Pediatra dos filhos de famosos dá 10 dicas valiosas para mães de bebês

A chegada de um bebê é um momento transformador na vida de qualquer mulher, e também desafiador. Receber um ser humano tão pequenino nos braços pode trazer inseguranças e aquele medo de fazer algo errado. Para transformar essa fase em um momento tranquilo e acolhedor, o mais indicado é a presença de um especialista o quanto antes, o que é bom tanto para a criança, quanto para a família.

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Como pediatra, reforço a relevância do acompanhamento pediátrico já no momento do parto.Lilian Zaboto, pediatra dos hospitais Israelita Albert Einstein e São Luiz.

Lilian Zaboto é conhecida como a pediatra dos famosos, e conversamos com a médica para ajudar outras famílias nesses primeiros momentos com o bebê. Entre seus pacientes, estão os netos do apresentador Silvio Santos, e filhos de diversas celebridades, como Simone Mendes, Simara, Júlio Rocha, Leonardo (incluindo Zé Felipe e Pedro Leonardo quando eram crianças), Mara Maravilha, Simony, os filhos dos jogadores Dudu e Murilo (Palmeiras), entre outros. Confira suas dicas valiosas.

Escolha o pediatra antes do parto

É muito importante ter esse contato antes do nascimento e, atualmente, isso vem se difundindo, embora muitas mamães ainda não saibam da possibilidade. "Não sabem, inclusive, que isso é um direito por lei e, hoje, está no rol da ANS, a Agência Nacional de Saúde. Essa consulta de puericultura de pré-natal, o convênio é obrigado a reembolsar a mãe, ele é obrigado a pagar essa consulta com o pediatra durante a gestação", explica Lilian.

Converse com o pediatra sobre temas essenciais

Tire todas as dúvidas sobre amamentação antes de ter um recém-nascido em casa
Tire todas as dúvidas sobre amamentação antes de ter um recém-nascido em casa Imagem: Luiza Braun/Unsplash

Entender qual é a via de parto que você realmente quer e que pode ter é o primeiro passo. "Às vezes é uma mãe de terceiro filho e ela tem um parto recente de menos de um ano de cesárea, por exemplo. Ela quer muito um parto normal, mas esse parto pode não ser indicado porque ela pode ter uma ruptura uterina", explica a pediatra dos famosos.

Sim, é importante falar sobre o assunto com o médico que vai cuidar do seu bebê, e não apenas com seu obstetra. Falem também sobre amamentação, pois o pediatra explicará a forma de amamentar, como segurar o bebê e poderá informar ou tirar dúvidas sobre a possibilidade de o bebê não mamar direito porque muitas vezes nasce com freio lingual curto.

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"Aí a mãe acha que não tem leite ou o vizinho fala, a sogra fala, o marido fala que o leite é fraco. O bebê pode só não estar pegando direito e precisar de uma avaliação com um fonoaudiólogo. Então, a gente conversa muito sobre a amamentação, até porque o bebê pode precisar de uma intervenção logo nos primeiros dias de vida ou a mãe de um laser." Colostro, apojadura (descida do leite), quantidade que o bebê mama, livre demanda e outros assuntos podem ser esclarecidos já nessa consulta.

Vá para a maternidade sabendo que o bebê não precisa de banho

"Atualmente a gente sabe que postergar o primeiro banho aumenta muito a imunidade do bebê e protege o bebê contra doenças, até na vida adulta", diz Lilian. Portanto, o correto é aguardar entre 48 e 72 horas para o primeiro banho, ou seja, ele não é mais dado logo que o bebê, ainda na maternidade. Isso porque o vérnix, que é aquela camada branca, gordurosa, que envolve a pele do neném recém-nascido é para uma proteção necessária para essa transição do útero para o mundo aqui fora.

Tudo pode e deve ser humanizado

Pediatras também orientam que tanto o parto normal quanto a cesárea podem ser humanizados, e é importante que o profissional conheça o obstetra para que, juntos, proporcionem essa experiência. "Aguardamos para fazer o corte do coto umbilical depois de 1 a 3 minutos, até parar de pulsar, que é para prevenir a anemia do bebê. O neném nascendo bem, com aquela notinha que nós damos, que é o Apgar, melhor que 7, já vai diretamente para o colo da mãe, e isso melhora os batimentos cardíacos dele e aumenta sua temperatura corporal", explica Lilian. Num parto humanizado, por qualquer via, o bebê também já é logo colocado para mamar, o que contribui para sua imunidade.

Seu filho precisará de vitaminas e vacinas o quanto antes

A partir do sétimo dia de vida, o bebê vai tomar vitaminas, mas - já na maternidade - assim que nascer, precisará de vacinas: a da hepatite B e a BCG. Além disso, é importante ter em mente que o recém-nascido irá passar pelo teste do pezinho e que há procedimentos que serão realizados para a prevenção da conjuntivite e da doença da estreptococos .

