'Médica disse que se uma das minhas gêmeas sobrevivesse, só daria trabalho'

'Amar', programa apresentado por Mariana Kupfer, vai ao ar toda segunda-feira no Youtube de Universa. No novo episódio desta temporada, a convidada é Dienifer Miloch, mãe das gêmeas Aylla e Allana, de 5 anos, e de Vitor Hugo, de 10. Ela abre a intimidade para falar dos desafios que enfrenta na sua maternidade: as caçulas nasceram com 26 semanas de gestação e passaram por um pós-parto desafiador.

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Dienifer é hipertensa e desde a primeira gravidez enfrentou complicações por conta da sua condição. O primogênito Vitor Hugo também nasceu prematuro, de 35 semanas e passou 10 dias na UTI (Unidade de Terapia Intensiva), e se desenvolveu sem sequelas.

Com as gêmeas foi ainda mais difícil, não só pelo susto de descobrir uma gestação gemelar, mas também pelas complicações que enfrentou: ela foi diagnosticada com hiperêmese gravídica, condição que provoca náuseas e vômitos graves, que resultam em desidratação e outros problemas para a gestante.

"A gente estava pensando em um bebê, já preocupados com minha pressão, e de repente eram dois. Foi uma mistura de alegria e medo", afirma. "Tinha algo dentro de mim que sempre dizia que ia dar certo. Eu ficava pensando qual era o sentido de Deus me mandar duas se não era pra elas nascerem."

Dienifer Miloch contou sua história para Mariana Kupfer durante as gravações de Amar+Materna
Dienifer Miloch contou sua história para Mariana Kupfer durante as gravações de Amar+Materna Imagem: Tency Produções

O medo não demorou a se justificar. Prestes a completar o sexto mês de gravidez, Dienifer foi submetida a uma cesárea de emergência e as filhas nasceram em um contexto de risco.

"A Allana cabia na palminha da mão. A Aylla era um pouquinho maior, mas a Allana se via que era um cristalzinho, pela incubadora dava para enxergar os ossinhos dela por dentro, porque a pele era muito fininha", lembra.

Aylla nasceu com uma deformação na membrana hialina, mas se recuperou bem e teve alta após 65 dias na UTI. Já o quadro de Allana se mostrava cada vez mais complicado à medida que o tempo passava. Ela ficou sete meses na UTI e Dienifer chegou a ouvir dos médicos que a filha não sobreviveria.

Teve dias que eu só chegava lá, dobrava o meu joelho e pedia pra Deus cuidar dela. Escutava muito dos médicos que não tinham o que fazer, que eu não criasse expectativa, que se ela sobrevivesse seria uma criança que ia ter sequelas pelo resto da vida.Dienifer Miloch

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Além do prognóstico negativo que não dava garantias, Dienifer também ouviu palavras duras sobre como seria a vida da filha caso ela sobrevivesse.

"Um dia uma médica chegou e disse: 'essa criança vai te dar trabalho o resto da vida, você acha que ela vai ser uma criança normal?'. Eu só chorava, nesse momento comecei a entrar em depressão, só que eu fui muito forte porque ela precisava de mim ali", conta.

Aos cinco anos de idade, Allana já passou por 10 cirurgias e ainda faltam uma no coração e outra para fechar a abertura da traqueostomia que ela usou por quatro anos. Diagnosticada com autismo, ela ainda não fala.

"[Quando ela era bebê] teve um momento que ela abriu o olhinho, e foi como se ela falasse 'pai, eu não aguento mais, to indo', Eu estava na farmácia e meu marido me ligou pra ir até o carro, porque ela estava se despedindo", lembra Dienifer. .

Além disso, Allana tem outra condição que dificulta o ganho de peso, o que faz com que ela não passe dos 10kg. Ainda que com as dificuldades, Dienifer se mantém firme na busca por qualidade de vida para a filha.

9 comentários

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Rita Lira Roque

Triste demais. Me pergunto SE EU ao saber dos riscos engravidaria . Acho que não, porque o que acho que mais me apavoraria seria : Se a criança nascesse e sobrevivesse com sequelas,  com quem na velhice e após minha morte poderia contar para  iria assumir os cuidados. 

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Elias Coelho Macedo

Infelizmente a médica não mentiu, simplesmente foi realista, mesmo que isso tenha doído na mãe.

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Brunno Cesar de Paula Santos

Egoísmo, a criança só sofre.

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