'Transo pouco com meu parceiro, mas sou feliz com a relação'; veja relatos

Um relacionamento feliz precisa ter sexo todos os dias? Não exatamente. Uma relação duradoura e sólida pode ser construída na base do diálogo e do carinho — fora da cama. Afinal, sexo sempre foi um complemento.

Porém, vivemos em uma época em que o contato físico e as relações sexuais ganharam grande importância dentro de um relacionamento. Porém, não é isso que define — ou pelo menos deveria definir — a felicidade.

Universa conversou com mulheres que transam pouco com seus companheiros, mas que acreditam que a relação vai além do sexo. Veja:

"Sexo faz parte, mas não é essencial"

"Estou com o meu companheiro há sete anos. Ele reclama que a gente não faz sexo o suficiente e compara com outras pessoas. Levei essa questão para a terapia e cheguei à conclusão de que não tenho culpa. Eu estou supertranquila com a minha libido, mas ele reclama bastante e isso me tira o tesão. Chego a me masturbar antes dele chegar em casa para eu ficar mais de boa.

Nós transamos, em média, uma vez a cada dois meses. A gente não termina porque a gente se gosta, temos muito interesse emocional e mental um no outro. É uma parceria além da sexual. Cogitamos abrir o relacionamento para resolver essas frustrações sexuais, mas percebemos que é complicado demais encontrar outras pessoas. Homem é chato demais em aplicativos de relacionamento.

Sexo não é a coisa mais importante de um relacionamento. A relação precisa ter bases sólidas que vão além disso. Já fui estuprada inúmeras vezes por um ex-namorado. Estou há sete anos com o meu companheiro em uma relação construída na base do respeito e reconhecimento do outro. Ele me apoiou na hora que eu quis largar tudo e mudar de profissão. Mostra que está sempre ao meu lado, atualmente ajuda com as coisas da casa e não liga de eu ganhar mais que ele. Então, sexo faz parte, mas não é essencial.

Eu sinto falta, mas mais pela relação de troca energética que rola no sexo, do que pelo carinho e toque. Isso a gente tem independentemente disso."

Fernanda, 32, designer, de São Paulo (SP)

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"Transamos depois de sete meses juntos"

"Eu e meu namorado estamos juntos há nove meses e raramente transamos. A gente se conheceu no Tinder e viemos de relações desgastadas. Eu sou mãe solo, de uma menina de um ano e meio, e saí há pouco tempo de uma relação abusiva com o pai dela. E ele é pai solo, está solteiro há uns quatro anos.

No começo, a gente não pegava. Parecia namoro de adolescente, sabe? Só beijo com mão no rosto ou na cintura. A gente começou a falar de ter relação sexual com pouco mais de três meses juntos. Sempre tivemos um diálogo sobre sexo, quando era apenas uma ideia, discutíamos, conversávamos sobre os medos e sobre como devia ser o ideal para os dois.

Tivemos uma relação sexual com penetração apenas quando estávamos há sete meses juntos. Para a maioria das pessoas foi tarde, mas, para nós, foi no momento certo. Não transamos com frequência, no máximo uma vez a cada dois meses.

Ao longo do caminho, aprendemos e vivemos acreditando que nossa relação é muito além do sexo. A gente é muito parceiro para tudo, sei que posso contar com meu namorado para o que vier. Construímos reciprocidade em tudo, até na relação com as nossas crianças. E não trocaria o meu relacionamento por nada desse mundo.

Eu tive um processo complicado com o meu corpo, que teve muita transformação após a gestação. Eu voltei ao corpo que tinha, mas foi uma questão de me olhar no espelho e me lembrar de quem eu era. O que me ajudou bastante foi o meu companheiro, porque ele sempre me fala como me vê pelos olhos dele. Ele me chama de maravilhosa, me elogia. É bonito ouvir isso dele."

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Rosana, 24, estudante, de Sorocaba (SP)

"Fazemos sexo menos de uma vez por mês, mas eu realmente o amo"

"Estou há sete anos com o meu companheiro. No começo, não era assim. Mas, nos últimos anos, temos transado 9 ou 10 vezes por ano. Fazemos sexo menos de uma vez por mês. Apesar disso, ele é ótimo e eu realmente o amo. Foi um processo lento para aceitar a ter cada vez menos relações. Acabei me sentindo culpada, deixei o cabelo crescer porque sabia que ele gostava, comecei a malhar achando que meu corpo já não estava mais legal. Eu, inicialmente, ia atrás, mas ele estava com depressão e dizia que poderia ser isso. O tempo passou e, mesmo tendo tratado a depressão, a nossa vida sexual continuou na mesma.

Quando eu o procurava, via que ele não se empolgava muito, então passei a deixar que ele me procurasse porque, quando ele está com vontade, é sempre bom. Porém, eu chorava todo dia por causa do interesse sexual dele, mas já estive em uma relação baseada apenas em sexo e o que eu precisava emocionalmente não recebia, então comecei um processo de aceitação. Vale a pena lidar com a falta de sexo porque eu me considero muito feliz com ele. A nossa relação é muito boa fora isso. Temos uma filha e, depois do nascimento dela, eu não tenho mais tanto apetite sexual.

No entanto, ainda estou trabalhando a parte da minha autoestima. Fico pensando que se eu fosse diferente, fosse mais bonita, talvez ele sentisse mais desejo por mim, mas isso é algo que não tenho como saber."

Roberta, 24, dona de casa, de Campinas (SP)

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*Com matéria publicada em 14/04/2019

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