Corinthians: polícia ouve ex-diretor de futebol em inquérito sobre comissão
Rubens Gomes, o Rubão, ex-diretor de futebol do Corinthians, é esperado na 3ª Delegacia do Departamento de Polícia de Proteção à Cidadania (DPPC) nesta quinta (8), às 15h. Ele vai ser ouvido como testemunha no inquérito que apura os desdobramentos do pagamento de comissão por intermediação no contrato de patrocínio entre o clube e a Vai de Bet.
Rubão foi o primeiro no Parque São Jorge a levantar suspeitas em relação ao pagamento de comissão.
Ele afirma que entrou em rota de colisão com o presidente Augusto Melo por indagá-lo sobre a comissão de cerca R$ 25,2 milhões prometida para a Rede Social Media Design.
Em programa da TV Gazeta, o ex-dirigente afirmou que, em dezembro, ouviu de Augusto que ele tinha fechado o patrocínio sem intermediários. Depois, ficou surpreso ao saber que haveria pagamento de comissão. Por isso, questionou o presidente corintiano.
A Polícia e o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público de São Paulo) pretendem esmiuçar o tema durante o depoimento de Rubão.
O ex-diretor foi o principal articulador político da campanha de Augusto. Após atritos com o presidente, ele foi destituído do cargo.
As declarações do ex-dirigente sobre a intermediação do acordo de patrocínio ganharam mais peso depois do depoimento Alex Cassundé, dono da Rede Social.
Ele disse em sua oitiva que apresentou o contato da Vai de Bet para o clube, após busca pela internet, mas não participou da negociação do contrato.
Cassundé também afirmou que não exigiu comissão. O pagamento teria sido oferecido ao empresário pela diretoria alvinegra.
O caso começou a ser investigado após a coluna de Juca Kfouri no UOL mostrar que, depois de receber R$ 1,4 milhão do Corinthians, a Rede Social Media Design transferiu cerca de R$ 1 milhão para a Neoway Soluções Integradas. Para a polícia, a Neoway é uma empresa de fachada.
Cassundé afirmou em depoimento que pagou à Neoway pela implementação de um sistema de consultas veterinárias à distância, mas que o serviço nunca foi prestado.
O dono da Rede Social e o presidente do Corinthians negam irregularidades no pagamento de comissão. Cassundé foi ouvido como investigado. Por sua vez, Corinthians é tratado como vítima na investigação.
O caso policial desencadeou uma debandada de diretores da gestão comandada por Augusto Melo e culminou com a rescisão contratual feita pela Vai de Bet.
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