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OpiniãoEsporte

Dudu é ídolo do Palmeiras, mas colhe o que plantou e não é vítima de nada

Estou observando os debates e opiniões sobre a saída de Dudu do Palmeiras, especialmente em relação a ter ou não uma festa de despedida. Vi algumas opiniões definindo como absurdo que ele saia do Palmeiras sem o reconhecimento merecido pelo clube.

Comentam que a briga entre a presidente Leila Pereira e ele é o motivo pelo qual não está sendo organizada uma festa. Dizem que é falta de respeito e consideração com o maior ídolo do clube no século 21.

Do jeito que estão falando, parece que o Dudu sempre se comportou bem, respeitando tudo o que o Palmeiras fez por ele. Uma relação, seja ela como for e com quem for, é bilateral, e não unilateral.

Alguém esqueceu que o Dudu agiu pelas costas do Palmeiras pedindo para Alexandre Mattos levá-lo para o Cruzeiro na janela do meio do ano?

E que, quando isso se tornou público, o Dudu negou que tivesse ligado ou pedido para ir ao Cruzeiro e foi desmentido publicamente pelo clube mineiro?

A cobrança de respeito é só para o clube com o jogador, mas não do jogador para o clube?

Nada disso apaga a importância que Dudu tem na história do Palmeiras, mas ele não é uma vítima, e a Leila também não é uma vilã.

Ali existe um grande confronto de vaidade e ego, que eles não conseguiram resolver até agora de forma tranquila.

O Dudu agiu pelas costas do clube e, ao invés de se desculpar, se fez de vítima, como sempre fez, colocando a torcida contra a presidente e se aproveitando da incompatibilidade entre eles.

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Dudu não foi honesto com o clube, mas deve ser reconhecido como um dos grandes ídolos da história. Ele, porém, não é o mocinho dessa história.

Aliás, nessa relação não existe mocinho, e sim uma disputa de ego gigantesca.

Festa de despedida é quando o jogador vai embora para outro país ou decide parar de jogar.

Ele poderá enfrentar o Palmeiras no próximo ano e, nesse jogo, pode-se fazer uma recepção carinhosa tanto por parte do clube quanto da torcida.

Prepara-se uma placa ou troféu bonito, a torcida pode encher o estádio com faixas com seu rosto, mosaicos e músicas.

Quando ele resolver parar de jogar, organiza-se uma despedida do tamanho da sua importância para a história do clube.

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Dudu e Leila Pereira não se cruzam e não se dão bem porque o jogador quer mimos — porque é mimado — e a presidente quer mostrar que quem manda é ela. E essa é a pura verdade.

Dudu é um cara legal, desde que seja titular, que não seja substituído e que seja tratado com vários mimos. Caso contrário, faz questão de mostrar sua insatisfação publicamente.

Ele não assume seus erros e fez de tudo para colocar a torcida palmeirense contra a Leila e o Abel.

Tudo o que fez de bom para o Palmeiras merece muito reconhecimento, mas seus comportamentos mimados e egoístas também precisam ser mencionados e colocados numa balança.

Dudu, depois que você sair definitivamente, não venha atacar as pessoas do Palmeiras à distância, seja em entrevistas ou em visitas à torcida organizada.

Fale diretamente com as pessoas, frente a frente.

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Não venha dar entrevista com cara de choro, como se fosse um menino de 9 anos, porque você já é um homem de 32 anos que fará 33 em janeiro de 2025.

Você sabe da sua grande importância para o Palmeiras e para todos os seus torcedores, mas também sabe que agiu muito mal e pelas costas do clube.

Não foi só você que deu muito ao clube, o Palmeiras também deu muito a você.

Não apenas com os salários em dia, mas também com todo o apoio que ofereceu quando você se contundiu gravemente.

Vão dizer que isso é obrigação do clube, mas se entregar totalmente também é obrigação do jogador.

Como eu disse, uma relação é uma via de mão dupla. Todos têm seus direitos e seus deveres.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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