Depois de roer osso e brilhar, Endrick deve perder espaço em 'jogo do ano'


O bom desempenho de Endrick durante toda a campanha do Real Madrid na Copa do Rei pode não ser suficiente para garantir ao brasileiro uma vaga na decisão. Os merengues enfrentam o Barcelona às 17h (horário de Brasília) de sábado, no estádio de La Cartuja, em Sevilha.
Em sua primeira temporada pelo clube madrilenho, Endrick recebeu poucas chances do técnico Carlo Ancelotti. A exceção foi justamente a Copa do Rei, competição que é sempre colocada em segundo plano durante as fases iniciais, quando os times costumam dar oportunidades a atletas menos utilizados.
Só que Endrick transformou essas chances em atuações de muito brilho: marcou cinco gols em cinco partidas, tornando-se o principal goleador do clube no torneio e dividindo a artilharia com Julián Álvarez, do Atlético de Madrid (o argentino leva vantagem no desempate, porque tem duas assistências).

Os números do brasileiro criaram uma situação complicada para Carlo Ancelotti: optar por Endrick como centroavante para a final significaria deixar Kylian Mbappé fora. É algo que, nas fases iniciais, diante de rivais mais fracos e com o time ainda envolvido na Champions League, fazia sentido.
Agora, o contexto é outro. O Real Madrid está fora da competição europeia, corre atrás do Barcelona no Campeonato Espanhol e vê na Copa do Rei a chance mais clara de conquistar um título nesta reta final de temporada.
Endrick começou a semana com boas chances de ser titular na decisão, mas dois fatos novos mudaram o roteiro.
O primeiro foi a rápida recuperação de Kylian Mbappé, que torceu o tornozelo na derrota para o Arsenal, mas estará apto a jogar a final. O segundo, foi um lance na vitória sobre o Getafe, na quarta-feira: o brasileiro tentou dar uma cavadinha quando teve uma chance de marcar. Ancelotti reprovou publicamente a atitude do jovem atacante.
Jogo do ano
A temporada abaixo das expectativas transformou a final da Copa do Rei no jogo do ano para o Real Madrid. O duelo pode afundar de vez o time e sacramentar uma temporada nefasta, em caso de derrota; ou dar novo ânimo ao elenco, com um título e boas perspectivas para o Clássico de La Liga, em 11 de março, que poderia abrir um caminho para outra conquista.
Por isso, é natural que Ancelotti queira contar com o que tem de melhor. E, atualmente, o melhor centroavante do elenco é Mbappé. O francês chegou a ser dúvida para o duelo por causa de uma lesão no tornozelo, mas tem se recuperado; depois de treinar na quinta-feira, foi confirmado no elenco que viajará para Sevilha.
Com 33 gols marcados na temporada, o camisa 9 é o artilheiro do Real Madrid e tem um histórico de aparecer bem nas finais pelo clube: ele marcou na decisão da Supercopa, em agosto, no Intercontinental, em dezembro, e na derrota por 5 a 2 para o Barcelona na Supercopa da Espanha.
Nos bastidores do clube, também há uma pressão para que o francês comece jogando. Mbappé é o maior investimento do Real Madrid — tem o salário mais alto do elenco — e só ficou no banco de reservas quando estava sendo poupado. No jogo que pode mudar o ano do clube mais vencedor do mundo, poupar não é uma opção.
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