Real precisa de virada que nunca conseguiu na Champions para manter 'pacto'
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O Real Madrid tem uma relação especial com a Champions League, torneio que já venceu 15 vezes. Mas para conseguir a 16ª taça nesta temporada, será preciso mais do que isso: o time de Carlo Ancelotti terá de fazer história.
A derrota por 3 a 0 sobre o Arsenal, no Emirates Stadium, na noite de terça-feira, obriga o clube da capital espanhola a conseguir uma façanha no Santiago Bernabéu, na semana que vem.
Um feito gigantesco até para o clube que é considerado o maior do mundo, e que tem um certo "pacto" com o torneio.
Em sua história na Champions League, o Real Madrid jamais venceu um duelo de mata-mata após perder a ida por três gols de diferença. O maior feito do clube madrilenho foi se recuperar — ou "remontar", como dizem os espanhóis — uma desvantagem de dois gols.

Aconteceu apenas uma vez, na temporada 2015-16, também nas quartas de final. Depois de perder para o Wolfsburg por 2 a 0 na Alemanha, o time comandado por Zinedine Zidane venceu por 3 a 0 no Bernabéu, com três gols de Cristiano Ronaldo.
Naquele ano, o time merengue sairia vencedor do torneio pela 11ª vez. Uma curiosidade: na época, o Wolfsburg tinha em seu ataque Bruno Henrique, hoje no Flamengo.

Rival é inspiração
Se não tem uma história própria para se inspirar, o Real Madrid pode olhar o exemplo do maior rival. Afinal, é do Barcelona a maior virada da história da Champions League, no já clássico 6 a 1 sobre o PSG no Camp Nou, em 2016-17, depois de levar 4 a 0 no duelo de ida. Um jogo tão emblemático que ficou conhecido como La Remontada.
Nos anos seguintes, o Barcelona acabou protagonizando duas outras viradas, mas em ambas do lado perdedor. Em 2018 venceu a Roma por 4 a 1 no Camp Nou, mas levou 3 a 0 no Olímpico e foi eliminado pela regra do gol fora de casa, abolida na temporada 2021-22.
No ano seguinte, 2019, o Barcelona fez 3 a 0 sobre o Liverpool na Catalunha, mas levou 4 a 0 em Anfield. O time de Jurgen Klopp, que saiu quase morto do Camp Nou, marchou rumo ao título daquela temporada após a virada.
Além dos três exemplos envolvendo o Barcelona, há apenas mais um confronto em que uma diferença de três ou mais gols na ida não serviu para classificar uma equipe: o duelo entre Milan e Deportivo La Coruña, nas quartas de final de 2003/04. Depois de vencer por 4 a 1 em casa, o Milan levou 4 a 0 na Galícia.
Apesar de nunca ter alcançado uma virada após derrota tão imponente no jogo de ida, o Real Madrid tem histórico de recuperar-se de situações em que foi dado como morto na Champions, e não é preciso ir muito longe.
Na temporada 2021-22, os merengues perdiam a semifinal para o Manchester City por 1 a 0 no Bernabéu (5 a 3 no placar agregado) aos 45min do segundo tempo do jogo da volta. Mas marcou três vezes nos acréscimos — duas com Rodrygo, uma com Benzema — para levar a vantagem de 6 a 5 na soma dos marcadores e ir à decisão. Na final, vitória sobre o Liverpool e o 14º título.
Em 2023-24, o caminho da 15ª taça também teve vestígios do "pacto": aos 43min do segundo tempo do jogo de volta da semifinal, o Real Madrid precisava de dois gols para superar o Bayern de Munique. O atacante Joselu marcou aos 43min e aos 46min, virou o jogo e levou o time à decisão.
O resultado do Arsenal é enorme e histórico. Mas, embora nunca tenha virado três gols de desvantagem de uma partida para a outra, o Real Madrid carrega uma história repleta de feitos notáveis na Champions League.
Afinal, como disse o atacante Juanito, em 1985: "90 minutos no Bernabéu são muito longos".
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