'No ultrassom, o médico disse que era menina e que tinha o crânio aberto'
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'Amar', programa apresentado por Mariana Kupfer, vai ao ar toda segunda-feira no Youtube de Universa. No episódio desta semana, Bárbara Freitas, mãe de Lorena, de 8 anos, fala da montanha-russa que viveu após receber um diagnóstico errado ainda durante a gestação da filha e da jornada à espera de um transplante de coração para a pequena.
Já na primeira ultrassonografia, Bárbara ouviu que tinha algo errado com a filha. "O médico falou assim: é uma menina, mas ela está com o crânio aberto, ela vai nascer com duas cabeças."
Desta consulta em diante nenhum prognóstico foi positivo. O médico a encaminhou para o Hospital das Clínicas, em São Paulo, onde seria possível que a filha passasse por uma cirurgia antes mesmo de nascer.
Bárbara não quis realizar o procedimento, que consistia em tirar o feto, fechar o crânio e depois colocá-lo de volta no útero para seguir com a gestação. A outra alternativa dada pelo médico seria a de realizar a interrupção da gravidez.

"Eu queria de qualquer forma que aquela criança nascesse, então não possou pela minha cabeça fazer um aborto", afirma Bárbara.
Ela decidiu seguir com a gestação e Lorena nasceu prematura, de parto normal e passou os cinco primeiros meses de vida na UTI (Unidade de Terapia Intensiva). O que Bárbara não esperava era que o médico estivesse enganado: sua filha nasceu com o crânio em perfeitas condições, mas com um problema grave no coração.
"Foi bem desesperador, fiquei com muito medo. Eu não queria vê-la após o nascimento", lembra a mãe. "O médico falou que ela ia precisar ficar internada por tempo indeterminado e futuramente precisaria entrar para a fila do transplante."
Lorena passou mais de cinco anos à espera de um coração e, antes de entrar na fila, ainda teve de esperar ter condições para passar por uma cirurgia desse porte. Em maio de 2024 chegou a notícia de que havia um doador compatível.
"Eu parei e todos os meus pensamentos se voltaram pra mãe que doou", afirma Bárbara - a lei não permite que a pessoa transplantada conheça a família do doador.
Em um vídeo gravado no hospital no dia em que receberam a notícia, Lorena comemora, mas também se compadece pela história do doador. "Triste por causa da família que vai perder o parente, mas muito feliz porque o meu coração está chegando", diz.
Depois do transplante, Lorena passou por algumas complicações, precisou ser internada novamente e foi submetida a outra cirurgia no coração, mas se recuperou e hoje leva a vida de uma criança saudável.
"O que ela mais gosta de fazer hoje é pular sem cansar. A Lorena é outra criança, você consegue ver vida nos olhos dela. Corre, brinca, vai pra escola. Quando transplanta é tudo novo, um bebê recém-nascido", comemora Bárbara.
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