Gêmeas tem mesmo diagnóstico, mas só uma sobreviveu: 'Mistério da medicina'
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'Amar', programa apresentado por Mariana Kupfer, vai ao ar toda segunda-feira no Youtube de Universa e sexta no Canal UOL. No episódio desta semana, Sarah Ferreira fala sobre a perda de uma das filhas gêmeas para uma doença cardíaca compartilhada pelas duas: Alice morreu prestes a completar sete meses e Helena segue viva aos cinco anos de idade.
A gestação foi tranquila e saudável até a 36ª semana, quando Sarah passou por um parto prematuro. Alice rompeu a bolsa e nasceu primeiro, mas Helena não estava na posição adequada e levou cerca de três minutos para nascer.
Ela estava com falta de oxigênio, foi direto para o UTI [Unidade de Terapia Intensiva]. Nem consegui pegar minha filha no colo, olhar para ela a primeira vez foi bem complicado.Sarah Ferreira, mãe de Helena e Alice
No mesmo dia Alice também foi internada na UTI e não demorou para que o diagnóstico chegasse para as duas: miocardiopatia hipertrófica e biventricular, doença genética que causa um aumento da espessura das paredes do coração. Sete meses depois, Alice apresentou uma piora inesperada e acabou morrendo.

"Foi muito difícil. A fé em Deus me trouxe de volta porque eu tinha outra filha pra criar e precisava seguir, mas o luto nunca passa. Não existe superar o luto, a gente fica mais forte. Demorei três anos pra conseguir falar nesse assunto", afirma Sarah.
Após o ocorrido, Helena ficou internada para que os médicos investigassem seu estado de saúde. O quadro de miocardiopatia é controlado com medicamentos que ela toma desde a primeira internação na UTI.
Ainda hoje os médicos não sabem explicar por que as duas irmãs nasceram com a mesma condição, já que elas eram gêmeas bivitelinas - quando são geradas em dois óvulos diferentes. "É um mistério para a medicina, porque é uma condição genética, mas elas não eram gêmeas idênticas", conta Sarah.
A explicação médica é de que a Alice morreu por consequência da insuficiência cardíaca e de uma leucocitose, quando ocorre um aumento anormal da quantidade de glóbulos brancos no sangue que indicam uma infecção ou doenças mais graves,.
Por conta das complicações na hora do parto, mais tarde Helena também foi diagnosticada com escoliose e hipotonia. "Ela teve atraso no desenvolvimento, ainda hoje aos cinco anos não fala, só balbucia, ela começou a andar com quase cinco anos", conta Sarah.
Além disso, ela também foi diagnosticada com autismo e por conta da sua condição ainda não frequenta a escola. "É um desafio diário, hoje ela faz fono, fisio, tudo para o desenvolvimento dela e ela tem evoluído bem, mas a comida ela ainda come tudo batidinho."
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