Danilo Lavieri

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Regularização das apostas trará mais empresas gringas para o futebol

A regularização das casas de apostas no Brasil terá um forte impacto no mercado. Não só com a saída de empresas que não se interessaram em continuar no país, mas também por conta do aumento da presença de estrangeiros no negócio, como mostram estudos e opinião de especialistas ouvidos pela coluna.

Pouco mais de 30% das das 113 empresas que protocolaram o pedido no Sistema Geral de Apostas, da Secretaria de Prêmio e Apostas, do Ministério da Fazenda, são de fora do país, representando um total de 40 companhias. O prazo final para o pedido de licenças terminou na última terça-feira (20).

O levantamento feito pelo Veirano Advogados mostra que a maioria delas vem da Inglaterra, com seis pedidos, seguido por plataformas dos Estados Unidos, Espanha, Austrália, Chipre, Gibraltar, Armênia, México e Filipinas. Do total, 11 empresas não tiveram sua origem identificada por motivos diferentes.

Há alguns dias, um movimento que deve se repetir com outros atores é um grande exemplo da tendência daqui para frente. A norte-americana Flutter comprou 56% da NSX, conglomerado que tem casas de apostas como Betnacional, Mr. Jack e Pagbet, por R$ 1,9 bilhão (350 milhões de dólares). Há a previsão da compra dos outros 44% nos próximos dez anos.

José Francisco Manssur, sócio da CSMV Advogados, atuou como assessor especial da Secretaria Executiva do Ministério da Fazenda e esteve à frente da elaboração das regras para o setor de aposta.

Ele aponta que a regularização vai mudar o estilo do investimento, mas não vai reduzir o total que é investido neste mercado. Ele lembra que, apesar de os estrangeiros entrarem no país, as empresas são obrigadas a terem representantes brasileiros.

"Muito se fala que os valores em torno de patrocínios e publicidade pode diminuir com menos casas operando em 2025, mas vejo de outra forma. A entrada desses grandes conglomerados estrangeiros, a maioria do Reino Unido e Estados Unidos, vai aquecer ainda mais o mercado, pois a competitividade entre plataformas deve ser distribuída para setores que realmente precisam desses investimentos, como clubes das séries B e C, esportes amadores e principalmente olímpicos", explicou Manssur.

"O mercado mundial vê o Brasil como grande polo hoje de crescimento de mercado e é muito natural que tenham empresas estrangeiras, mas sempre observando o que está na lei sobre a necessidade de associação com empresas brasileiras", completou.

O Governo tem até o final do ano para dizer se essas empresas se enquadram dentro das normas estipuladas. Elas devem obrigatoriamente cumprir critérios relacionados à habilitação jurídica, regularidade fiscal e trabalhista, idoneidade, qualificação econômico-financeira e qualificação técnica, além de manter uma reserva financeira de R$ 5 milhões no país, e um investimento inicial de R$ 15 milhões no negócio. O pagamento dos R$ 30 milhões da outorga só acontecerá após essa autorização do Governo.

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Ricardo Bianco Rosada, fundador da consultoria brmkt.co e especialista no mercado de bets, os grandes grupos de mídia possuem dois ativos importantes para uma marca de apostas esportivas no Brasil, sendo eles a credibilidade e a audiência.

"Há uma clara tendência de fusões e aquisições no mercado brasileiro. Empresas internacionais veem o Brasil como um mercado emergente com enorme potencial, dada a paixão nacional pelo futebol e uma população de mais de 200 milhões de habitantes. A expectativa é que, com a regulamentação, haja uma consolidação no setor, beneficiando operadores estabelecidos e com forte presença local. Isso deve impulsionar ainda mais as atividades de M&A, à medida que empresas buscam fortalecer suas posições e cumprir os requisitos regulatórios", analisou Rosada.

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Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

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