É o fim da 'IA com esteroide'? 'Robô que pensa' muda o jogo da tecnologia
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Até pouco tempo atrás, "refletir" era um superpoder exclusivo da inteligência artificial da OpenAI. Hoje em dia, porém, chatbots rivais já possuem a habilidade.
Essa capacidade mudou completamente o jogo da tecnologia. A prática não é mais criar modelos de linguagem com uma quantidade absurda de dados. A moda agora é investir na habilidade de "pensar" dos robôs.
É uma tendência da própria indústria pensar nessa ideia do raciocínio, que não é o humano, mas fazer o modelo refletir sobre o processo antes de dar a resposta. A OpenAI foi a primeira, mas todas muito rapidamente apresentaram funcionalidades parecidas
Diogo Cortiz
Os modelos tradicionais de IA recebem um prompt e automaticamente começam a responder. Já as ferramentas com capacidade de raciocínio levam um tempo "pensando", antes de apresentar uma resolução.
Ele tem uma questão que muda o paradigma até da necessidade de GPUs. Vai mudar um pouco desse paradigma de processamento da IA
Diogo Cortiz
Cortiz explica que, até o modelo GPT-4, o poder computacional era revertido para a fase de treinamento. Era o momento dos "esteroides" para deixar ainda mais parrudo um modelo que já possuía grandes quantidades de dados. Ou seja, as máquinas gastavam mais energia neste momento do que na fase de inferência, a etapa em que os robôs são acionados para solucionar algum problema.
Foi criada uma lei da escala, a grande sacada da OpenAI. Para crescer, precisa comer. E os ovos da IA são os dados
Diogo Cortiz
Em um futuro próximo, apenas aumentar a quantidade de dados e o poder computacional no treinamento pode não trazer o incremento de desempenho desejado.
'Última Prova da Humanidade': por que teste 'impossível' foi criado para IA
Volta e meia notícias relatam como uma inteligência artificial superou a capacidade humana em algum teste. Essas avaliações, porém, estão com os dias contados, porque já não conseguem mensurar o avanço dessas ferramentas, cada vez mais poderosas.
No novo episódio de Deu Tilt, o podcast do UOL por trás das máquinas, Diogo Cortiz e Helton Simões Gomes contam como cientistas contornaram esse gargalo que está para acontecer. Mais de mil deles, vindos de 500 instituições ao redor do mundo, se uniram para criar a "Última Prova da Humanidade", um teste impossível de tão difícil.
Perguntas muito difíceis, muito sofisticadas mesmo. Se a IA passar nisso aqui, quer dizer que não temos mais conhecimentos para testar essa inteligência artificial, do ponto de vista de conteúdo
Diogo Cortiz
Tíquete para Apple driblar tarifas de Trump fica US$ 150 bi mais caro
Dessa vez, não foi o iPhone que fez as atenções se voltarem para a Apple. A companhia anunciou que investirá US$ 500 bilhões só nos Estados Unidos. O valor é um aceno ao governo norte-americano, mas indica que a empresa repete a mesma estratégia usada para driblar o "tarifômetro de Donald Trump" e evitar que as taxas aplicadas à China impactassem a importação de seus relógios inteligentes.
Em 2018, a empresa da maçã anunciou investimento de US$ 350 bilhões ao longo de cinco anos e a criação de 20 mil empregos. O afago à primeira gestão Trump deu certo.
Agora, Trump anunciou 10% de tarifa para a China e parece que o valor que a Apple está investindo para dar uma contrapartida para obter uma exceção subiu em pelo menos US$ 150 bilhões. Ficou muito mais caro conseguir driblar as doideiras e loucuras do Trump
Helton Simões Gomes
Apple e Google na mira: batalha 'inaugural' da regulação tem 'arma importada'
A regulação das grandes plataformas está cada vez mais próxima. Apple e Google, duas das principais empresas de tecnologia do mundo, estão na mira do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), que investiga acusações de práticas anticompetitivas nos sistemas operacionais iOS e Android.
O Ministério da Fazenda pretende dar mais poder ao Cade para vigiar as grandes empresas de tecnologia. Está nos planos equipar o órgão com uma "arma importada" da Europa.
Em fevereiro, o conselho reuniu as duas Big Tech, outras empresas e organizações da sociedade civil em uma audiência pública para avaliar três inquéritos, dois contra o Google e um contra a Apple.
DEU TILT
Toda semana, Diogo Cortiz e Helton Simões Gomes conversam sobre as tecnologias que movimentam os humanos por trás das máquinas. O programa é publicado às terças-feiras no YouTube do UOL e nas plataformas de áudio. Assista ao episódio da semana completo.
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Arthur Eduardo Freitas Heinrich
A inteligência humana é uma capacidade que temos de criar. Com ela, a humanidade construiu todo o conhecimento que temos. Os sistemas de IA baseados em LLM (Large Language Models) são modelos estatísticos, que se baseiam na frequência em que determinadas combinações de fonemas e palavras é encontrada na literatura que nós, humanos, construímos. Depois de efetuado o "aprendizado", sem que haja aprendizado de fato, passamos a ter um modelo que permite identificar sequências baseadas em nossa pesquisa, que retorna o assunto mais frequente e provável, que se encaixa no que estamos buscando, ao usuário. Isto não tem nada de inteligente. É apenas um algoritmo de busca como qualquer outro. Sistemas e máquinas nunca conseguirão pensar como nós humanos, porque nós mesclamos o conhecimento aprendido com emoções e isso nos diferencia. O sistema computadorizado, se largado sem as informações construídas pela inteligência humana, não produzirá nada