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Opinião

Que história é essa que Max Verstappen já decidiu sair da Red Bull?

A vitória do GP da Arábia Saudita ficou com Oscar Piastri, que assumiu a liderança do campeonato, mas o grande personagem do fim de semana foi Max Verstappen. E não só pela pole position inesperada e o segundo lugar na prova, mas sim por todas as especulações acerca de seu futuro. Teve um pouco de tudo, de jornal garantindo que ele já tomou a decisão de sair a especulações sobre um possível ano sabático em 2026, enquanto o piloto holandês seguiu seu discurso de sempre: "Só quero continuar trabalhando para tentar melhorar o carro. Muita gente está falando sobre meu futuro, só eu não estou."

Antes de tudo, é bom organizar as informações. Verstappen não pode ter decidido sair porque isso não depende só dele. O tetracampeão tem um contrato com a Red Bull até 2028, com cláusulas contratuais relacionadas à performance. Historicamente, a equipe sempre manteve cláusulas relacionadas à performance do piloto ao invés do time em si, mas não se sabe exatamente qual é a situação do contrato dele.

O mais provável é que Verstappen só esteja livre para fechar com outra equipe se chegar às férias de agosto da F1 fora do top 3 do campeonato de pilotos, cenário vivido por outro tetracampeão da Red Bull, Sebastian Vettel, em 2014.

Verstappen não demonstra ter pressa. E não precisa

As conversas com o círculo mais próximo do piloto apontam para um cenário em que Verstappen preferiria usar sua posição bastante valorizada no mercado de pilotos para entender melhor quem estará na frente no novo regulamento da Fórmula 1, que entra em vigor em 2026, para trocar de equipe somente antes da temporada de 2027.

Trata-se de uma mudança de regras diferente das anteriores, com um novo motor e um novo carro estreando de uma só vez. E não é esperado que uma fabricante de motores comece muito na frente, como ocorreu com a Mercedes em 2014. Além do que isso não será o único diferencial de performance, como foi naquela troca de regras de mais de 10 anos atrás.

Ao mesmo tempo, há rumores de que a Red Bull está tendo dificuldades com o primeiro motor que vai produzir dentro de sua própria fábrica, principalmente na integração entre a bateria e o motor a combustão. Inclusive viria daí seu apoio à antecipação da próxima mudança de regulamento e da adoção de motores aspirados, sem eletrificação.

Dentro desse contexto, surgiu por meio da BBC a conversa de um ano sabático para Verstappen em 2026, já prevendo que a Red Bull terá um período difícil, mas também sem se comprometer com ninguém até ficar claro quem poderá lhe dar o melhor equipamento.

Até porque, embora Verstappen esteja certo ao dizer que as conversas sobre a saída da Red Bull nunca partem dele, ele já repetiu algumas vezes que quer estar na equipe que pode lhe dar a maior chance de conquistar títulos.

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E não há nada apontando no momento que essa equipe será a Red Bull em um futuro próximo.

Para onde Verstappen iria?

O projeto da Aston Martin é muito robusto. Só agora que a equipe está usando as novas ferramentas que tem à disposição, como o túnel de vento mais avançado de todo o grid, ao mesmo tempo em que eles estão começando a trabalhar sendo guiados por Adrian Newey - que, como revelou Andy Cowell na Arábia Saudita, tem passado boa parte de seu tempo corrigindo a maneira como o time aproveita seus "brinquedos" novos.

Eles serão a equipe de fábrica da Honda, com grande injeção de investimento da saudita Aramco, têm uma fábrica novinha e toda pensada para permitir que as ideias fluam. O único porém são os comprometimentos feitos até que Lawrence Stroll um dia desista da carreira de piloto de seu filho.

Na Mercedes, Verstappen seria o sonho de consumo de Toto Wolff, que perdeu a chance de contratá-lo quando ele estava saindo do kart. Uma dupla com Kimi Antonelli, o piloto que Wolff agarrou com unhas e dentes bem cedo justamente para não viver o que passou com Verstappen novamente, seria algo ainda mais tentador.

Mas nem todo mundo acha que ter Verstappen é uma boa. "Ele pode dar um pouco mais de performance? Sim, acho que ninguém negaria o quão extraordinário ele é. Mas ele vem com vários pontos negativos que você tem que levar em consideração", disse James Vowles, chefe da Williams. "A Mercedes tem uma ótima cultura com dois pilotos que estão tirando perto do máximo do carro e eu pessoalmente não acho que há lugar para ele lá."

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A impressão que se tem desde o ano passado é que há certa inquietude ao redor de Verstappen para decidir logo o que fazer, e por isso essa história de saída volta e meia reaparece, enquanto o piloto prefere mesmo é esperar. "Eu só quero focar no meu carro, trabalhar com as pessoas na equipe. É a única coisa em que estou pensando a respeito de F1 no momento. Estou muito relaxado."

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Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

1 comentário

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Alexandre Augusto de Souza Lima

Seria interessante vê-lo na Mercedes. 

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