'Enquanto meu filho de um mês estava na UTI, meu marido levou um tiro'
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'Amar', programa apresentado por Mariana Kupfer, vai ao ar toda segunda-feira no Youtube de Universa. No novo episódio, a convidada Aline Bertolozzi, mãe do Léo, de 10 anos, fala da montanha-russa que viveu desde o momento em que descobriu que o filho tinha uma condição rara até a noite em que o marido foi assaltado saindo do hospital.
Na décima sexta semana de gestação, ela descobriu que o filho sofria de CHAOS, uma má formação congênita rara que causa obstrução completa ou parcial das vias aéreas superiores, como a traqueia ou a laringe. O prognóstico não era bom e Aline ouviu dos médicos que o filho sequer nasceria com vida.
Quando estava na vigésima quinta semana de gestação, os médicos realizaram uma traqueostomia intrauterina para tentar salvar a vida do Léo. Uma semana depois, ela começou a sentir contrações e um parto prematuro foi realizado.
"Só pude ver o Léo no dia seguinte. Ele tinha nascido bem, apesar de tudo. Quando eles tiraram o leite materno para o leite de fórmula, o intestino dele rompeu e a nossa vida virou de ponta-cabeça", conta.

O que ela não esperava era que, enquanto o filho estava na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) entre a vida e a morte, Rodrigo, seu marido, também passaria pela mesma situação.
Prestes a chegar em casa após sair do hospital em uma noite, ele foi assaltado e levou um tiro no pescoço, ficou 10 dias em coma e Aline chegou a ouvir dos médicos que ele não sobreviveria ou, na melhor das hipóteses, ficaria tetraplégico - nada disso aconteceu.
Ele teve uma parada dentro da ambulância a caminho do hospital. Os médicos disseram que ele não ia sobreviver às 24 horas. [...] Eu só queria que eles ficassem vivos. Quando o Rodrigo [acordou], ele já subiu pra UTI falando, 15 dias depois ele voltou a trabalhar. A bala está alojada lá até hoje.Aline Bertolozzi
O filho também superou as expectativas dos médicos e, apesar das dificuldades do percurso, está com 10 anos quando a probabilidade era de que ele vivesse até os 5 se todos os procedimentos realizados até lá dessem certo. Léo chegou a ficar 11 meses internado e realizar 10 cirurgias - entre elas uma que o fez perder a visão.
"A gente enfrentou um monte de desafios. O Léo ficou com múltiplas deficiências por conta da prematuridade, ele tem paralisia cerebral e os médicos diziam que o cognitivo dele era zero, que ele não entendia nada. Mas apesar de ele não falar e não enxergar, ele entende tudo, se comunica", conta Aline.
Ainda assim, Léo precisa ficar sempre ligado a aparelhos que o ajudam em suas funções. Por isso, para que pudessem viver com mais liberdade, os pais desenvolveram uma mochila com uma espécie de bateria que permite que os equipamentos sejam recarregados em qualquer lugar.
"A gente tem que viver um dia de cada vez. Temos a liberdade de poder viver uma vida normal, somos uma família extremamente feliz", afirma Aline.
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