Fãs do System of a Down prometem formar maior 'mosh de minas da história'

Um grupo de mais de cem garotas está se mobilizando nas redes para se encontrar no show do System of a Down, no autódromo de Interlagos, nesta quarta em São Paulo, e promover o maior "mosh" só para mulheres já visto no mundo.

O que vai rolar?

A iniciativa partiu da engenheira civil Larissy Adriane Galbes Primo, 28 anos, moradora de Suzano, na Grande São Paulo. Larissy conta que é fã do SOAD desde os 10 anos, mas nunca tinha conseguido ir a um show da banda —que faz sua terceira passagem pelo Brasil neste mês, com escalas em Curitiba, Rio e São Paulo.

As apresentações da turnê "Wake Up!" têm sido bastante comentadas por conta das enormes rodas de pogo que se formam em meio ao público. Também conhecidas como "mosh", nelas os fãs dançam em círculos, enquanto trocam esbarrões, socos e pontapés. Parece violento pra quem vê de fora, mas a intenção não é brigar, só curtir.

A truculência nessas rodinhas costuma afastar as meninas da brincadeira, mas a proposta de Larissy é justamente democratizar o rolê. Afinal, dentre os milhares de fãs da banda de metal armênio-americana estão muitas mulheres.

"Fiquei insegura, porque ser mulher e ir a lugares sozinha às vezes ainda é um tabu. Todos à minha volta me perguntam: 'Sério, que você vai sozinha? Não tem medo?'. Então resolvi buscar por outras meninas que também precisavam estar nesse show, mas não tinham a certeza de que ficariam seguras", conta ao TOCA a fã, que decidiu criar um grupo no WhatsApp que começou com cinco e, no momento da publicação deste texto, já contava com 108 meninas.

Invite para o grupo do Whatsapp SOAD 14.05

"Acredito que com um grupo bem grande, a gente consiga curtir bastante, bater cabeça adoidadas, entrar em mosh e, ainda assim, se sentir confortável", completa Larissy. Ela é casada, mãe de dois filhos e, até o início do ano, não tinha contado pra ninguém da família sobre sua paixão pelo System of a Down.

Eu nunca havia falado para o meu marido que eu era fã. Fui mãe cedo e acabei priorizando a família. E então contei ao meu marido sobre a banda e o quanto eu amava desde criança. Minha família não era a favor do rock em casa, por preconceito, então reprimi isso durante a infância, escutava pela MTV, aguardando o clipe. Larissy Adriane Galbes Primo, fã do SOAD

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A reação do marido foi a melhor possível. "Ele super apoiou, me deu o ingresso do show de presente de Dia das Mães. E pediu pra eu viver esse sonho intensamente", comemora.

Batizado apenas de "SOAD 14.05", acompanhado de emojis de rosas e um símbolo de heavy metal com as mãos, o grupo de WhatsApp já conta com meninas de diversos bairros e cidades da Grande São Paulo, além de gente do Rio de Janeiro, Florianópolis, Belo Horizonte e outros. O grupo é aberto para quem for ao show e quiser entrar e tem servido para divulgar a lista de participantes, o horário que cada uma chega por lá e as instruções de pontos de encontro e pessoas a procurar quando chegar ao autódromo.

Meninos não serão vetados, mas Larissy faz um pedido: "Acredito que lá na hora tenham homens que entrem, só pediremos que tomem cuidado, pois para muitas é o primeiro mosh da vida e só toparam por ser de mulheres!"

Então recado dado: quem for ao show pode curtir à vontade, mas respeita as mina!

System of a Down em SP

Quando: quarta (14), às 21h
Onde: Autódromo de Interlagos
Quanto: a partir de R$ 297,50
Ingressos à venda pelo site da Eventim.

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