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Chefe de Bortoleto quer saber se colegas são 'normais ou como na Netflix'

O novo chefe de Gabriel Bortoleto, Jonathan Wheatley, que foi um dos pilares importantes para o sucesso da Red Bull nas últimas décadas, viveu uma maratona nestas suas três primeiras semanas em um cargo que nunca ocupou antes, em seus mais de 30 anos de Fórmula 1.

Além de estar à frente da equipe nas três corridas em sequência que foram realizadas desde que assumiu, ele ainda voltou à fábrica da Sauber, na Suíça, entre uma viagem e outra para o Japão, Bahrein e Arábia Saudita.

Wheatley tem ao mesmo tempo a missão de tornar uma equipe que amargou as piores posições nos últimos campeonatos no time de fábrica da Audi, com todas as ambições que vêm com a marca alemã, ao mesmo tempo em que tenta se encaixar nessa nova função depois de ser o diretor esportivo da Red Bull por muitos anos.

Seu cargo anterior tinha, volta e meia, um ar político, já que ele representava a Red Bull em reuniões e principalmente nas conversas com os comissários que decidem sobre as punições. E sempre foi muito bom nisso.

Perguntado pelo UOL Esporte se estava animado para agora fazer parte das reuniões dos chefes de equipe, Wheatley respondeu com eloquência.

"Sim! Quer dizer, não é uma situação totalmente nova para mim. Como sabe, representei equipes em comissões esportivas e perante a FIA por muito tempo. Sem como funciona. Gostaria de pensar que eu sei como influenciar as coisas quando eu puder. Estou ansioso para ver o resultado final. Fico pensando se é como a Netflix ou se as pessoas são normais lá dentro. Mas pretendo manter os pés no chão."

A referência, é claro, é à série da F1 na Netflix chamada "Dirigir Para Viver", que trouxe muitos novos fãs para o esporte nos últimos anos.

Um plano de 30 e outro de 100 dias para a Sauber

Gabriel Bortoleto, da Sauber, durante o GP da Austrália
Gabriel Bortoleto, da Sauber, durante o GP da Austrália Imagem: WILLIAM WEST / AFP

Enquanto esse momento não chega, Wheatley trabalha para entender como tornar a Sauber uma nova Red Bull ou McLaren. Nestas três semanas, ele colecionou anotações e observações e não crê que a equipe esteja muito distante do que ele imaginava.

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"Tenho curtido cada segundo. Estou reconhecendo os desafios que temos aqui, mas, para ser sincero, estou vendo todos eles como oportunidades. Acho que agora estou tendo uma ideia clara de onde a equipe precisa de um pouco de apoio, onde podemos fazer as coisas de forma um pouco diferente. Eu tenho um plano de 30 dias, um plano de 100 dias. E não acho que as coisas estejam muito diferentes do que eu pensava. A única coisa que me surpreendeu foi que é uma equipe jovem. Há muita energia aqui, muita energia positiva que acho que só precisa ser canalizada um pouco."

O papel de Wheatley é gerir a equipe em si, posicionar as melhores pessoas para cada função, estabelecer estruturas e procedimentos. Ele revelou achar particularmente importante que as pessoas entendam onde suas responsabilidades começam e terminam.

O britânico acha que pode ajudar a Sauber a antever desafios que vão aparecer mais adiante por conta de sua experiência. Afinal, ele viu a Red Bull sair do meio do pelotão depois de ter comprado a Jaguar para conquistar títulos.

"O que realmente importa é que posso e espero trazer para a equipe uma enorme experiência sobre como um grande time é. Preparar o cenário para os problemas que encontraremos em três ou quatro anos, que ninguém ainda viu ou está pensando ainda. Então, há uma dupla empolgação para mim: estar em uma empresa, fazendo um trabalho que amo e ser capaz de ver onde você pode agregar valor imediatamente, mas também saber que posso levar isso até o fim. Consigo ver o planejamento de longo prazo que precisamos implementar."

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