Corinthians vive uma crise de identidade muito ruim para sua história

O Corinthians daria um belo filme de ficção científica: "A Guerra dos Mundos." O Sport Club Corinthians Paulista vive com dois mundos completamente distintos.
Existe o mundo esportivo do futebol, o masculino profissional, que está com 11 partidas de invencibilidade, sendo 9 no Campeonato Brasileiro de 2024 e 2 no Paulista de 2025. Isso foi determinante para a fuga do rebaixamento e ainda para alcançar uma vaga na pré-Libertadores.
Tem também o time sub-20, atual campeão da Copinha, que nessa quarta-feira (22) jogará a semifinal da mesma Copa São Paulo de 2025 contra o Grêmio.
Ainda temos o time feminino, o mais vencedor da América do Sul, que, apesar de ter perdido a final do Paulista para o ótimo time do arquirrival Palmeiras em 2024, terminou o ano como pentacampeão da Libertadores, hexacampeão brasileiro e tri da Supercopa do Brasil.
Mas, em compensação, existe no Corinthians um tenebroso, sombrio e suspeito mundo político-administrativo, com gestões de décadas que levaram o clube a uma dívida de mais de 2 bilhões, com vendas suspeitas de garotos da base por preços irrisórios, e alguns saíram gratuitamente.
Ontem, houve mais uma tentativa de votação no Conselho Deliberativo para um possível impeachment do atual presidente, Augusto Melo. Longe de estar fazendo uma boa gestão, tenho algumas dúvidas que envolvem interesses das partes.
Por que o conselho não fez o mesmo, ou seja, a votação de impeachment do pior presidente da história do clube, Duílio Monteiro Alves? Augusto Melo está longe de fazer uma administração adequada para um clube com a história do Corinthians, mas não se pode negar que sobrou para ele uma herança maldita deixada por Duílio.
É a segunda vez que se tenta fazer essa votação, e que novamente foi adiada.
Qual mundo vem primeiro em importância para o Corinthians? O mundo esportivo ou o político-administrativo?
Ter um ótimo time, supercompetitivo, com chances reais de lutar por títulos em 2025, mas se afundar cada vez mais em dívidas até chegar a um ponto irrecuperável? Ou lutar para começar a acertar as finanças, mas com uma equipe modesta, passando alguns anos cumprindo tabela para depois montar um grande time em um clube saudável financeiramente, como fez o Flamengo, por exemplo?
Para o torcedor, o que interessa é o time ser bom, jogar bem e vencer campeonatos. Só que, com uma crise política e financeira profunda, esse cenário positivo da bola terá vida curta.
Fica essa pergunta no ar.
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