Por que Brasília virou a capital dos carros eletrificados em apenas 2 anos
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Brasília se consolidou como um dos principais polos de adoção de veículos eletrificados no Brasil, ocupando a segunda posição no ranking nacional, atrás apenas de São Paulo. De acordo com dados do painel NeoCharge, a capital federal contabilizava 22.870 veículos deste tipo até setembro de 2024, representando 7,09% da frota brasileira.
Esse número inclui 7,4 mil elétricos, 8,9 mil híbridos e 6,4 mil híbridos plug-in, evidenciando um crescimento expressivo desde 2022, quando a frota era de apenas 6,9 mil veículos.
Essa rápida expansão pode ser explicada por uma combinação de fatores, incluindo incentivos fiscais, infraestrutura de recarga e o perfil econômico da região. O Distrito Federal destaca-se por políticas públicas favoráveis, mas também pela renda média elevada de seus moradores, o que facilita a aquisição de veículos que ainda possuem alto custo inicial.
O "feito" de Brasília é impressionante quando se leva em consideração o tamanho da população. A Capital possui aproximadamente 3,2 milhões de habitantes, enquanto São Paulo, líder em número absoluto de veículos eletrificados, com 16%, conta com mais de 12 milhões de habitantes apenas na capital, e cerca de 22 milhões na região metropolitana. O Rio de Janeiro (6,7 milhões de habitantes), com 4,5% dos eletrificados do país, possui população significativamente maior à de Brasília.
Crescimento impulsionado por incentivos fiscais
Desde 2022, o Distrito Federal oferece isenção total de IPVA para veículos elétricos e híbridos, política que tem sido fundamental para estimular a adoção dessa tecnologia. Em contraste, outros estados brasileiros adotam abordagens diferentes:
- São Paulo, apesar de liderar em números absolutos devido ao tamanho da população, não oferece - até o momento - isenção do IPVA, mas restitui 50% do imposto para veículos eletrificados. A partir de 2025, terá política de isenção para híbridos flex.
- Rio de Janeiro reduz a alíquota para 0,5% para elétricos e 1,5% para híbridos, enquanto estados como Pernambuco e Rio Grande do Norte isentam totalmente o IPVA para veículos 100% elétricos.
- Minas Gerais e Mato Grosso do Sul adotam políticas de redução parcial, como isenção para veículos fabricados no estado ou desconto de 70% na base de cálculo do IPVA, respectivamente.
Perfil econômico elevado
Outro fator que contribui para o destaque de Brasília é que a capital possui a maior renda per capita do Brasil, com um rendimento médio de R$ 3.357 em 2023, quase o dobro da média nacional, que é de R$ 1.893, de acordo com o IBGE. Esse valor é superior ao de São Paulo (R$ 2.492) e Rio de Janeiro (R$ 2.367), tornando o DF um ambiente economicamente mais propício à aquisição de veículos eletrificados, que ainda possuem preços iniciais mais elevados.
Pernambuco e Rio Grande do Norte, outros estados que têm isenção total de IPVA para elétricos, não tiveram o mesmo sucesso com a descarbonização, com renda per capita de R$ 1.373 e R$ 1.113, respectivamente. Mesmo com a política, o estado pernambucano tem apenas 2,5% da frota de eletrificados do país e o potiguar, 1%.
As marcas preferidas
As marcas mais populares entre os brasilienses refletem o cenário nacional, com apenas uma mudança: a liderança é da BYD, e não da Toyota, que tem híbridos mais acessíveis e domina o mercado brasileiros. No Distrito Federal, a BYD tem 30% de participação, seguida pela Toyota (26,7%) e pela GWM (12,9%).
Entre os carros, Toyota Corolla Cross tem a preferência, seguido por Corolla, BYD Song Plus, Dolphin, Dolphin Mini e GWM Haval H6.
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17 comentários
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João Luís Nery
Cidade minuscula, com maior media salarial do Brasil. Ilha da fantasia bancada pelos pagadores de impostos do Brasil. Provavelmente a maioria dos veículos é para as autoridades e presidentes de estatais, que nao compram nada. O brasileiro qus sustenta as mordomias destes parasitas.
Wesley Almeida Rocha
Futuramente os carros elétricos vão se popularizar, e os preços vão cair aos poucos e as baterias a tendência e ficarem menores e mais baratas e tb mais eficientes com o tempo de recarga cada vês menores, do jeito que são os celulares hoje em dia, e foram no passado.
Eugenio Carlos Oliveira
Me parece também que o fato da cidade ser plana é um incentivo adicional à compra do elétrico. Já no Rio de Janeiro, cidade construída no meio de morros e montanhas isso reduz a distância que um elétrico pode percorrer, e sem falar na concorrência com gás veicular.