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ReportagemEsporte

Duelo polêmico entre Barcelona e Real Madrid pode moldar futuro da seleção

Quando entrarem em campo no Estádio de La Cartuja, em Sevilha, às 17h (horário de Brasília), neste sábado, Barcelona e Real Madrid decidirão muito mais que o vencedor da Copa do Rei.

Em meio a uma polêmica sobre a escolha dos árbitros — que envolveu até ameaças do time madrilenho de não entrar em campo —, os dois gigantes também jogam para definir como a temporada será lembrada: o Barcelona ainda sonha com uma temporada histórica; o Real Madrid tenta colocar ao menos uma taça na parede.

Para o público brasileiro, o confronto também tem uma série de pontos de interesse, que podem ter influência direta no futuro da seleção brasileira.

O centro das atenções, neste sentido, é Carlo Ancelotti. O técnico do Real Madrid é cortejado pela CBF desde que Tite deixou vazia a cadeira de comandante da seleção brasileira, após a Copa de 2022.

Carlo Ancelotti, técnico do Real Madrid, em jogo contra o Betis pelo Campeonato Espanhol
Carlo Ancelotti, técnico do Real Madrid, em jogo contra o Betis pelo Campeonato Espanhol Imagem: Jose Breton/Pics Action/NurPhoto via Getty Images

O italiano tem contrato com o clube até julho de 2026, mas uma derrota diante do arquirrival poderia precipitar uma saída que já é dada como certa por pessoas com trânsito nos bastidores madridistas. Quanto antes Ancelotti ficar livre dos compromissos com o clube, mais ele se aproxima de um acerto para ser o treinador da seleção pentacampeã mundial.

Um título diante do Barcelona, por sua vez, poderia mudar o roteiro e fortalecer o treinador. Com uma taça nas mãos, ele ganharia impulso para terminar a temporada, reduzindo a margem de negociação com a CBF e colocando o acerto em dúvida; afinal, Jorge Jesus, o "plano B", tem mostrado interesse em comandar a seleção.

Vini Jr comemora durante Manchester City x Real Madrid pela Champions League
Vini Jr comemora durante Manchester City x Real Madrid pela Champions League Imagem: James Gill - Danehouse/Getty Images

Candidatos a protagonistas

Ainda observado com um olhar brasileiro, a final da Copa do Rei é um desafio a quem afirma que o país não faz mais jogadores de alto nível: o Real Madrid tem Vini Jr., Rodrygo e Endrick; no Barcelona, Raphinha é o representante.

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Os quatro atacantes têm no duelo de Sevilha um possível ponto de inflexão em suas temporadas — e, a pouco mais de um ano da Copa do Mundo, qualquer mudança de rumo pode ter influência na seleção.

Para Vini Jr., conquistar um título diante do Barcelona é a chance de dar uma cara de "melhor do mundo" a uma temporada que, até agora, é menos vistosa que as três anteriores. O camisa 7 tem sido cobrado por parte da torcida e da imprensa, mas continua sendo a maior válvula de escape ofensiva do time.

No caso de Rodrygo, o problema tem sido a oscilação. Na virada do ano, o ponta empilhou gols e assistências; só que depois a maré mudou, e ele não marca desde 4 de março. Uma boa atuação na final pode mudar novamente a chave.

Endrick vive uma situação inusitada: ele é um dos artilheiros do torneio, com cinco gols marcados, fruto das oportunidades que teve ao longo da competição. Só que, mesmo com as boas atuações, é provável que o jovem de 18 anos comece a partida no banco de reservas — Kylian Mbappé está recuperado de lesão, e Carlo Ancelotti não vai mais fazer testes ou poupar estrelas.

Para Raphinha, a decisão do título é a chance de colocar mais um troféu na galeria do Barcelona e, com isso, lançar de vez o seu nome na briga pelos prêmios individuais. Com 30 gols e 21 assistências em jogos oficiais pelo clube, ele faz a melhor temporada da carreira e é uma das caras da renovação da equipe catalã.

Reportagem

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