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Como a Fórmula 1 estuda tirar o Manchester United do buraco

Imagine que sua empresa controla as operações esportivas de um dos maiores clubes da Inglaterra, que passa por uma fase difícil, e ao mesmo tempo tem um terço da equipe Mercedes na F1, recheada de profissionais acostumados a processar um sem-número de dados a cada GP para melhorar a performance de absolutamente todos os aspectos que vão refletir nos resultados na pista.

Melhor ainda: um dos melhores engenheiros que realmente colocam a mão na massa no estudo desses dados já comunicou o desejo de sair da equipe no final do ano, e você percebe que essa área de usar dados para melhorar o desempenho, seu clube está atrás dos rivais.

Esse é o cenário que está fazendo com que a INEOS esteja tentando atrair o engenheiro de performance Michael Sansoni para o Manchester United. As partes estão tentando entender, na prática, o que um engenheiro de Fórmula 1 pode fazer com os dados para indicar os caminhos para o time melhorar, e é possível que Sansoni já comece na nova função antes do início da próxima temporada do futebol inglês.

O que faz um engenheiro de performance?

Sansoni estudou aeronáutica e astronáutica, mas mesmo na faculdade já começou a fazer estágios na área de engenharia de corrida.

Os pilotos têm dois engenheiros que são mais próximos deles dentro da organização de uma equipe de F1: o engenheiro de pista, que é aquele que ouvimos nas conversas de rádio e que é a ponte entre a equipe e o piloto, e o engenheiro de performance, que acompanha a telemetria do carro em tempo real e vai apontando melhorias a serem feitas na pilotagem ou mesmo na configuração do carro, dentro dos parâmetros que podem ser alterados pelo piloto ao volante. E ele também vai apontar caminhos para o acerto do carro entre uma sessão e outra.

Um jogo de futebol não fornece dados de telemetria como um carro, então é justamente isso o que as duas partes estão tentando entender: como traduzir o conhecimento que o engenheiro ganhou em quase 10 anos de F1, trabalhando na maior parte do tempo com Lewis Hamilton na Mercedes, para o campo.

Para a equipe, seria uma oportunidade de manter Sansoni dentro da "família", ao invés de perder um talento para times rivais, já que ele tinha comunicado sua saída por entender que não tinha mais para onde subir dentro do time.

E, para o Manchester United, qualquer ajuda é bem-vinda. Mesmo gastando o equivalente a quase R$ 7 bilhões (mais de 900 milhões de libras) de 2019 para cá, o time só conquistou uma Copa da Inglaterra e uma Copa da Liga Inglesa no período, vem de um oitavo lugar na temporada 2023/2024 e atualmente amarga a 14ª colocação na atual temporada.

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Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

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