'Difícil ter uma filha internada e me despedir da outra. Luto nunca passa'
Ler resumo da notícia
No episódio de Amar + Materna desta semana, Sarah Ferreira conta sobre a dor de perder uma das filhas gêmeas por complicações de uma doença cardíaca. Alice partiu prestes a completar sete meses de vida e Helena, sua irmã, sentiu emocionalmente a partida. O relato foi feito durante entrevista com Mariana Kupfer, em programa que vai ao toda segunda-feira no YouTube de Universa e às sextas no Canal UOL.
Sarah conta que a gravidez correu de forma saudável e tranquila até a 36ª semana, quando Alice rompeu a bolsa e as gêmeas acabaram nascendo de forma prematura. "Para minha surpresa, ela rompeu no dia do aniversário da minha mãe, cinco de novembro", lembra.
O parto foi complicado, Alice estava na posição adequada para nascer, mas Helena não, e, após o nascimento, foi imediatamente encaminhada para a UTI (Unidade de Terapia Intensiva). "Ela estava com falta de oxigênio. Nem consegui pegar minha filha no colo, olhar para ela a primeira vez foi bem complicado", conta Sarah.
No mesmo dia Alice também foi para a UTI. Semanas após terem nascido, o diagnóstico chegou para as duas irmãs: miocardiopatia hipertrófica e biventricular, doença genética que causa um aumento da espessura das paredes do coração. Sete meses depois, Alice apresentou uma piora inesperada e acabou morrendo.

Foi de um dia para o outro, ela estava numa semana super bem, evoluindo, comendo as primeiras frutinhas, passou mal à noite e de manhã já teve uma parada cardíaca. A gente correu para o hospital, conseguiram reanimar, então pensei que ia dar certo e que ia ficar com minha filha, mas à tarde ela teve outras paradas e não resistiu.Sarah Ferreira, mãe de Alice e Helena
Enquanto isso, Helena ficou internada para que os médicos pudessem analisar seu estado de saúde. "Dividi o meu coração entre as duas, uma que estava na UTI e outra que estava sendo investigada, sei que foram os piores dias da minha vida", afirma a mãe.
Após a morte de Alice, Helena sofreu com a falta da irmã mesmo sem saber expressar seus sentimentos. "Ela ficou quinze dias com febre sem nenhuma explicação, fizeram vários exames e nada constou, era completamente emocional, porque elas dormiam juntas, faziam tudo juntas", conta Sarah, que por três anos não conseguiu falar sobre a perda da filha.
"Foi muito difícil. A fé em Deus me trouxe de volta porque eu tinha outra filha pra criar e precisava seguir, mas o luto nunca passa. Não existe superar o luto, a gente fica mais forte. Foi o momento mais difícil da minha vida ter uma filha internada e ter que me despedir da outra", afirma.
Deixe seu comentário
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Leia as Regras de Uso do UOL.