Jayme Monjardim e 'Romaria': esperança em meio à crise histórica da Band

Jayme Monjardim é um dos diretores mais respeitados e conceituados da teledramaturgia brasileira, com uma carreira marcada por trabalhos memoráveis, como a versão original de "Pantanal" e "Ana Raio e Zé Trovão" —a única novela produzida totalmente fora de estúdios.
Ele nunca teve medo de arriscar, e, pelo jeito, continua sendo fiel a essa filosofia. Recentemente, anunciou que sua próxima novela, "Romaria", escrita por Letícia Wierzchowski, será exibida na Band. O problema, no entanto, é a Band. A emissora retorna à dramaturgia após inúmeras idas e vindas, sempre abandonando o gênero e deixando muitos profissionais pelo caminho.
A primeira novela da casa, "Cara a Cara", de Vicente Sesso, dirigida por Jardel Mello e Arlindo Pereira, com trilha sonora de Antonio Marcos e um elenco de peso —com Fernanda Montenegro, Luis Gustavo, David Cardoso, Débora Duarte, Nathália Timberg, Irene Ravache, entre outros— é um exemplo de um grande esforço que não se concretizou.
A Band é o problema porque nunca se consolidou no gênero e não conseguiu criar o hábito de dramaturgia no telespectador. Já tentou parcerias com a TV portuguesa, mas abandonou o projeto. Exibiu novelas turcas com relativo sucesso, mas, mais uma vez, desistiu.

O cenário atual da emissora é ainda mais preocupante. A grade de programação da Band carece de atrativos, e muitos nem sabem mais o que está sendo exibido, além do Brasil Urgente e do Jornal da Band. O MasterChef, que foi um dos maiores acertos da emissora, agora ocupa um espaço sem brilho, às terças-feiras.
E é nesse deserto de tentativas frustradas que Jayme Monjardim se prepara para estrear sua novela, como se fosse um oásis, com a missão de atrair de volta o público para a emissora da família Saad —uma emissora que sempre trouxe grandes nomes, como Walter Clark, Walter Avancini, Marlene Mattos e Zeca Camargo, mas nunca ofereceu a esses profissionais as condições mínimas de trabalho necessárias.
Agora é a vez de Jayme Monjardim. Tomara que ele consiga contornar a precariedade de recursos da emissora e fazer o que outros grandes nomes da comunicação, como ele, não conseguiram no canal.
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