Presidente da CBF sente golpe, mas fica preso a mundo imaginário
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Em seu discurso no congresso da Conmebol, Ednaldo Rodrigues mostrou que sentiu o golpe. A fala do presidente da CBF demonstrou que ele percebeu a necessidade de se defender após uma chuva de críticas. A contestação à gestão dele cresceu depois da derrota da seleção brasileira por 4 a 1 para a Argentina e da reportagem da revista piauí desnudando sua administração.
No entanto, o cartola fez um discurso descolado da realidade. Em vez de limpar sua barra, as palavras usadas indicam que ele não tem um plano para recuperar o futebol brasileiro.
Ednaldo disse: "Quando a seleção não se encontra bem em campo, eles colocam toda a administração como se fosse culpada. E, na realidade, nós não temos o controle de campo. Controle de campo é quem joga melhor e quem vence. Nós não podemos colocar a seleção brasileira mais no passado dos títulos conquistados. Ela tem que se impor, ela tem que voltar a ser grande, conquistando dentro de campo. E respeitando aqueles que vencem ela, porque venceram através de um melhor futebol. Então eu penso dessa forma. Ninguém é mais do que ninguém, mas também não pode, por resultado em campo, dizer que as outras coisas estão mal".
Ao dizer que não tem controle do campo, o dirigente tenta se livrar da responsabilidade pela ruindade da seleção.
Só que no mundo real, a seleção foi atrapalhada por suas decisões erradas, como perder tempo precioso esperando por Carlo Ancelotti e inventando um treinador interino, Fernando Diniz.
Em seu mundo imaginário, Ednaldo dá a entender que, sem contar a seleção brasileira, o futebol nacional está uma maravilha.
Sabemos que não está. A CBF não consegue resolver problemas históricos, como péssimo nível de arbitragem, gramados ruins e calendário inchado.
Pior, Ednaldo é incapaz de fazer a conexão entre a seleção e as falhas internas do futebol brasileiro.
O caminho mais seguro para a seleção voltar a ser forte passa pela melhoria das condições para a prática do futebol no Brasil, com bons gramados, arbitragem com credibilidade e calendário racional.
Outro ponto fundamental é interromper a política de contratar treinador para apagar incêndio.
A seleção precisa de um técnico que pense a longo prazo e esteja comprometido com a reestruturação do futebol brasileiro visando a construção de uma nova identidade para o estilo de jogo do time nacional.
Ednaldo demonstra estar distante de tudo isso. O cartola parece preso a um mundo fantasioso no qual ninguém percebe o desastre que é sua gestão.
Na construção dessa fantasia, ele conta com a valiosa ajuda dos presidentes de clubes das Séries A e B e de federações, que o reelegeram por aclamação, apesar de tudo.
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