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Destaque até a parada, ataque do Fluminense tem 8ª pior média da Série A

Odair Hellmann vê Fluminense cair de produção após retorno ao futebol - Lucas Merçon/Fluminense FC
Odair Hellmann vê Fluminense cair de produção após retorno ao futebol Imagem: Lucas Merçon/Fluminense FC

Caio Blois

Do UOL, no Rio de Janeiro

04/08/2020 04h00

O retorno do futebol trouxe incertezas ao Fluminense até onde tudo estava dando certo. Destaque até a paralisação dos campeonatos por conta da pandemia de coronavírus, o ataque do Tricolor, antes o segundo melhor entre times da Série A do Brasileirão, agora é o oitavo pior em média nesta temporada.

Se nos primeiros 15 jogos no ano marcou 32 gols, o setor ofensivo do Flu fez apenas mais quatro nos oito jogos disputados após o retorno do futebol. A média, que era de 2,13, despencou para 1,56, o que coloca a equipe de Odair Hellmann na 12ª posição do ranking dos times que jogarão a primeira divisão do Campeonato Brasileiro — contando com os amistosos contra o Botafogo.

A volta açodada das partidas no Rio de Janeiro teve sua parcela generosa de contribuição para o insucesso do Tricolor. Com apenas oito dias — nem todos com treinos — antes de sua reestreia, que aconteceu na derrota para o Volta Redonda —, o time das Laranjeiras sofreu com a falta de entrosamento de novas peças, como o ídolo Fred.

Além disso, o que vinha dando certo também parou de funcionar. O meia Nenê, artilheiro do time, marcou nove gols nos primeiros 11 jogos que disputou. De lá para cá, jogou mais sete vezes, mas não voltou a balançar as redes. Desde então, os quatro gols do Fluminense saíram dos pés de Evanílson (2), Michel Araújo e Gilberto.

Evanílson, inclusive, vive boa fase, colocando uma pulga atrás da orelha de Odair. O camisa 99 funciona melhor como centroavante, posição que é difícil imaginar que não seja assumida por Fred, assim que o camisa 9 esteja à disposição. O atacante de 36 anos fez uma cirurgia no olho esquerdo, mas já voltou aos treinos e deve estar à disposição para a estreia do Flu no Brasileirão, contra o Grêmio, fora de casa.

Equipe joga em novo formato

Odair Hellmann resolveu mexer no time para a fase decisiva da Taça Rio. A partir da semifinal, o volante Dodi entrou na vaga do atacante Marcos Paulo, fazendo o Tricolor modificar o esquema anterior, mais próximo do 4-1-4-1, para um 4-3-3, com três volantes e dois homens abertos. Desse jeito, entretanto, Nenê e Marcos Paulo não foram tão efetivos.

Nenê não repetiu boas atuações no Fluminense e não balançou as redes após retorno do futebol - Thiago Ribeiro/AGIF - Thiago Ribeiro/AGIF
Nenê não repetiu boas atuações no Fluminense e não balançou as redes após retorno do futebol
Imagem: Thiago Ribeiro/AGIF

O meia, que chegou a contrair coronavírus, mas esteve assintomático, não marcou gols nem deu assistências. O segundo deu dois passes para gol, mas caiu um pouco de rendimento. Mais presos à ponta e flutuando menos por trás de Evanílson, ambos estiveram abaixo do que podem, prejudicando a criação de jogadas.

Por outro lado, o Tricolor se defendeu muito bem contra o favorito Flamengo e conseguiu conquistar a Taça Rio, nos pênaltis, além de ter incomodado bastante o rival na decisão do título estadual. Novo titular, Dodi passou a ser destaque da equipe.

Ainda assim, muito pouco para um time que começava a engatar suas melhores atuações antes da paralisação, e que vê a sua produção ofensiva cair vertiginosamente. A equipe mostrou mais capacidade de criação e maior poderio ofensivo com as entradas dos meias Ganso, Miguel e Michel Araújo — como na vitória em amistoso sobre o Botafogo, a única após a parada.

Ganso abraça Miguel, Araújo e Calegari; camisa 10 e jovens tornaram Fluminense mais veloz - Lucas Merçon/Fluminense FC - Lucas Merçon/Fluminense FC
Ganso abraça Miguel, Araújo e Calegari; camisa 10 e jovens tornaram Fluminense mais veloz
Imagem: Lucas Merçon/Fluminense FC

Além deles, Wellington Silva também foi bem na chance que teve após testar positivo para coronavírus. Opções mais frequentes, Caio Paulista e Fernando Pacheco — que atuaram até improvisados como centroavantes — ainda não engataram boas atuações desde o retorno do futebol. O peruano sofreu entorse no tornozelo esquerdo e segue em recuperação junto no departamento médico do Fluminense.

Confira a média de gols por jogo das equipes da Série A em 2020:

1- Flamengo - 47 gols/22 jogos - 2,14
2- Atlético-GO - 27 gols/13 jogos - 2,07
3- Coritiba - 32 gols/17 jogos - 1,88
4- Athletico-PR - 35 gols/19 jogos - 1,84
5- Fortaleza - 36 gols/20 jogos - 1,8
6- Corinthians - 20 gols/12 jogos - 1,67
7- São Paulo - 25 gols/15 jogos - 1,66
8- Atlético-MG - 26 gols/16 jogos - 1,62
9- Bahia - 40 gols/25 jogos - 1,6
10- Ceará - 35 gols/22 jogos - 1,59
11- Internacional - 30 gols/19 jogos - 1,58
12- Fluminense - 36 gols/23 jogos - 1,56
13- Palmeiras - 25 gols/16 jogos - 1,56
14- Grêmio - 26 gols/17 jogos - 1,53
15- Bragantino - 19 gols/14 jogos - 1,36
16- Goiás - 20 gols/15 jogos - 1,33
17- Botafogo - 18 gols/15 jogos - 1,2
18- Santos - 17 gols/15 jogos - 1,13
19- Sport - 23 gols/21 jogos- 1,1
20- Vasco - 12 gols/16 jogos - 0,75

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