toda temporada de futebol, o noticiário passa a ser quais as contratações que cada clube fará para o próximo ano. No mundo do samba não é diferente. Mal terminou o Carnaval 2018, as escolas de samba do Grupo Especial carioca já deram início a um frenético troca-troca entre seus profissionais em busca de um melhor resultado para o próximo desfile. A contratação de maior impacto veio da Unidos do Viradouro. A escola, recém-promovida de volta ao concurso principal, anunciou a contratação de Paulo Barros, vindo da Unidos de Vila Isabel, onde ficou apenas em nono lugar neste ano. A escola de Niterói também acertou, na tarde desta quarta (21), a volta do mestre Ciça para a sua bateria. Diretor por muitos anos da Viradouro, o mestre estava desde 2015 na União da Ilha.

A escola do bairro de Noel Rosa, por sinal, foi uma das que mais modificou seu time: assim que perdeu Paulo Barros, a Vila Isabel anunciou a contratação de Edson Pereira, carnavalesco que subiu a Viradouro. A renovação também chegou à bateria, onde Chuvisco, mestre contratado à Estácio de Sá, não resistiu às baixas notas dos jurados (apenas um 10, dois 9,9 e um 9,8). Em seu lugar, foi contratado o prata da casa Macaco Branco, músico respeitado no mundo do samba e integrante da banda de Mart´nália. A Vila Isabel também trocou de intérprete: sai Igor Sorriso e entra Tinga, que volta a escola de onde esteve afastado desde o Carnaval de 2013 - por sinal, o último título da Vila. O destino de Igor, um dos cantores da nova geração de maior prestígio, ainda é incerto.

Carnavalesco mais longevo em uma escola do Grupo Especial, Cahê Rodrigues deixou a Imperatriz Leopoldinense, onde estava desde 2013. A escola de Ramos ainda não anunciou seu substituto. A Estação Primeira de Mangueira dispensou a dupla Steven Harper e Adriana Salomão do comando de sua comissão de frente. Sem dúvida, o fraco desempenho da verde e rosa neste quesito foi decisivo. Foram duas notas 9,9 e duas 9,8, que ocasionaram a perda de quatro décimos para a escola – se tivesse “gabaritado”, a Mangueira teria conquistado o título, com 0,1 de vantagem para a Beija-Flor.

Nesta ciranda também existem os profissionais que já estão renovados para o próximo ano. Dentre os carnavalescos, Leandro Vieira (Mangueira), Jorge Silveira (São Clemente), Severo Luzardo (União da Ilha), Rosa Magalhães (Portela) e Alexandre Louzada (Mocidade) já garantiram as permanências em suas escolas.

Ainda há algumas incógnitas. Uma das principais é o que será da Comissão de Carnaval da campeã Beija-Flor de Nilópolis, já que, no dia da apuração, seu mentor, o diretor de Carnaval, Laíla, mostrou-se insatisfeito com a presença do coreógrafo Marcelo Misailidis na preparação do desfile da escola. Laíla anunciou, ainda na Praça da Apoteose, que pediria para sair da escola e trabalhar na Grande Rio, que foi rebaixada para o Grupo de Acesso – na última vez em que a agremiação de Duque de Caxias esteve na divisão inferior, em 1992, Laíla estava na escola e a ajudou a subir.

A situação dos profissionais da Grande Rio também está envolvida em dúvidas. Nos últimos dias, vários boatos afirmam que a escola seria salva do rebaixamento pela Liesa – fato que até agora não se confirmou e já conta com a rejeição de presidentes de escolas como Portela, Mangueira e Mocidade. O fato é que seus funcionários estão em compasso de espera. A se confirmar o rebaixamento da Grande Rio, os carnavalescos Renato Lage e Márcia Lage, o intérprete Emerson Dias, o mestre de bateria Thiago Diogo e os coreógrafos Priscilla Mota e Rodrigo Negri estarão disponíveis no mercado – o que poderá fazer essa ciranda girar ainda mais.

Anderson Baltar