Brasileiros pelo mundo: Europa dá novas ideias para Dorival na seleção
O técnico Dorival Júnior convoca a seleção brasileira na próxima sexta-feira, para os duelos contra Chile e Peru, pelas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2026. Depois de vencer — sem empolgar — o Equador por 1 a 0 e perder para o Paraguai também pelo placar mínimo, o técnico está sob pressão.
E a primeira rodada da Champions League, aliada aos jogos deste fim de semana no futebol europeu mostram que o técnico tem opções para tentar mudar o momento do time.
Jogadores que não foram convocados, seja por questões físicas, de suspensão ou por escolha do treinador, voltam a estar disponíveis para a nova lista e podem ajudar o técnico a virar o jogo: com Dorival no comando, a seleção ainda não fez uma partida que empolgasse o torcedor.

Raphinha, da ponta para o meio
O técnico Hansi Flick, do Barcelona, levou o clube catalão a seis vitórias nas seis primeiras rodadas do Campeonato Espanhol. Um dos principais méritos do alemão é ter encontrado a melhor forma de fazer Raphinha jogar: o brasileiro virou uma espécie de camisa 10, com liberdade para organizar o jogo ofensivo e sem ficar encostado na ponta.
Usar Raphinha como camisa 10 é uma alternativa que Dorival ainda não usou na seleção brasileira. Atualmente, Lucas Paquetá é quem exerce a função, à frente dos dois volantes.
No Barcelona, Raphinha já começou jogando como meio-campista e também como um "falso ponta": ele começa pela esquerda, mas se movimenta na intermediária ofensiva, à procura de espaços. Essa "nova versão" do jogador já dá frutos: ele soma cinco gols e duas assistências em sete partidas: ele marcou duas vezes na vitória por 5 a 1 sobre o Villarreal, no domingo (22).
O atacante do Barcelona é nome certo na lista de Dorival Júnior. Ele ficou fora da convocação anterior porque estava suspenso da partida contra o Equador, e o técnico não queria convocá-lo para disputar apenas uma das duas partidas.

Savinho, uma opção para a ponta-direita
Quando Savinho deixou o Girona a caminho do Manchester City, houve quem pensasse que poderia ser um passo maior do que as pernas. Mas o ponta-direita adaptou-se rapidamente ao time de Pep Guardiola, a ponto de se tornar a principal opção ofensiva em jogos importantes: como o duelo contra o Arsenal (2 a 2), no domingo.
Diante de um estádio lotado, contra um rival de alto nível e com a tensão extrema, Savinho fez uma partida que o consolidou como um dos grandes pontas da elite europeia. Foi dele o passe para o gol de Erling Haaland, que abriu o placar.
Esse Savinho, mais confiante, acostumado a grandes jogos e comandado por Pep Guardiola, pode ser uma peça importante para os próximos encontros da seleção brasileira.
Dorival Júnior sabe disso: Savinho estava na lista para os duelos contra Equador e Paraguai, mas acabou cortado por causa de uma lesão. Lucas Moura foi convocado no lugar dele.

Um intruso no meio-campo da Premier?
Desde que chegou à seleção brasileira, Dorival Júnior tem dado preferência a jogadores da Premier League no meio-campo. Na derrota diante do Paraguai, o time teve Bruno Guimarães , André e Lucas Paquetá, todos de equipes do Campeonato Inglês.
Antes do trio, foram testados João Gomes, Andreas Pereira e Douglas Luiz (então no Aston Villa). A ideia de Dorival era dar ao time uma pegada parecida à dos times da liga inglesa, considerada a melhor do mundo. Por enquanto, não deu certo.
Para a convocação de sexta-feira, uma opção é o volante Éderson, da Atalanta. Titular da equipe de Gian Piero Gasperini, o ex-jogador do Corinthians vem de uma série de atuações consistentes e foi o melhor da equipe no empate por 0 a 0 com o Arsenal, na primeira rodada da Champions League.
Éderson já esteve com a seleção recentemente, com Dorival no comando: ele foi convocado para a Copa América e para os amistosos antes da competição. Acabou tendo poucas chances: foi titular no amistoso contra o México e jogou 17 minutos contra a Colômbia.

Zagueiro do paredão europeu
Outra possível novidade na convocação seria o retorno de Bremer. O zagueiro é titular absoluto da defesa da Juventus, a melhor das grandes ligas europeias no início da temporada 2024-25.
Comandada por Thiago Motta, a Juventus é a única equipe da elite da Europa que ainda não sofreu gols em seu campeonato nacional (o ponto negativo é que empatou as três últimas partidas por 0 a 0). Bremer jogou todos os minutos dos cinco jogos da Série A até aqui.
Os números do zagueiro superam os de concorrentes diretos por vagas na convocação de Dorival Júnior. No PSG, o técnico Luis Enrique tem feito um revezamento entre os zagueiros, que já deixou Marquinhos no banco duas vezes; Beraldo também foi reserva duas vezes, e tem jogado mais como lateral-esquerdo que no miolo da defesa.
Companheiro de Bremer na Juventus, Danilo tem jogado pouco sob o comando de Thiago Motta. O capitão da seleção brasileira — que no clube costuma jogar mais como zagueiro — esteve em campo por 38 minutos nas seis partidas oficiais da Juve na temporada: foram 5 minutos contra o Verona, pelo Campeonato Italiano, e 33 diante do PSV, na primeira rodada da Champions League.
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