No tom da diversidade, Bloco da Preta no Rio teve até pedido de casamento
Colorido, alegre, engajado e político, o Bloco da Preta desfilou pelo Centro do Rio, neste domingo de sol forte, exigindo respeito às mulheres, e levantando bandeiras contra o racismo, a gordofobia e a homofobia. Segundo a Riotur, 320 mil pessoas se divertiram no desfile, o maior público até agora entre os chamados megablocos.
Teve até pedido de casamento. O produtor, Marcelo Pereira, que começou a namorar o fotógrafo André Nicolau no mesmo bloco da Preta, um ano atrás, sob as bênçãos da madrinha Preta Gil, pediu o namorado em casamento, no alto do trio.
"É muito importante no momento atual a gente celebrar o amor. Isso aqui é mais que um bloco, é um ato político", contou Nicolau ao UOL.
A diversidade musical também deu o tom do desfile. Além de suas músicas, Preta Gil cantou frevo, sertanejo, axé, samba e funk.
MC Rebecca bateu ponto em mais um megabloco. Depois de cantar com Claudia Leitte, ela repetiu a dose cantando Combatchy e outros sucessos no trio do bloco da Preta.
"Eu estou muito feliz de estar aqui. Você me inspira muito, Preta", disse a funkeira.
Preta ainda recebeu para cantar com ela a sambista Thaís Macedo e o filho Francisco Gil, que já havia cantado com ela no bloco do ano passado.
A cantora inovou e neste ano reuniu mulheres de outros blocos do Carnaval do Rio para cantar a marchinha Abre-Alas, de Chiquinha Gonzaga, numa letra em nova versão que diz "quem disse que eu não estou no meu lugar". Ela defendeu a união das mulheres que fazem o Carnaval do Rio. Estiveram com ela integrantes do Bloconcé, Mulheres Rodadas, Mulheres de Chico e Samba que elas querem.
"Mulheres unidas jamais serão vencidas. Denunciem qualquer tipo de assédio. Não é não! Vamos nos unir contra qualquer assédio neste Carnaval", dizia ela do alto do trio sendo aplaudida pelo público.
Com um discurso engajado do começo ao fim, Preta defendeu a liberdade de amar, o respeito às diferenças e, sobretudo, respeito às mulheres. Afinadas com a cantora estavam suas musas. Entre elas, Letícia Lima, atualmente como Stella, na novela "Amor de Mãe" estava fantasiada em homenagem à liberdade da mulher.
"A minha fantasia significa toda a vaidade da mulher, do verão, do Carnaval. Ela é livre, leve, solta e divertida. Lembrando que meu corpo, minhas regras e não é não", conta ela.
O desfile terminou com o público proferindo ofensas ao presidente Bolsonaro. Do alto do trio, já sem microfone, Preta se despedia dos foliões dando tchau para o preconceito e para a intolerância.
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