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Entenda a livre demanda antes dela começar

O bebê deve mamar sempre que precisar, mas você agradecerá se entender o quanto antes que nem todo resmungar dele é fome. "Não precisa ser de uma em uma hora. Às vezes o bebê chora por qualquer outra coisa, às vezes ele só quer colo, às vezes ele está sujo, e a mãe entende que é amamentar. A livre demanda é a cada duas horas, três horas", orienta a pediatra. Isso não quer dizer que é interessante deixar o bebê chorando: ele quer aconchego, segurança, contato.

O coto umbilical vai cair, mas calma

Talvez você tenha nervoso de fazer a higiene do coto umbilical, mas ela é de extrema importância. O correto é higienizar com álcool 70%, e ajuda de algodão ou cotonete, no sentido horário. É essencial deixar o coto livre: dobre a fralda para baixo se necessário. Pode demorar mais do que imagina, mas higienizando corretamente, ele seca e cai.

Vacina de posto de saúde é ótima

"Tem vacinas que são dadas no posto de saúde que são exatamente as mesmas das que são dadas na rede privada, tanto para mãe quanto para bebê." Orientação importantíssima: dentre as vacinas que a mãe precisa tomar durante a gestação, está a de coqueluche, que é uma doença que nós adultos podemos ser assintomáticos, mas carregar a bactéria na orofaringe e transmitir para o bebê.

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Tão importante quanto: não é só a mãe que toma essa vacina, o pai, os avós, o irmão mais velho (se houver), e babá (se houver). "Estamos vivendo um surto de coqueluche, que é a tosse comprida, é uma tosse em guincho, e o bebê não tem musculatura torácica respiratória para aguentar uma crise de tosse comprida. Ele vai ser internado, vai ser entubado e muitas vezes vai ao óbito", enfatiza Lilian. A vacina de coqueluche é gratuita para a mãe no no posto de saúde para mãe, para os demais familiares e cuidadores não.

Visitas e passeios não - e não é frescura

Restrinja visitas sem culpa: seu bebê agradece
Restrinja visitas sem culpa: seu bebê agradece Imagem: Unsplash

Seu filho não precisa e nem pode receber visitas antes dos três meses de vida. "Eu já tive mãe que veio na consulta com bebê de 7 dias de vida, com a melhor roupinha, mas chegou daqui e foi direto pra UTI, ficou 28 dias internado com bronquiolite", conta a pediatra dos famosos.

Segundo ela, o bebê tem que receber visita dos avós e padrinhos no máximo, sempre com uso de máscara e álcool gel. Não é neurose, exagero e nem falta de educação. "Eu sempre digo, é falta de educação de quem vai visitar, porque ainda leva criança que frequenta a escola, que frequenta o parquinho do condomínio, a brinquedoteca do prédio?", diz a especialista.

O ideal é pensar em uma visita online: liga a câmera e mostra o bebê. E, da mesma forma, não sair para passear ou viajar. "Sou muito rígida com relação a isso, porque tudo que a gente não quer é internar um bebê. Recentemente recebi a influenciadora Thaís Teixeira, que saiu com o bebê em menos de um mês, para um hotel, e o bebê teve uma bronquiolite, ficou na UTI por muito tempo, e ela inclusive falou sobre isso."

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Chupeta é mito, mamadeira nem tanto

"Pode usar chupeta. Tente evitar nos primeiros dias, quando o bebê está realmente conhecendo a mama, se adaptando ao aleitamento materno. O problema da chupeta é só saber retirar no momento correto. Nunca vi, em 26 anos de pediatria, bebê que confundiu os bicos e largou o peito por conta da chupeta. Também nunca vi alteração de mordida por chupeta. Já vi por dedo", diz a pediatra.

O indicado é oferecer quando o bebê for dormir e retirar assim que ele acordar e, definitivamente, quando ele começar a mordê-la. Se seu bebê começar a chupar o dedo, inclusive, não pense duas vezes e ofereça a chupeta no lugar. A mamadeira é quase a mesma coisa: espere o recém-nascido estar mamando bem para oferecê-la, e prefira aderir a ela só em caso de necessidade, como volta ao trabalho ou uma saída longa.

Tire o próprio leite e use a mamadeira sem culpa. Se o bebê for muito pequeno, o ideal é tentar o uso do copinho, mas se não der certo não é nenhum problema. "Sou sempre a favor do bebê, mas da mãe também. A gente que já tem filhos e sabe o que é um puerpério. Já vi mãe chegar descabelada que falou 'doutora, estou odiando amamentar'. Se ela tem condições de comprar uma fórmula excelente na farmácia, vai estar feliz e passar coisas melhores para o filho se estiver dando mamadeira, construir um vínculo muito melhor com o bebê oferecendo a fórmula do que chorando com o peito todo rachado sangrando."

E sempre lembre: cada mãe tem sua própria jornada na maternidade. Com paciência, informação e apoio, é possível vivenciar essa fase com mais segurança e alegria. Aproveite cada momento com seu bebê.

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