Em NY, Rockefeller Center tem 'mergulho' entre prédios e banho de história

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É impossível que você não tenha se impressionado alguma vez com algo do Rockefeller Center, pela TV mesmo ou nas telas de cinema. O complexo de retomada ao "orgulho nova-iorquino" nos anos 1930, porém, merece mais um tanto de sua atenção. E, em uma oportunidade de ir à Big Apple, umas horas do seu dia.
Chegando pela Quinta Avenida, para quem não conhece Nova York ou já foi algumas vezes, a pista de patinação é uma memória afetiva.

Seja pela árvore de Natal de até 30 metros que todos os anos encanta locais e turistas à espera do acendimento das luzes, seja pelo rinque aberto a adultos e crianças dispostos a deslizar pelo gelo — Truman Capote foi flagrado deslizando seus patins em 1959.
A árvore, aliás, veio antes da pista, aberta em 1936, e mesmo antes do prédio, construído em 1932. Desde 1931, os trabalhadores imigrantes que levantaram o complexo já decoravam uma árvore de seis metros. A tradição do acendimento das luzes viria dois anos depois, em 1933.


Felizmente, como explica a brasileira Mariana Marcone, gerente de vendas do Rockefeller Center, que levou a reportagem para um tour completo, o espaço não tem vida somente na estação mais fria.
O resto do ano, é nesse espaço protegido por Prometheus, o deus do fogo que ajudou na criação do mundo, que a cidade se reúne em uma praça de alimentação a céu aberto ou fanfest para eventos esportivos, como aconteceu no verão de 2024, para as Olimpíadas de Paris.

Mergulho no passado

Concebido pelo John D. Rockefeller Jr., o centro tinha como intenção ser uma cidade dentro de uma cidade, com espaço para arte, entretenimento e diversão para todos.
Em um terreno que pertencia à Universidade de Columbia, o bilionário desejava criar uma comunidade ao redor de um grande prédio comercial e um novo prédio para a companhia de ópera local.
A crise das bolsas de 1929 fez o desejo ser adiado, mas não por muito tempo: o complexo de prédio comerciais começaria ser construído em 14 prédios em 1931, sendo concluído em 1940.

Entrar no prédio clássico, porém, é se deparar com um dos projetos mais ambiciosos da época. O nome Rockefeller impressiona, mas você conhece a história de sua esposa Abby?
Incentivadora da cultura local, ela foi uma das entusiastas - e fornecedora de obras - do Museum of Modern Art (MoMA), aberto em 1929, e foi ela a povoar o lobby da entrada principal do complexo com a identidade Arte Deco e murais famosos, como "Wisdom" (Lee Lawrie) e "American Progress".

Passeando pelo primeiro nível do complexo é possível xeretar aonde são gravados alguns dos talk-shows de maior sucesso dos Estados Unidos e da audiência internacional. Uma fila de fãs sempre está na torcida por trombar com Jimmy Fallon, cujos ingressos são disponibilizados em uma disputada fila. As caravanas que conhecemos daqui também acontecem nos programas de auditório norte-americanos.
Não distante, está um verdadeiro mercado gastronômico para quem passa pelo Rockefeller. No local, é possível desde tomar um cafezinho, a um almoço de negócios ou lanche rápido, até um jantar chique e fechar a noite com bons drinques.
Olhe para frente - do alto


Depois de passar por um pequeno auditório que conta brevemente a história de tudo e por uma maquete que aponta toda a magnitude do complexo, é hora de pegar o elevador - que parece voar pelos 70 andares.
O Top Of The Rock, aberto em 1933, fechado em 1986 e reaberto em 2005, não é o observatório mais alto da cidade, é verdade (esses são o World Observatory no One World Trade Center e o Edge no Hudson Yards).
Mas é lá, com certeza, que a gente mais se aproxima de um mergulho nas alturas. Não, você não estará acima de construções como o Empire State Building, ou a estonteante torre de penthouses à frente da face sul do Central Park, mas 'de cara' com ambas.



Mais recentemente, duas atrações buscam diferenciar o observatório, que poderia parecer meio ultrapassado diante do novíssimo SUMMIT One Vanderbilt ou parado no tempo como o imperdível, mas ainda assim um tanto antiquado, Empire State Building (me desculpem fãs de King Kong).


Numa delas, você chega ao ponto mais alto do prédio e... sobe mais um pouco. Trata-se da Skylift, aberta em outubro de 2024. A diminuta plataforma giratória dá uma vista 360° de Manhattan e arredores.
O frio na barriga, no entanto, fica mesmo com outra novidade, inspirada em uma nostálgica e clássica foto clicada na construção do prédio.
Lembra-se de uma imagem com operários sentados em uma viga que parece flutuar pelo céu de Nova York? A "Almoço no topo de um arranha-céu", tirada em 20 de setembro de 1932, foi parte de uma campanha de promoção da construção.

Pois desde o final de 2023, os visitantes da The Beam Experience podem reproduzir a icônica foto dos 11 operários que pareciam flutuar no céu de Manhattan.


Basta sentar-se em uma viga — com cinto de segurança e uma parede de vidro na frente - e esperar a plataforma subir e girar. A sensação é de estar no topo do mundo, ou pelo menos da Big Apple.
*A jornalista conheceu o complexo a convite do Rockefeller Center, NYC Tourism e Interamerican
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