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Tom Maior: diretor artístico explica relação de homens de sunga com enredo

Detalhe do desfila da Tom Maior, realizado ontem no Anhembi - NEWTON MENEZES/FUTURA PRESS/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
Detalhe do desfila da Tom Maior, realizado ontem no Anhembi Imagem: NEWTON MENEZES/FUTURA PRESS/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

André Luís Nery

Colaboração o UOL, em São Paulo

22/02/2020 18h30

Após muita gente questionar a razão de a Tom Maior levar homens — brancos, na maioria — de sunga para avenida para falar de um enredo cujo tema era "É coisa de preto", o diretor artístico da escola, Aldo Avilez, explicou para o UOL qual mensagem queria passar.

"Os homens de sunga são as luzes de ribalta que iluminam o grande teatro brasileiro, que os negros contribuíram muito para chegarmos ao patamar que chegamos através de Chiquinha Gonzaga, entre outros", afirmou Avilez.

Segundo o diretor, a ala era composta por 20 homens. Ele também justificou por que a maioria era formada por brancos. "Eles são coadjuvantes da história." Ele acrescentou, ainda, que escolheu "os homens realmente para mostrar que nada no teatro é sem importância, que sem iluminação não existe espetáculo".

Para tentar causar impacto, Avilez enfatizou que "a melhor forma seria mostrar algo inusitado, porque o desfile é uma grande ópera, onde cada alegoria conta uma parte da ópera, uma ária."

O diretor artístico admite que muitas vezes o público pode não entender o que se busca mostrar. "As pessoas não recebem libretos para entenderem. Mas creio que conseguimos atender a demanda, mesmo porque, pelo menos, a beleza estava presente", diz.

Em seu desfile, a Tom Maior levou um enredo bastante politizado para o Anhembi. Batizado de "É Coisa de Preto", o samba ressaltava os artistas e personalidades negros que contribuíram para a história e o desenvolvimento do Brasil.

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