Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
Brasil não vence desde que trocou mata-mata por pontozzz corridozzz
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O último título mundial brasileiro, o pentacampeonato, foi conquistado em 2022, último ano em que o Campeonato Brasileiro foi decidido com mata-matas. Metade daquele grupo atuava no futebol brasileiro, entre eles os titulares Marcos, Gilberto Silva e Kleberson. De 2003 para cá, desde a implementação do turno e returno, o Brasil só colecionou vexames em Copas do Mundo. A melhor campanha, de 2014, terminou com o vexatório 7 a 1 para a Alemanha, com a seleção pipocando e passando vergonha na hora de decidir, mesmo jogando em casa.
Quem me acompanha, hoje, aqui no UOL Esporte e no Bandsports ou já me acompanhava em todos os veículos e plataformas que atuei desde 2003, sabe o quanto eu defendo a volta do mata-mata e quanto eu detesto a colonizada, previsível e interminável fórmula dos pontozzz corridozzz. E defendo de forma ininterrupta, independentemente do campeão e dos degolados da vez, sem mudar o discurso de acordo com o(s) time(s) da moda... Viva memória!
Dito isso, com todas as letras, não vamos aqui tratar de espremer os fatos até eles confessarem o que eu quero para justificar a minha preferência. Agora, é fato que cada país e, pois, cada futebol, tem cultura próprias, com aspectos que podem, no contexto de disputa internacional, ser benéfico ou prejudicial
Em 1958, 1962, 1970, 1994 e 2002, como antes e depois disso, o futebol brasileiro foi pessimamente administrado e sempre contou com cartolas péssimos. Nem por isso, sugiro que voltemos a ser CBF ou que Ricardo Teixeira, o presidente da CBF nas últimas duas conquistas, volte ao cargo.
Voltemos ao mata-mata. Quem defende os pontozzz corridozzz, e muita gente boa (e outro montão de picaretas e cascateiros que não manjam nada da alma do futebol e cascateiam barbaridas com ar de "ciência" também) defende, alega que a fórmula organiza o calendário, é mais injusta e impede que o apito, mais diluído, influencie no resultado final. Bom, os fatos negam todas essas teorias. É só ver, de 2003 para cá, o lixo que é o calendário e o número de campeonatos decididos com erros absurdos do apito, antes e pós-VAR. De boas intenções, o inferno está cheio e a prática mostrou que o calendário segue um lixo e que o apito e o poder seguem decidindo jogos, rebaixamentos, campeonatos.
Ora, o futebol brasileiro não terá, pelo em menos em médio prazo, condições econômicas, comerciais, administrativas e estruturais para competir com as ligas mais ricas e importantes do mundo. Agora, o que o Brasil sempre teve, e os principais rivais europeus não, eram jogadores forjados na dificuldade, no estresse, na loucura dos mata-matas, jogos que têm aspectos mentais e até táticos muito diferentes às partidas disputadas em competições de regularidade.
O quanto isso fazia diferença é uma conta subjetiva. Dizer que a Libertadores já é mata-mata é enganar o respeitável público. Não é todos que jogam Libertadores e, mais, hoje ficar em oitavo lugar na regularidade do Brasileiro e avançar à proé-Libertadores já é um "feito" aplaudido pelos "planejadores".
O jogador brasileiro, ao contrário do europeu, e era uma vantagem nossa, era forjado disputando tudo na base da regra eliminatória, sob a pressão do perdeu está fora, perdeu muda tudo, é preciso vencer, se perder não tem outro jogo... Copiamos o que os europeus têm de mais chato e previsível. E os nossos cartolas, esses mesmos que copiaram o enaltado pontozzz corridozzz, seguem os mesmos. Também copiamos a entrada dos dois times juntos no campo... E daí?
Volta, mata-mata! Aliás, defendo isso para brindar o torcedor de clube com a volta da emoção e por respeito à nossa cultura. Mas ainda há um efeito positivo colateral para a seleção brasileira.
PS: Força, Pelé!
AQUI todas as colunas Vitor Guedes
Leia as colunas dos jogos da Copa do Mundo do Qatar
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País de Gales 0 x 3 Inglaterra e Irã 0 x 1 Estados Unidos
Holanda 2 x 0 Qatar e Senegal 2 x 1 Equador
Inglaterra 0 x 0 Estados Unidos
Argentina 1 x 2 Arábia Saudita
Estados Unidos 1 x 1 País de Gales
Eu sou o Vitor Guedes e tenho um nome a zelar. E zelar, claro, vem de ZL! É nóis no UOL!
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