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Vitor Guedes

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Brasil não vence desde que trocou mata-mata por pontozzz corridozzz

Viagem no tempo: Brasil não é campeão mundial desde 2002, último ano do Brasileiro em mata-mata; na imagem, Felipão e o capitão Cafu desembarcam no Brasil após a conquista do penta - AFP PHOTO/VANDERLEI ALMEIDA
Viagem no tempo: Brasil não é campeão mundial desde 2002, último ano do Brasileiro em mata-mata; na imagem, Felipão e o capitão Cafu desembarcam no Brasil após a conquista do penta Imagem: AFP PHOTO/VANDERLEI ALMEIDA

Colunista do UOL

12/12/2022 18h13Atualizada em 12/12/2022 18h13

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O último título mundial brasileiro, o pentacampeonato, foi conquistado em 2022, último ano em que o Campeonato Brasileiro foi decidido com mata-matas. Metade daquele grupo atuava no futebol brasileiro, entre eles os titulares Marcos, Gilberto Silva e Kleberson. De 2003 para cá, desde a implementação do turno e returno, o Brasil só colecionou vexames em Copas do Mundo. A melhor campanha, de 2014, terminou com o vexatório 7 a 1 para a Alemanha, com a seleção pipocando e passando vergonha na hora de decidir, mesmo jogando em casa.

Quem me acompanha, hoje, aqui no UOL Esporte e no Bandsports ou já me acompanhava em todos os veículos e plataformas que atuei desde 2003, sabe o quanto eu defendo a volta do mata-mata e quanto eu detesto a colonizada, previsível e interminável fórmula dos pontozzz corridozzz. E defendo de forma ininterrupta, independentemente do campeão e dos degolados da vez, sem mudar o discurso de acordo com o(s) time(s) da moda... Viva memória!

Dito isso, com todas as letras, não vamos aqui tratar de espremer os fatos até eles confessarem o que eu quero para justificar a minha preferência. Agora, é fato que cada país e, pois, cada futebol, tem cultura próprias, com aspectos que podem, no contexto de disputa internacional, ser benéfico ou prejudicial

Em 1958, 1962, 1970, 1994 e 2002, como antes e depois disso, o futebol brasileiro foi pessimamente administrado e sempre contou com cartolas péssimos. Nem por isso, sugiro que voltemos a ser CBF ou que Ricardo Teixeira, o presidente da CBF nas últimas duas conquistas, volte ao cargo.

Voltemos ao mata-mata. Quem defende os pontozzz corridozzz, e muita gente boa (e outro montão de picaretas e cascateiros que não manjam nada da alma do futebol e cascateiam barbaridas com ar de "ciência" também) defende, alega que a fórmula organiza o calendário, é mais injusta e impede que o apito, mais diluído, influencie no resultado final. Bom, os fatos negam todas essas teorias. É só ver, de 2003 para cá, o lixo que é o calendário e o número de campeonatos decididos com erros absurdos do apito, antes e pós-VAR. De boas intenções, o inferno está cheio e a prática mostrou que o calendário segue um lixo e que o apito e o poder seguem decidindo jogos, rebaixamentos, campeonatos.

Ora, o futebol brasileiro não terá, pelo em menos em médio prazo, condições econômicas, comerciais, administrativas e estruturais para competir com as ligas mais ricas e importantes do mundo. Agora, o que o Brasil sempre teve, e os principais rivais europeus não, eram jogadores forjados na dificuldade, no estresse, na loucura dos mata-matas, jogos que têm aspectos mentais e até táticos muito diferentes às partidas disputadas em competições de regularidade.

O quanto isso fazia diferença é uma conta subjetiva. Dizer que a Libertadores já é mata-mata é enganar o respeitável público. Não é todos que jogam Libertadores e, mais, hoje ficar em oitavo lugar na regularidade do Brasileiro e avançar à proé-Libertadores já é um "feito" aplaudido pelos "planejadores".

O jogador brasileiro, ao contrário do europeu, e era uma vantagem nossa, era forjado disputando tudo na base da regra eliminatória, sob a pressão do perdeu está fora, perdeu muda tudo, é preciso vencer, se perder não tem outro jogo... Copiamos o que os europeus têm de mais chato e previsível. E os nossos cartolas, esses mesmos que copiaram o enaltado pontozzz corridozzz, seguem os mesmos. Também copiamos a entrada dos dois times juntos no campo... E daí?

Volta, mata-mata! Aliás, defendo isso para brindar o torcedor de clube com a volta da emoção e por respeito à nossa cultura. Mas ainda há um efeito positivo colateral para a seleção brasileira.

PS: Força, Pelé!

AQUI todas as colunas Vitor Guedes

Leia as colunas dos jogos da Copa do Mundo do Qatar

França 2 x 1 Inglaterra

Marrocos 1 x 0 Portugal

Argentina 2 x 2 Holanda

Brasil 1 x 1 Croácia

Portugal 6 x 1 Suíça

Marrocos 0 x 0 Espanha

Brasil 4 x 1 Coreia do Sul

Croácia 1 x 1 Japão

Inglaterra 3 x 0 Senegal

França 3 x 1 Polônia

Argentina 2 x 1 Austrália

Holanda 3 x 1 Estados Unidos

Camarões 1 x 0 Brasil

Polônia 0 x 2 Argentina e Arábia Saudita 1 x 2 México

País de Gales 0 x 3 Inglaterra e Irã 0 x 1 Estados Unidos

Holanda 2 x 0 Qatar e Senegal 2 x 1 Equador

Portugal 2 x 0 Uruguai

Brasil 1 x 0 Suíça

Coreia do Sul 2 x 3 Gana

Sérvia 3 x 3 Camarões

Espanha 1 x 1 Alemanha

Croácia 4 x 1 Canadá

Bélgica 0 x 2 Marrocos

Japão 0 x 1 Costa Rica

Argentina 2 x 0 México

França 2 x 1 Dinamarca

Polônia 2 x 0 Arábia Saudita

Tunísia 0 x 1 Austrália

Inglaterra 0 x 0 Estados Unidos

Holanda 1 x 1 Equador

Qatar 1 x 3 Senegal

País de Gales 0 x 2 Irã

Brasil 2 x 0 Sérvia

Portugal 3 x 2 Gana

Uruguai 0 x 0 Coreia do Sul

Suíça 1 x 0 Camarões

Bélgica 1 x 0 Canadá

Espanha 7 x 0 Costa Rica

Alemanha 1 x 2 Japão

Croácia 0 x 0 Marrocos

França 4 x 1 Austrália

México 0 x 0 Polônia

Dinamarca 0 x 0 Tunísia

Argentina 1 x 2 Arábia Saudita

Estados Unidos 1 x 1 País de Gales

Senegal 0 x 2 Holanda

Inglaterra 6 x 2 Irã

Qatar 0 x 2 Equador

Eu sou o Vitor Guedes e tenho um nome a zelar. E zelar, claro, vem de ZL! É nóis no UOL!

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