Enem 2021: Ecoa te ajuda a revisar temas sociais que podem cair na prova

O Enem 2021 (Exame Nacional do Ensino Médio) começa neste domingo (21) com as provas de Ciências Humanas, Linguagens e Códigos e redação. Entre os conteúdos cobrados nesse primeiro dia, questões envolvendo aspectos sociais costumam aparecer bastante (embora não se saiba como o exame vai ficar após possíveis intervenções do governo, como mostraram reportagens recentes).

Para ajudar aqueles que vão fazer a prova, pedimos para professores de cursinhos indicarem os assuntos que podem ser cobrados dentro da temática social — e separamos reportagens e artigos de Ecoa que os abordam.

Boa revisão e boa prova!

O impacto da pandemia

A pandemia do coronavírus e seus desdobramentos na sociedade são a grande aposta para a prova do Enem, na opinião de Talita Inamine Amaro, coordenadora do cursinho popular Mafalda, de São Paulo. "Acredito que a crise sanitária da covid-19 e seus impactos econômicos (como trabalho, renda e emprego) e sociais (educação, tecnologia etc.) são os temas mais proeminentes", afirma.

• "A pandemia não é a mesma para todos", diz a presidente da Fiocruz
• Pandemia escancara desigualdade e a urgência de reduzir o fosso entre minoria rica e maioria pobre
• O esforço das pessoas indígenas para vencer o desafio de não sucumbir ao vírus e nem aos incêndios devastadores de 2020
• Pobres ou classe média, mães solo se desdobram para educar filhos em casa
• Pandemia escancara crise de moradia no Brasil, mas produzir casa adequada para todos é possível -- e urgente
• Pandemia digitalizou escola sem transformá-la de verdade, diz especialista
• Educação na pandemia deve priorizar reflexão e cidadania, dizem experts

Fome no Brasil

A fome é outro tema que pode ser abordado na prova. "Apesar de o Brasil ser um dos maiores produtores de alimentos do mundo, o país passa por uma grave crise social, o que fez a fome estar novamente presente no cotidiano de milhões de brasileiros. Assim, fica ainda mais explícita a gritante desigualdade existente aqui", explica Renê Araújo, professor de Sociologia do Curso Anglo. Ele explica que, para enfrentar o problema, é necessário que o país avance em políticas públicas que ampliem e melhorem a distribuição de renda e o acesso aos alimentos.

• Por que ainda existe tanta gente passando fome? É possível mudar o cenário?
• Insegurança alimentar na Primeira Infância: um futuro ceifado
• Para a fome não voltar: Ex-ministra Tereza Campello fala sobre caminhos para vencer a insegurança alimentar no Brasil
• Como construir 'novo normal' com alimentação saudável acessível?
• Não há mais lugar no mundo para a perda e desperdício de alimentos
• Brasil sabe combater a fome, mas seremos um dos países mais famintos de novo. Como virar o jogo?
• Além de imprescindível para o combate à covid, o SUS tem papel fundamental para ajudar o país a comer melhor

Trabalho informal e flexibilização das leis trabalhistas

Para Thiago Braga, autor de Língua Portuguesa do Sistema de Ensino pH, a discussão dos direitos trabalhistas envolvendo a 'uberização' do trabalho é um tema importante — e que pode cair na redação. "De acordo com o IBGE, o número de desempregados no Brasil é estimado em quase 15 milhões. Para driblar o desemprego, as pessoas buscam alternativas e encontram na informalidade um modo de ganharem dinheiro para sobreviver. No entanto, elas perdem algumas garantias, não recebem por horas extras e podem trabalhar muito mais do que o previsto em lei, arcando com todos os riscos da atividade profissional", explica.

O professor Araújo completa: "Nesse cenário de pandemia, o grande contingente de pessoas nessa situação acabou chamando atenção para a vulnerabilidade e a precariedade em que elas se encontram no mundo do trabalho".

• Ideia de que não há opção à uberização legitima abuso, diz pesquisadora
• Milhões trabalham para aplicativos. Agora, tem gente querendo dar troco com app próprio. Como fazer dar certo?
• Com aprendizados da pandemia, empresas se organizam para pensar o modo de trabalho do futuro
• Como a união de trabalhadores e trabalhadoras garante direitos e muda as relações de trabalho no Brasil
• Como sua casa e o consumo consciente podem ajudar a criar relações mais justas de trabalho
• Empresas são essenciais para pressionar governo por políticas públicas e exigir melhorias para a sociedade
• Alternativa para a crise, cooperativismo traz melhores ganhos e pode inspirar relações de trabalho mais justas
• O que é a Seguridade Social? E por que esses direitos são importantes?
• Empreender é melhor do que ser CLT?
• Por que exploração do trabalho infantil prejudica crianças e adolescentes?
• O que significa trabalho escravo contemporâneo? Como denunciar?

Movimentos sociais e participação política

Para o professor Araújo, quem vai prestar o Enem deve estar por dentro da importância dos movimentos sociais nas sociedades democráticas. "É importante perceber que os movimentos atuam na sociedade, pressionam por mudanças ou manutenções que atendam às suas pautas e, assim, participam da vida política nos regimes democráticos. Este ano, por exemplo, movimentos da luta indígena foram à Brasília contra o Marco Temporal. Em Glasgow, movimentos ambientalistas buscaram pressionar as autoridades globais durante a COP26", afirma.

• Movimentos negro e indígena pedem justiça climática na COP26. Você sabe o que é isso?
• COP26: Movimento negro brasileiro denuncia racismo ambiental
• Lista de filmes ajuda a entender a importância do movimento negro
• Como Marielle virou inspiração e sinônimo de luta por direitos humanos
• Desigualdade social: o que é, origem, como combater, dados e outras dúvidas
• Futuro da política pode ser verdadeiramente coletivo?
• O que significa "democratização"?
• Participação popular é a chave para cidade menos desigual, diz arquiteto
• "Pandemia reverbera grito histórico de movimentos: tudo passa pela moradia"
• O que é o Marco Temporal e como ele impacta os povos indígenas
• O que é o PL 490 e como ele afeta a vida dos povos indígenas?
• Mulheres indígenas ocupam Brasília e pedem direitos. "Luta é diária. Somos as bases do nosso povo"

Violência contra a mulher

Com a pandemia de covid-19 e a necessidade de isolamento social para evitar a disseminação do vírus, ampliou-se o debate sobre a violência contra a mulher — afinal, muitos estudos indicam que o ambiente doméstico é onde ocorre a maior parte das agressões e abusos. "Quando se trata desse assunto, é importante compreender que, além da agressão física, há outras formas de violência, como a psicológica, a moral, a patrimonial e a sexual. O problema é complexo e exige muito empenho para combatê-lo", explica o professor Araújo. Para ele, o tema também pode ser cobrado no Enem.

• A pandemia escancarou (ainda mais) a violência doméstica, mas também fez florescer uma grande rede de apoio
• Mulheres formam redes de apoio contra a violência doméstica na pandemia
• Feminicídio: o que eu tenho a ver com isso?
• Mulheres ocupam cidades em resposta às violências do espaço público
• O que significa machismo? Entenda o conceito
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• Divisão de "trabalho invisível" tem impacto na rotina da mulher na cidade
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