Artur Jorge vê atraso em procura do Botafogo e encaminha saída para o Qatar
Uma espécie de guerra fria deve tirar o técnico campeão brasileiro e da Libertadores do Botafogo. A caminho do Al-Rayyan, do Qatar, Artur Jorge acredita que merecia ter o contrato valorizado após um 'ano perfeito', mas não recebeu uma resposta do Glorioso.
Técnico e clube travam uma disputa de narrativa nos bastidores. Segundo apurou a coluna, o português alega que esperou uma resposta da diretoria do Glorioso até os últimos dias após ser alvo de procuras no mercado.
Artur Jorge, que tem contrato com a equipe até o final de 2025, estava aberto a uma renovação e aumento salarial após fazer história no comando do Botafogo. O treinador esperou uma procura da diretoria para ser valorizado.
O Botafogo, por sua vez, entende que o treinador português já tem um ótimo contrato e ganhou um bônus considerado elevado pelos dois títulos da equipe no ano. A postura do profissional, quando após o título da Libertadores 'pressionou' John Textor sobre sua situação contratual, foi considerada deselegante nos bastidores do clube, segundo apurou a coluna.
Até o momento, o Botafogo alega não ter sido procurado pelo Al-Rayyan para pagar a multa rescisória prevista em contrato, cerca de dois milhões de euros (cerca de R$ 12,5 milhões). O clube espera até o dia 13 de janeiro, data de reapresentação do elenco principal, para saber do desfecho da história.
Hugo Cajuda, empresário de Artur Jorge, revelou em entrevista ao UOL, no dia 16 de outubro, que o Botafogo não os procurou para discutir a renovação do contrato e alega que o clube estava ciente das investidas de equipes do exterior.
"Tivemos uma primeira oferta em outubro e prontamente comunicamos o Botafogo. Já na semana da final da Libertadores, avisamos que o Artur havia recebido mais três ofertas: uma do México, uma da Europa e outra do Qatar. Passamos tudo para os dirigentes do Botafogo, mais uma vez com transparência. Explicamos que o melhor seria conversarmos depois da decisão contra o Atlético-MG, assim não haveria uma quebra de foco. O clube sempre soube das ofertas", revelou Hugo Cajuda, empresário do técnico português, em entrevista exclusiva ao UOL Esporte.
"Houve, sim, uma reunião depois da Libertadores, comigo, Alessandro Brito e Pedro Martins, onde expliquei em detalhes que os três clubes interessados estavam dispostos a pagar a multa rescisória do treinador. A informação seria então repassada ao John Textor, como ele próprio chegou a revelar à imprensa. Qual foi o feedback? Até o momento, nenhum. Isso não é uma crítica, é somente uma constatação. O Botafogo não é obrigado a fazer nada. Estou apenas a informar a verdade", completou.
80 comentários
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Rosemberg Brito de Oliveira
O cara tem contrato até o final de 2025 e já agora a leiloar seu passe, e o clube seria o culpado pela sua saída? Ridículo !
Luiz Carlos de Moraes Hecker
O Botafogo tá certo; o cara tem contrato, ganhou um bonus pela boa performance, o q ele quer mais??
José Edson de Holanda
Apesar de estar em jogo muito dinheiro, ao meu ver, projetos são mais importantes para a carreira de um profissional. Quando ele vai ter oportunidade de dirigir um time classificado para o Mundial de Clubes nesse formato de 2025? O cara já ganha muitíssimo bem, recebeu bônus expressivos pelas conquistas, tem contrato em vigor até DEZ/25, e agora faz “beicinho” pra cumprir o compromisso formalizado, desculpe, mas é uma atitude genuinamente mercenária.