Criptomoeda de Trump movimenta R$ 350 milhões e desbanca bitcoin no Brasil

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A criptomoeda do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, movimentou R$ 350 milhões no fim de semana de estreia no Brasil e desbancou qualquer outro criptoativo, como os populares bitcoin e ethereum.
A Trump é uma "memecoin" lançada na sexta-feira (17) pelo republicano, que tomou posse hoje (20) como 47º presidente dos EUA. Entusiasta da indústria de criptomoedas, Trump foi um dos motivos para o bitcoin ter ultrapassado a casa dos US$ 100 mil no ano passado, durante sua campanha presidencial. Agora, o mercado espera que Paul Atkins, o novo presidente da SEC (Comissão de Valores Mobiliários, na sigla em inglês), promova mudanças profundas para desregular ainda mais esse segmento dos criptoativos.
A moeda começou a ser negociada no Brasil pelo Mercado Bitcoin no sábado (18). Em 48 horas, 50 mil pessoas já tinham vendido ou comprado o ativo, informa Fabricio Tota, diretor de negócios do Mercado Bitcoin, à coluna.
Ainda nesta segunda-feira, a Trump continuou em alta e foi o segundo ativo mais negociado no Mercado Bitcoin. Ficou atrás apenas do bitcoin. Às 19h, a criptomoeda era vendida por cerca de R$ 214. Com isso, a capitalização de mercado (todos os tokens vezes o valor do ativo) chegava a pouco mais de R$ 54 bilhões. Token é a representação digital do ativo.
O expressivo número de investidores que aderiram à negociação da memecoin em seus primeiros dias reflete também sua adesão global. Desde o lançamento na sexta, o ativo figura entre os 30 mais negociados no mundo
Fabricio Tota, diretor de negócios do Mercado Bitcoin
"Memecoin" é o termo dado a moedas digitais que nascem de "memes" ou tendências na internet. Ainda que careçam de valor intrínseco e sejam investimentos bem mais voláteis do que as "stabecoin", elas surfam na popularidade desses movimentos nascidos da cultura digital.
No caso da Trump, a "face" da criptomoeda exibe a famosa foto em que o republicano ergue o punho após ser alvo de um atentado durante um comício em julho de 2024.
O lançamento da moeda foi coordenado pela CIC Digital LLC, uma afiliada da Trump Organization.
"Meu NOVO Meme oficial Trump ESTÁ AQUI! É hora de celebrar tudo o que defendemos: VENCER!", escreveu Trump em post publicado na Truth Social, sua rede social, para anunciar a "memecoin".
Logo na largada, a iniciativa é criticada pela escolha na distribuição do ativo. Oito a cada dez tokens da Trump pertencem à CIC Digital LLC e à Fight Fight Fight LLC, uma empresa formada em Delaware no início de janeiro de 2025.
Com isso, apenas 20% dos tokens da Trump são negociados livremente. O restante será liberado nos próximos três anos, afirma o site da iniciativa.
Segundo o site, a moeda não tem relação com política, campanha política, cargo público ou agência governamental. Nem deve ser alvo de investimentos.
Ainda assim, diversos expoentes da comunidade de criptoativos criticaram Trump por deter boa parte dos tokens enquanto assume a presidência e promove mudanças que vão favorecer o preço dessas moedas.
"Trump ter 80% [dos tokens] e lançar a moeda horas antes da posse é algo predatório. Muitos provavelmente serão prejudicados por isso", disse Nick Tomaino, ex-executivo da Coinbase, uma das maiores plataformas globais do negócio.
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