Virou moda? Passageira se revolta ao ver cão de suporte em seu assento

Uma passageira de um voo da United Airlines ficou surpresa ao encontrar um enorme cão em seu assento ao embarcar na aeronave.

A queixa da viajante — realizada no Ano-Novo em um fórum de usuários e funcionários da companhia no Reddit, em que se identificou apenas como Sparkling_Spritzer — tem repercutido deste então nas redes e na imprensa internacional, como parte das polêmicas sobre ceder ou não poltronas já marcadas.

O que aconteceu

A passageira embarcou com seu marido normalmente no Aeroporto Internacional de São Diego, sem qualquer notificação da companhia a respeito de mudanças em seu assento em um voo rumo a Denver. No entanto, ao localizar sua poltrona, ela viu um enorme cão de serviço — que serve de suporte físico ou emocional a pessoas com deficiência, ou questões de saúde (física ou mental) — no lugar.

Uma comissária foi questionada pelo casal se ela havia notado a localização do animal. No entanto, segundo o relato da usuária do Reddit, a tripulante apenas deu de ombros e não prestou assistência aos dois.

A viajante e o marido tentaram resolver a questão diretamente com o tutor do animal. No entanto, o cão de serviço não cabia no chão ou espaço entre poltronas. "Como nos disseram que o voo estava completamente lotado e que o cachorro ficaria com o meu assento, eu achei que seria retirada deste voo por este cão", escreveu.

Neste momento, um funcionário da companhia adentrou a aeronave para conversar com o tutor. No entanto, o cão permaneceu no assento da passageira.

Um assento alternativo foi encontrado para a passageira no mesmo voo "de alguma forma". "O cachorro permaneceu na minha poltrona o voo inteiro e é totalmente absurdo que um cão enorme possa deslocar um passageiro pagante de seu assento", reclamou.

Para a passageira, a United Airlines deve "reprimir passageiros que abusem da permissão" de levar um animal de serviço na cabine. "Como pode alguém ser recebido a bordo com um cachorro tão grande sem comprar um assento extra?", questiona.

Ela ainda acredita ser anti-higiênica a maneira como o animal viaja. "É nojento ter um cachorro fora da caixa de transporte sentado no assento dos passageiros com sua bunda nos braços da poltrona".

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Os agentes do portão de embarque checam cuidadosamente o tamanho da minha mala de bordo, mas aparentemente eles não monitoram o tamanho dos cães 'de serviço' das pessoas!

Reclamou a passageira, identificada apelas como Sparkling_Spritzer no Reddit.

Queixa iniciou debate acalorado

Viajantes se dividiram nos mais de 700 comentários a favor ou contra a posição da passageira. Houve quem questionasse se todos os cães que viajam como animais de serviço realmente o seriam, enquanto outros alertaram que cães de serviço nem sempre podem estar dentro de uma caixa de transporte, já que realizam tarefas vitais para seus tutores — e que este tipo de viajante já passa por burocracias extras para poder transportar seus animais.

Eu tinha um cão de serviço. Ela mal cabia embaixo do assento, mas eu acredito na regra e melhor prática de que se um cão é grande demais, você tem que comprar um assento extra para ele.

Defendeu outra usuária nos comentários.

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A United Airlines só obriga tutores de cães de serviço a comprar um assento extra quando o passageiro também quer levar um animal de estimação. Segundo seu site, a companhia também diferencia cães de serviço de cães ou gatos de suporte emocional. A segunda categoria deve viajar na caixa de transporte, enquanto a primeira pode viajar fora da embalagem, mas sempre no chão — e no espaço pessoal do seu tutor e não de outro viajante.

A passageira que fez a queixa diz que se a companhia a tivesse informado das necessidades de uma pessoa com deficiência de antemão, ela teria concordado. Ela esperava ser comunicada sobre a necessidade de espaço extra para o animal de serviço, mas com a garantia de que haveria outro assento para ela no avião. "Mas para este tutor deixar o seu cão sentar no assento de outra pessoa, em voo lotado, parece irresponsabilidade", reclamou.

Se eles tivessem lidado com o problema no portão antes de deixar este passageiro e seu cão embarcarem, ou antes de o resto dos passageiros embarcar, provavelmente tudo teria corrido mais facilmente.

Outro passageiro da Delta relatou em dezembro um problema semelhante no Reddit. Ele havia recebido um upgrade para a primeira classe de seu voo, mas recebeu uma notificação 15 minutos depois que o colocava em um assento pior do que aquele que tinha originalmente.

Ao ver um cão de serviço em seu lugar, ele fez uma reclamação ao suporte de clientes da companhia. Mas recebeu a resposta de um agente de que "passageiros podem ser relocados por causa de animais de serviço" e que "não há nada que possam fazer".

Assento foi motivo de processo no Brasil

Em dezembro, a bancária Jennifer Castro foi alçada à fama após não ceder assento para criança durante um voo entre Rio de Janeiro e Belo Horizonte. Ela foi filmada por uma passageira revoltada e acusada de não ter "empatia". Nas imagens, a jovem aparece de fones de ouvido ignorando as reclamações da mulher.

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Jennifer recebeu uma onda de apoio após vídeo viralizar nas redes sociais. Até uma página de fã-clube foi criada no Instagram. "O 'calada vence' nunca fez tanto sentido", comentou uma seguidora. "É a primeira vez que vejo os humilhados sendo exaltados tão rápido", brincou outra.

Passageira se negou a ceder assento, pelo qual teria pago
Passageira se negou a ceder assento, pelo qual teria pago Imagem: Reprodução

Passageira, que ganhou um milhão de seguidores após polêmica, disse que iria processar responsável pela exposição nas redes sociais. Caso também rendeu repercussão em programas de televisão na TV Globo e Record, em que Jennifer e a mãe da criança defenderam suas posições, enquanto a passageira que realizou as imagens pediu desculpas.

Eu entrei no avião e a criança estava no meu lugar. Eu cheguei: 'olha, esse é meu assento.' Eu o esperei sair. Um rapaz que estava no corredor falou assim: 'troca com ele. Você se senta no corredor e ele senta no seu lugar.' E eu falei não [...] Ele chorou o voo inteiro. Acho que uns 50 minutos, em voo do Rio a BH. Ela [mãe] foi muito sem educação.

Jennifer Castro, no Encontro (TV Globo)

Trocar de assento em voos não é obrigatório a não ser em raras exceções, conforme explicou o colunista do UOL Alexandre Saconi. Geralmente, ligadas à segurança de voo ou em cumprimento de regras específicas.

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