Rapper FBC manda mensagem em ano de eleição: 'Chutar a bunda dos fascistas'

O rapper FBC se apresentou no Lobofest, em Sorocaba (SP), no final de julho, quando deixou uma mensagem clara para seu público neste ano de eleições municipais: "Chutar a bunda dos fascistas". Em entrevista à Splash, FBC afirma que a música "tem que ter uma mensagem" e é necessário que a arte mostre outro ponto de vista.

O que ele disse

FBC tem apresentado pelo país a turnê comemorativa de 20 anos de estrada. Amado pelos fãs, o álbum "Baile" é sempre mais cantado, com a música "Se Tá Solteira".

Tem o 'Baile' e depois veio 'Amor e Perdão', que é uma coisa mais do palco grande com banda. Isso atinge outros públicos. Me senti abraçado e acredito que fidelizei várias pessoas. Essa turnê é uma oportunidade de mostrar para essa galera que chegou agora que já aconteceu muita coisa e eles terem a experiência de como era: eu e o DJ junto. Acredito que prepara o terreno para os próximos trampos. FBC

O sucesso de "Se Tá Solteira" não era esperado por ele. A gente nunca espera. Quando aconteceu, eu, com muita humildade e pé no chão, consegui trabalhar bem. Sou muito grato a todo mundo que compartilhou e fez trend.

Apesar de "Se Tá Solteira" ser a música mais famosa do cantor, ele considera que "Autoajuda" é sua predileta. "Autoajuda foi feita em um momento de adversidade, de se repensar. Autoajuda faz parte das músicas que eu sempre fazia depois de ser mandado embora de um emprego, quando eu trabalhava de vender água e pipoca no sinal. Eu sempre era mandado embora, porque tinha que conciliar o rap com o emprego. Nunca passava de três meses no trampo."

Toda vez que eu era mandado embora de algum desses empregos, fazia uma música, tipo 'Autoajuda', 'Cimento e Lágrimas' e 'Pior Que Eles'. Todas essas músicas têm um significado muito forte para mim, porque é um trabalhador tentando sobreviver no Brasil. FBC

Pelas dificuldades de ser de fora do eixo Rio-São Paulo, o rapper conta que "ainda é difícil" furar a bolha sendo de Minas Gerais. "Acredito que só consegui furar a bolha do meu nicho, do meu rancho e do meu curral, fidelizando meu público, estando perto e promovendo, entre nós, uma consciência de que se nos ajudássemos, cresceríamos juntos. Esse é meu motivo de me manter na cena".

Para FBC, ser de Minas Gerais significa "beber o que tem de melhor" na música. "Minas Gerais é o lugar dos sonantes. Trabalhar harmonia e saber que a música tem que ter uma mensagem e tem que ser bela. Para viver, a música tem que ser viva, não algo plástico. Morar em BH é isso: beber o que tem de melhor na música mundial."

'Chutar a bunda dos fascistas'

Ao final da apresentação, o rapper mandou uma mensagem política para o público, dizendo que era necessário "chutar a bunda dos fascistas". "Vamos chutar a bunda desses nazistas. Vamos chutar a bunda desses fascistas direto para o lixo que eles saíram".

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Questionado por Splash sobre a manifestação, ele disse que é função da arte mostrar o que está acontecendo no mundo. "O posicionamento, a ideia e a manifestação de dizer sobre o espírito do seu tempo e sobre as coisas que estão acontecendo é a função da arte. A função da arte é mostrar outro ponto de vista e, muitas vezes, mostrar para a pessoa um sentimento que ela sente, mas que não consegue organizar em palavras ou ideias."

A arte é feita para isso: para tirar a pessoa do lugar, para resgatar a pessoa de uma situação que ela esteja mal. A arte nunca vai servir o propósito do mal, o propósito da violência, o propósito da opressão, o propósito da humilhação e o desprezo. A arte sempre vai ser algo que transforma o ser humano e a humanidade em algo melhor. A arte é o caminho para a evolução humana. A arte sempre vai ser contra qualquer falsa autoridade, perseguição e qualquer coisa que infrinja a dignidade humana. O discurso do hip hop sempre vem antes de qualquer manifestação. A primeira manifestação é o discurso e a ideia. FBC

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