Crespo ainda negocia com Santos; São Paulo faz ajuste para acomodar salário
O Santos ainda está com negociações abertas com Hernán Crespo, já se preparando para a substituição de Cuca ao final da temporada. Assim como acontece com o São Paulo, o argentino está numa lista de três candidatos preferidos para ser o novo técnico dos atuais vice-campeões da Copa Libertadores.
Nessa relação santista, Crespo ainda é visto como o alvo prioritário. Tiago Nunes, conforme o UOL Esporte já publicou, e Lisca, que vem de boa temporada pelo América-MG, são mais duas opções vistas com bons olhos para guiar o time.
A questão para o Santos, no momento, é tentar abaixar a pedida salarial do argentino. O clube passa por um momento de reestruturação financeira, tentando estancar suas dívidas, mas sem perder a competitividade em campo.
Crespo se despediu ontem (8) do Defensa y Justicia, pelo qual foi campeão da Copa Sul-Americana, se valorizando no mercado. Na saída do centro de treinamento da equipe, em Buenos Aires, o treinador admitiu manter contato com a dupla San-São, mas também citou a seleção chilena como possível destino.
"Encerramos uma linda etapa. Falar com jogadores e com a equipe que trabalha no clube foi lindo, emocionante, me parecia justo. Merecia ser sincero com os dirigentes e com as pessoas. Não assinei com ninguém", disse, ao 'TyC Sports'. "Não assinei com ninguém, nem troquei o Defensa por outra situação. Falei com o Santos, com o São Paulo e com a seleção do Chile, mas não decidi absolutamente nada."
Ao UOL Esporte, em contato por mensagem eletrônica, o presidente do Defensa y Justicia, Jose Lemme, disse que Crespo deixou o clube para fechar com o São Paulo. Já o jornalista Arnaldo Ribeiro, comentarista do podcast Posse de Bola, do UOL, afirmou que restam detalhes para que Crespo seja contratado. O clube nega que estejam acertados.
SPFC refaz as contas
O São Paulo já sabe quanto pode gastar para contratar o novo treinador no mercado da bola. Dividido entre três opções, com Miguel Ángel Ramírez e Pedro Martins fazendo companhia a Crespo —, o clube agora trabalha com a ideia de investir pelo novo comandante um valor maior do que pagava a Fernando Diniz.
É algo necessário para acomodar a demanda salarial de Crespo caso o argentino concorde em se mudar para o Morumbi. Livre no mercado da bola desde que deixou o Defensa y Justicia, no último domingo (7), Crespo se tornou o nome mais cotado para o cargo.
Diniz recebia cerca de R$ 300 mil por mês em acordo baseado na CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas) durante a sua passagem pelo Morumbi. Com a saída do comandante e a venda dos direitos econômicos do atacante Brenner por mais R$ 81 milhões ao futebol dos Estados Unidos, o Tricolor paulista se vê em condições de elevar suas ofertas.
Em que pese a possibilidade de pagar um salário maior ao futuro técnico, o São Paulo adota uma postura rígida em relação à proposta orçamentária feita em dezembro do ano passado e não pretende estourar os valores previstos por departamento financeiro e Conselho de Administração. A ideia é gastar cerca de R$ 115,2 milhões em salários, contratações e intermediações em 2021.
Os valores para os treinadores variam também conforme as opções do departamento de futebol. O espanhol Miguel Ángel Ramírez, o predileto do presidente Julio Casares, receberia salário inferior ao de Fernando Diniz. O grande entrave na contratação do técnico, que já havia recebido contato de Casares ainda em 2020, antes mesmo da eleição, é o acordo verbal que ele possui com o Internacional.
A remuneração do europeu no período em que esteve no Independiente del Valle, do Equador, contudo, era considerada baixa para os padrões brasileiros. Ele terá salário ligeiramente superior caso assine com o clube do Beira-Rio.
Financeiramente, a situação mais complicada é a de Pedro Martins. Hoje no Olympiacos, da Grécia, o português tem vencimentos superiores aos recebidos por Diniz em sua passagem pelo São Paulo. Os valores não são elevados o suficiente para espantar o interesse do Tricolor paulista, que ainda o coloca entre os três candidatos ao cargo.
Para ter o português, ainda seria necessário o pagamento de multa rescisória. Hoje, há uma cláusula para que ele deixe o futebol grego. Contudo, os são-paulinos nem sequer discutiram a situação internamente. O clube alega que só se preocupará com esse trâmite em caso de avanço nas conversas com o lusitano.
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