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Como Pippen era o 2º melhor do Bulls 6X campeão, mas o 122º salário da NBA

Jordan e Pippen Bulls - Jonathan Daniel/Getty Images
Jordan e Pippen Bulls Imagem: Jonathan Daniel/Getty Images

21/04/2020 10h00

Uma das maiores polêmicas já divulgadas na lançada série "Last Dance" (Netflix - mais aqui, aqui e aqui) até o momento vai para a conta de Scottie Pippen, o segundo melhor jogador daquele Chicago Bulls seis vezes campeão em oito anos (91-92-93 e 96-97-98), mas estranhamente (ao menos em um primeiro olhar) o sexto maior salário daquele time e o 122º de toda NBA.

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A história tem mil versões, mil nuances, mil maneiras de ser lida, mas o próprio Scottie Pippen deixa claro na série-documentário quando ele mesmo explica que por razões familiares (tinha 11 irmãos, pai e mãe pra sustentar) assinou por 7 anos e US$ 18 milhões em 1991 para garantir o futuro de sua família.

Ele errou? Não. O Bulls errou ao não dar aumento salarial a ele anos depois de ter assinado por tão baixa quantia? Não. A NBA, e o esporte americano de modo mais amplo, é negócio, tratado assim até a última gota e tanto Pippen quanto o Chicago arriscaram naquele verão de 1991 (até então ele recebia US$ 765 mil/ano em seu contrato de calouro).

Pippen e o Bulls não sabiam que ele se tornaria um dos melhores da história (o Bulls acabara de ganhar seu primeiro campeonato, não custa lembrar) e que a liga iria crescer absurdos. O camisa 33 tem toda razão de ter ficado furioso ali em 97/98 (6° salário do time, o 122° maior da liga), mas o Chicago e seu gerente-geral turrão (Jerry Krause, bem retratado logo no começo da série) fizeram uma aposta anos antes. Ninguém sabia no que Pip se transformaria (nem ele, pra ser sincero).

Se virasse fenômeno, como virou, a franquia se daria melhor em termos de negócio. Se não, o Chicago teria um contrato gigante (na época) para lidar (como já aconteceu em diversas vezes na NBA). A história jogou a favor do Bulls, e Pippen ganhou menos do que poderia / merecia. Não custa colocar luz e lembrar que Pippen assinou seu contrato, opção dele, por necessidade / situação familiar. Faz parte da vida.

Vida que acabou por recompensá-lo nos anos seguintes, quando ele recebeu mais dos US$ 87 dos US$ 109 milhões que embolsou em salários entre 1999 e 2005 quando atuou por Houston Rockets (uma temporada, US$ 11mi), Portland Trail Blazers (4 temporadas, US$ 66mi) e fechou sua carreira no Bulls ganhando US$ 10 milhões entre 2003 e 2005.