Obsessão do City, zagueiro foi de padeiro na África a fenômeno em 6 meses

Ver Abdulay Juma Bah em campo impressiona. O zagueiro, de 18 anos, tem 1,95m de altura e muita presença física, mas também possui agilidade para correr e bloquear chutes. O posicionamento — que costuma ser o maior problema em defensores jovens — é outra característica que chama a atenção.
De fato, tantos predicados atraíram os olhares de grandes clubes europeus. E, no início da semana, o Manchester City entrou no páreo para tirar o zagueiro do Valladolid, da primeira divisão da Espanha. Nos bastidores do clube inglês, o defensor é considerado o novo fenômeno mundial da posição.
O plano do City para Juma Bah é ambicioso. Num primeiro momento, ele será emprestado para o Lens, da França. Depois de um período de evolução técnica e tática, ele passaria a ser parte central na renovação do time comandado por Pep Guardiola, ao lado de Vitor Reis, comprado junto ao Palmeiras por 35 milhões de euros (cerca de R$ 215 milhões).
Para que tudo isso aconteça, ainda é necessário que City e Valladolid se acertem judicialmente. O clube espanhol, do qual Ronaldo é um dos acionistas, luta na Justiça para manter o zagueiro. O City não dá sinais de que vá desistir: Juma Bah é uma obsessão do departamento de futebol do clube. (Mais detalhes sobre a disputa judicial estão neste post do Lei em Campo).
De padeiro a fenômeno
A trajetória relâmpago do zagueiro torna toda a história ainda mais incrível. Há pouco mais de 6 meses, Juma Bah ainda jogava em Serra Leoa, seu país natal.
Contratado pelo Valladolid, ele pulou etapas de forma inédita: fez uma partida no time sub-19, duas no time B e passou a ser relacionado para a equipe titular. Tudo isso num intervalo de três semanas.
Meses antes, enquanto tentava a sorte no time de juvenis do Kallon, Juma Bah ainda dividia o tempo entre os treinos e partidas do clube serra-leonino e o trabalho como padeiro, para ajudar os pais a pagar as contas de casa.
O bom desempenho no futebol doméstico levou o zagueiro à seleção de Serra Leoa. Bah já foi convocado para quatro partidas — um amistoso e três duelos das Eliminatórias da Copa do Mundo — mas ainda não estreou.
Sonho quase parou na burocracia
O Valladolid chegou até o zagueiro pelas mãos de Patrick Mork, empresário da Global Soccer Management. Em contato com olheiros na África, Mork fez uma lista de atletas com potencial e mostrou ao clube.
Em maio de 2024, Pachu Martínez, chefe de scout do Valladolid, viaja até Gâmbia e Serra Leoa para ver alguns dos atletas que estavam na lista de Mork. Um deles era Juma Bah, que chamou a atenção imediatamente.
O passo seguinte seria conseguir levar o jogador para a Espanha, já que ele não atendia a todos os critérios para conseguir um visto de trabalho. Foi então que a sorte apareceu: na embaixada de Conakri, em Guiné, havia um funcionário que era torcedor do Valladolid e decidiu empenhar-se em ajudar o zagueiro.
Era o início da história de Juma Bah na Europa. Uma história que parece estar longe de terminar.
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