Rafael Reis

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Enquanto prepara volta ao Brasil, Oscar vive auge com 'Dream Team' da China

Em sua turnê de despedida da China, Oscar tem mostrado os motivos pelos quais deve ser disputado a tapas por vários clubes brasileiros na janela de transferências de dezembro/janeiro.

O veterano de 32 anos tem produzido sua melhor temporada desde que desembarcou no país, em 2017, e transformou o Shanghai Port em uma espécie de "Dream Team" do futebol asiático.

Sob comando do ex-jogador do Chelsea e da seleção, a equipe vermelha ainda não perdeu nesta edição da Superliga chinesa. São 19 vitórias e três empates, além de uma incrível marca de 73 gols marcados em 22 partidas (média de 3,3 por jogo).

Mais que isso: o Port ganhou todos os 17 últimos compromissos que disputou. Seu último tropeço foi o empate por 1 a 1 com o Shanghai Shenhua, no dia 27 de abril, ou seja, mais de três meses atrás.

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Pela primeira vez na carreira, Oscar tem mais participações diretas em gols (29) do que jogos (24) em uma temporada.

O meia brasileiro é o terceiro principal artilheiro do Port em 2024, com 11 tentos. Além disso, é disparado o maior "garçom" do Campeonato Chinês (18 assistências, contra 11 de Lei Wu, seu companheiro de time, que ocupa a segunda posição no ranking).

Neste ano, o camisa 8 também conseguiu algo bastante raro na sua carreira: fazer três gols na mesma partida. O hat-trick anotado no 4 a 1 sobre o Cangzhou Mighty Lions, em maio, foi só o quarto na sua trajetória como profissional, o primeiro desde 2019.

Despedida da China

Oscar já anunciou que não tem intenção de renovar com o Port e que deixará a China depois do encerramento do seu contrato, no fim do ano.

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A decisão atiçou o mercado brasileiro. Por aqui, pelo menos Flamengo e Internacional já demonstraram interesse em contratá-lo. No entanto, é bem possível que outros times entrem na briga nos próximos meses.

Na China, Oscar tem um salário considerado fora da realidade do mercado. Ele recebe 24 milhões de euros (R$ 147,5 milhões) por temporada, mais ou menos o mesmo faturamento de Kevin de Bruyne e Erling Haaland no Manchester City.

O holerite inflado do brasileiro é o último resquício da "era de ouro" do futebol chinês, que tentou fazer frente à Europa na segunda metade da década passada pagando muito dinheiro para atrair estrelas ao país.

Como assinou seu contrato atual antes da implantação do teto salarial de 3 milhões de euros (R$ 18,4 milhões) para jogadores estrangeiros, lei em vigor desde 2020, o meia pôde continuar recebendo acima do limite de gastos.

O benefício, no entanto, termina junto com o atual vínculo. Caso renovasse com o Port ou assinasse com outro clube chinês, Oscar precisaria se adequar às regras atuais e reduzir seus ganhos para pouco mais de 10% do valor atual.

Esse é um dos motivos pelos quais o meia nem cogita estender sua permanência no segundo país mais populoso do mundo. Se é para ganhar menos (e ele sabe que vai ganhar menos), melhor voltar para o Brasil ou tentar a sorte em outro mercado mais acolhedor.

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Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

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