Croácia ainda não jogou absolutamente nada, mas merece respeito e atenção!

Perisic, que fez o gol da Croácia no empate em 1 a 1 com o Japão no tempo normal, disputa lance com Tomiyasu - Elsa/Getty Images — Perisic, que fez o gol da Croácia no empate em 1 a 1 com o Japão no tempo normal, disputa lance com Tomiyasu Imagem: Elsa/Getty Images

Colunista do UOL

05/12/2022 14h42Atualizada em 05/12/2022 15h23

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Se o Brasil não conseguir a façanha vexatória de ser eliminado pela Coreia do Sul (e, sinceramente, não dá nem para imaginar essa hipótese), vai "estrear" nas quartas de final da Copa do Mundo contra a desgastada Croácia, na mesma fase em que deu adeus, respectivamente, conta Holanda e Bélgica, em 2010 e 2018. Em 2014, a família Scolari foi mais adiante (e era melhor nem ir) e levou 7 a 1 da Alemanha.

Pensando na (provável) quartas de final, deixemos de lado a análise de Croácia 1 x 1 Japão para focar a análise na equipe croata, que precisou dos pênaltis para eliminar a seleção nipônica.

1) Na condição de vice-campeã mundial, a Croácia-2022 chegou ao Qatar com mais moral do que a estreante versão do pais semifinalista de 1998 (e deu muito mais trabalho para a França de Zidane que o Brasil) e que a própria versão de 2018. Mas o time atual é quem, até aqui, joga menos bola das três.

2) Modric pode não ser o melhor do mundo, mas é um ótimo meio-campista e seria titular absoluto da seleção brasileira. Mas está bem longe da sua melhor forma, o que explica o fato de ter sido substituído no primeiro tempo da prorrogação contra o Japão.

3) Para além de Modric, o ponto forte da Croácia é a trinca extremamente técnica de meio-campistas: Brozovic, Kovacic e Modric.

4) O técnico da Croácia Zlatko Dalic arma o time no 4-3-3, esquema que encaixa e espelha a formação de Tite. Ainda que a Croácia não esteja na mesma prateleira internacional do Brasil, não é provável que o treinador mude o esquema para encarar o Brasil.

5) Uma das quatro invictas do Mundial (Holanda, Inglaterra e Marrocos também não perderam), a Croácia não fez ainda nenhum grande jogo, do nível, por exemplo, do segundo tempo brasileiro contra a Sérvia. Antes de eliminar nas penalidades o Japão em partida fraca, empatou jogando mal contra Marrocos e muito mal contra a Bélgica e venceu bem apenas o fraquíssimo Canadá.

6) A Croácia ainda não jogou nada, mas é melhor, mais experiente, mais cascuda e, pois, mais perigosa do que Sérvia, Suíça, Camarões e Coreia do Sul.

7) O Brasil, com todos os problemas de lesões agravados pela desequilibrada convocação de Tite, será favorito contra a Croácia se cumprir a obrigação de passar pela Coreia do Sul. Mas, antes de a bola rolar, será menos favorito nas quartas do que é para as oitavas de final.

8) Perisic, autor do gol croata que levou a partida à prorrogação, é companheiro de Richarlison no Tottenham. Tanto ele quanto o brasileiro são bons jogadores, mas nenhum deles é Kane.

9) Kramaric, companheiro de Perisic e Petkovic no ataque, é o maior artilheiro da história do Hoffenheim (106 gols em 234 jogos). Segundo Dudu Monsanto, narrador oficial da Bundesliga pelo OneFootball, Kramaric "é um atacante completo, mais que um finalizador, tem a capacidade de servir os companheiros e é forte na bola parada".

10) O fato de o Japão ter vencido Espanha e eliminado a Alemanha não transforma a classificação da Croácia (que ficou atrás de Marrocos na fase de grupos) em um feito digno de aplausos: chegar entre os 8 era a obrigação dos atuais vice-campeões. A partir de agora, o que vier é lucro!

A Croácia encara Brasil ou Coreia do Sul na sexta (9/12), às 12h.

PS: Força, Pelé!

Leia as colunas dos jogos da Copa do Mundo do Qatar

Inglaterra 3 x 0 Senegal

França 3 x 1 Polônia

Argentina 2 x 1 Austrália

Holanda 3 x 1 Estados Unidos

Camarões 1 x 0 Brasil

Polônia 0 x 2 Argentina e Arábia Saudita 1 x 2 México

País de Gales 0 x 3 Inglaterra e Irã 0 x 1 Estados Unidos

Holanda 2 x 0 Qatar e Senegal 2 x 1 Equador

Portugal 2 x 0 Uruguai