Carnaval em SP: em dia cinza, Tarado Ni Você pinta de neon centro da cidade
"E os Novos Baianos passeiam na sua garoa", diz o trecho da música Sampa, de Caetano Veloso. No caso deste sábado de Carnaval, são os foliões que passeiam, bem em frente à esquina icônica da capital, na concentração do Bloco Tarado Ni Você, que homenageia o cantor.
Tomando um suco de laranja "turbinado" com vodca para garantir a vitamina C e a animação da manhã, o estudante Anderson Duarte, 30, vem ao Tarado, independente do tempo, porque considera um bloco que tem um "mix" muito vantajoso para curtir.
"Gosto das músicas, é um bloco que dá para ficar à vontade, não tem assédio, briga. As pessoas se tratam com respeito", opina.
O bloco deu início ao desfile ao 12h, com a fala do fundador Thiago Borba: "Considere esse espaço como um mundo que a gente quer viver. Vamos alegres, cantantes e em segurança". O som entrou na sequência com a música "Milagres do Povo".
O Tarado trouxe foliões que usaram o corpo para trazer mensagens de posicionamento. Para a gaúcha Bianca Lagesse, 34, cozinheira, que escreveu nas costas "Pesquise sobre o veganismo", todo o Carnaval é político.
"É a primeira vez que venho passar o Carnaval em São Paulo, e o Tarado é o primeiro bloco que vou por aqui. E minha escolha tem a ver com ele ser LGBT, e mulheres lésbicas se sentem seguras".
Henrique Carai, 49, professor, fez uma maquiagem de palhaço, com referência ao Coringa, desenhou no corpo um símbolo antinazismo, somada a uma camiseta da Ursal.
"Esse é o momento de manifestar de uma forma lúdica, com alegria. No trabalho eu uso 'maquiagem' , aqui sou eu mesmo", diz.
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