Marcelo Veiga: FPF defende protocolo contra covid e cita 2ª onda no país

Após a morte do treinador Marcelo Veiga, do São Bernardo, nesta segunda (14), em decorrência de complicações provocadas pela covid-19, Moisés Cohen, presidente da comissão médica da Federação Paulista, defendeu os protocolos de prevenção elaborados pela entidade. Para ele, é preciso uma mudança comportamental de quem não se cuida como deveria.

Indagado pela coluna sobre o tema, o médico afirmou não ver motivos para mudanças nas diretrizes estabelecidas pela FPF para combater a transmissão do vírus entre os participantes de suas competições.

"O São Bernardo teve um número muito grande de contaminados. Acho que não é caso de rever nada. Os protocolos estão aí para serem seguidos. O que tem que rever é a conduta das pessoas, infelizmente. Dos atletas, a forma como eles encararam, de repente, o problema. Um que se contamina passa para o grupo. Todos os cuidados foram orientados. Aconteceu porque ele [Veiga] é um paciente com um pouco mais de risco, mas o que tem acontecido é que os casos positivos de covid em atletas têm se manifestado [com sintomas] muito pouco ou praticamente nada. Isso não quer dizer que você não tenha que tomar os cuidados devidos também. Então, o protocolo não tem que mudar nada. O que tem que mudar é a cabeça e o comportamento das pessoas", afirmou Cohen.

O médico da federação lembrou que há um aumento de casos no país. Ou seja, não se trata de um problema localizado apenas no futebol brasileiro. Vários times enfrentaram surtos recentemente.

"Os acontecimentos mostram claramente o porquê do aumento de casos, não só no futebol, mas também na população em geral. De repente, as pessoas estão cansadas do isolamento e saem como se a pandemia já tivesse terminado", disse o médico.

Na FPF, também é usado o argumento de que os protocolos adotados nas competições foram aprovados por autoridades públicas da área da saúde.

Atualmente, o São Bernardo disputa a fase semifinal da Copa Paulista. Veiga faleceu aos 56 anos em Bragança Paulista, onde estava internado na Santa Casa.